" width="1200" height="900" />" width="1200" height="900" />1-A Bíblia é a palavra de Deus, semeada no meio do povo, que cresceu, cresceu e nos transformou, ensinando-nos viver um mundo novo (bis).
Deus é bom, nos ensina a viver, nos revela o caminho a seguir. Só no amor, partilhando seus dons, sua presença iremos sentir.
Somos povo, o povo de Deus, e formamos o reino de irmãos. E a palavra que é viva nos guia, e alimenta a nossa união.
2-Toda Bíblia é comunicação, de um Deus de amor, de um Deus irmão. É feliz quem crê na revelação, quem tem Deus no coração.
Jesus Cristo é a palavra, pura imagem de Deus Pai. Ele é vida e verdade, a suprema caridade.
Os profetas sempre mostram a vontade do Senhor. Precisamos ser profetas, para o mundo ser melhor.
3-Eu vim de longe pra encontrar o meu caminho, tinha um sorriso e o sorriso ainda valia.
Achei difícil a viagem até aqui. Mas eu cheguei, mas eu cheguei.
Eu vim depressa, eu não de caminhão. Eu vi de barco e também de rabetão.
Eu tive ajuda de quem você não acredita. Tive a esperança de chegar até aqui. Vim caminhando, aqui estou, me decidi: Eu vou ficar e vou voltar (bis).
4-Você que está chegando, bem vindo, seja bem vindo (bis).
Só estava faltando você aqui (3x). Bem vindo ao nosso encontro (bis).
5-A palavra está perto de ti, em tua boca e em teu coração (bis).
6-Dá-me a palavra certa, na hora certa e do jeito certo, e pra pessoa certa. Dá-me a cantiga" width="1200" height="800" /> certa, na hora certa e do jeito certo, e pra pessoa certa.
Palavra é como pedra, preciosa sim. Quem sabe o valor, cuida bem do que diz. Palavra é como brasa, queima até o fim. Quem sabe o que diz, vai levar a palavra.
7-Tua palavra é lâmpada para os meus pés, Senhor (bis). Lâmpada para os meus pés, Senhor, luz para o meu caminho (bis).
8-A comunidade, dança alegre e canta, acolhendo agora, a palavra santa (bis).
A palavra vem, vem nos libertar, como um vento forte a nos arrastar.
A palavra vem, fala ao coração, chega como a chuva, fecundando o chão.
9- O sol nasceu, é um novo dia. Bendito seja Deus, que nos recria (bis).
O sol nasceu, é um novo dia. Que bom estar aqui com alegria!
10-O pescador, ele sai bem cedinho, ele sai bem cedinho, ele vai pescar, o pescador, ele deixa Maria, ele deixa os filhos, ele vai pescar. O pescador, ele ama o rio, ele ama o rio, o rio Amazonas, o pescador, ele ama o rio, seus igapós, seus paranás e seus lindos lagos.
Você sabe por quê? Porque debaixo das águas não existe só boto; mas existe também, Tambaqui, Tucunaré, Pirarucú (bis).
11-É como a chuva que lava, é como o fogo que abrasa. Tua palavra é assim, não passa por mim sem deixar um sinal (bis).
Tenho medo de não responder, de fingir que não escutei. Tenho medo de ouvir teu chamado, virar de outro e fingir que não sei (bis).
12-A palavra de Deus já chegou, nova luz clareou para o povo (bis). Quando a Bíblia Sagrada se abriu, todo pobre já viu mundo novo (bis).
Quem vivia como cego enxergou, quem andava espalhado, se juntou. Por todo o canto já nasceu comunidade e no caminho da verdade, muita gente já entrou (bis).
13-Eu vim para escutar...
Tua palavra (3x) de amor.
Eu gosto de escutar...
Eu quero entender melhor...
O mundo ainda vai viver...
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A Bíblia é o livro mais conhecido do mundo inteiro. Já foi traduzido para 1685 línguas. Mesmo assim, continua um livro desconhecido. Muita gente a tem em casa, mas não a abre. Hoje em dia, a Bíblia desperta, cada vez mais, o interesse do povo cristão. Especialmente nas nossas Comunidades Eclesiais de Base e nos Círculos Bíblicos orienta a reflexão sobre a vida. De onde vem a Bíblia? Quem a escreveu? Quando? Por que é um livro tão importante? São, em geral, as primeiras perguntas que surgem.
A Bíblia surge no meio de um povo do Oriente, o Povo de Israel. Este povo cria urna literatura que relata sua história, suas reflexões, sua sabedoria, sua oração. Toda essa literatura é inspirada pela sua fé no único Deus que lhes revela: "Estou sempre com vocês!" O Povo da Bíblia mora perto do Mar Mediterrâneo, no Oriente Médio. Inicialmente, é um grupo de migrantes, vindos da Mesopotâmia (hoje Iraque). São chamados HEBREUS e descendem de Abraão. Muita gente quer ser dona da terra onde moram esses hebreus. Os Cananeus, outros moradores de lá, a chamam de CANAÃ. Os Israelitas a chamam de ISRAEL. Mais tarde será chamada PALESTINA: terra dos Filisteus (Veja a figura n.º 1
Com ABRAÃO se inicia a história do Povo da Bíblia.
Abraão sai da Mesopotâmia, à procura de uma nova terra. Sai com sua família e vai morar em Canaã. Isto se dá lá pelo ano 185O antes de Cristo (185O a.C.). Em Canaã nascem os filhos, os netos. A família vai se multiplicando. Abraão, Isaque e Jacó são chamados PATRIARCAS. Eles são os primeiros pais e fundadores do Povo da Bíblia. (Jacó é também chamado ISRAEL).
Muita gente se muda para o EGITO, onde a terra é mais fértil. Entre eles estão Jacó e sua família. Com o passar dos tempos, os faraós (reis) do Egito, começam a escravizar o povinho, e, entre os outros, aos Hebreus.
Surge no meio do povo um líder que chefia um movimento de libertação. Com a ajuda de Deus, faz o povo fugir da opressão dos reis do Egito. Este líder é MOISÉS. O povo caminha pelo deserto durante 4O anos, de volta a Canaã. Moisés morre antes de o povo entrar naquela terra. Em seu lugar fica JOSUÉ, como principal líder do povo. Depois da morte de Josué, o povo é liderado por outros chefes, chamados JUIZES. O último deles é SAMUEL.
Para ser mais forte contra os ataques dos seus inimigos, o povo deseja um REI, assim como o têm outros povos vizinhos. O primeiro rei é SAUL. O segundo rei é DAVI. É considerado o rei mais importante que o povo da Bíblia teve em toda a sua história. Davi vence todos os povos vizinhos, une o povo e aumenta seu Reino. Como capital escolhe Jerusalém. O terceiro rei é SALOMÃO (± 9OO a.C.). É durante o reinado de Salomão que surgem os primeiros escritos da Bíblia. Antes, as histórias do povo são transmitidas de boca em boca, de pai para filho.
Divisão do Reino
Depois da morte do rei Salomão há muitas lutas políticas e brigas. O Reino acaba dividido em dois:
* O Norte, que não quer aceitar o filho de Salomão como rei. Fica com o nome: Reino do Norte, ou ISRAEL.
* O Sul, que fica fiel à família de Davi.
Figura 1 |
O Reino do Sul se chama: Reino de JUDÁ
Os grandes impérios daquele tempo não deixam o povo da Bíblia
Mais ou menos 15O anos depois, o Império da Babilônia vence a Assíria e toma posse do Sul (Judá), pondo fim à sua existência. Os babilônios levam boa parte da população de Judá para a Babilônia, onde permanece durante 5O anos (587-
Figura 2 |
No meio de um tempo de grande agitação e de grandes esperanças políticas e religiosas, vem JESUS. Vem anunciar o amor de Deus, especialmente para os pequenos, os pobres, os pecadores. Entra em grande choque com os líderes do seu Povo e termina morrendo numa cruz. Depois do sofrimento e do escândalo da sua morte violenta, seus seguidores O vêem ressuscitado e proclamam: "O SENHOR ESTÁ VIVO!". Fortificados pelo poder do Espírito Santo, vão anunciar esta Boa Nova a todos os povos. Assim surge a Igreja que se espalha rapidamente no mundo daquele tempo.
Logo se sente a necessidade de anotar o conteúdo da pregação dos apóstolos e da reflexão dos discípulos de Jesus. Nós o encontramos nos livros do Novo Testamento.
VAMOS REVER O CAMINHO FEITO
Dizemos que a Bíblia é Palavra de Deus. Quem nos fala na Bíblia é o próprio Deus. Como?
Será que Deus tomou a mão de cada autor para escrever o que ele quis dizer? Ou que Deus iluminou a mente de alguém que, de repente, ficou sabendo o que Deus queria comunicar?
No nosso primeiro encontro, vimos alguma coisa da história do povo da Bíblia. Esta história não é tão diferente da história dos outros povos daquele tempo. Mas a diferença é que esses povos não descobriram o que Israel, ajudado por Deus, percebeu: "Não estamos sós. Deus caminha conosco. Estamos na sua mão. Existe uma relação toda especial entre Deus e nós!"
Esta descoberta da relação profunda entre Deus e seu Povo, nós a chamamos de Revelação. Claro que o Povo não poderia descobrir isto, se o próprio Deus não tivesse dado a luz para entender.
Já vimos que, inicialmente, o Povo da Bíblia é um punhado de gente simples, que vai crescendo e se multiplicando. Mas acontecem coisas importantes na vida dessa gente: a mudança para o Egito, a opressão lá, a saída sob a liderança de Moisés, a passagem pelo deserto. Assim, o Povo aprende a lutar, a observar e a refletir sobre tudo o que acontece. Vão descobrindo a mão de Deus em tudo isso e expressam sua fé em celebrações festivas, em cantos e orações. Contam de pai para filho as grandes obras de Deus.
De volta à terra de Canaã, liderados pelos Juizes, e, mais tarde, pelos primeiros reis, o Povo vai se unindo mais. Começa a formar uma nação mais bem organizada, com uma certa liderança no mundo daquele tempo. E começam a escrever já então no tempo de Salomão). Escrevem o quê? A vida do Povo: suas lutas, suas reflexões, suas orações, seus cantos. Assim, a Bíblia começa a ser escrita.
E assim continua. Há a divisão do Reino, as dominações estrangeiras, a volta para a terra. O Povo vai vivendo, sofrendo, lutando, rezando e outros escritos da Bíblia vão surgindo. Eles são obra especialmente de homens que falam inspirados por Deus: os profetas. Eles vão ajudar o Povo a refletir melhor e a compreender o que Deus espera. Vão ajudar também o Povo a viver melhor, a celebrar, a lutar, a não perder a esperança.
A Bíblia é o reflexo de uma vivência do Povo com seu Deus, de Deus com seu Povo. Deus está na história do Povo, e, por isto, está na Bíblia. Por sua vez, a Bíblia vai ajudar o Povo a viver. É Deus, através da Bíblia, que anima e orienta seu Povo para continuar a lutar e viver e nunca desanimar.
É por tudo isto que dizemos que a Bíblia é Palavra de Deus, Revelação de Deus.
O Povo da Bíblia vai descobrindo, cada vez mais, quais os laços que o ligam a Deus. Dizem: Deus nos ama. Os Profetas gostam de comparar a Deus com um marido todo dedicado à sua esposa. Deus é o Esposo; o Povo, a comunidade, é a esposa. Também gostam de outra comparação: o povo de Israel, em vez de procurar aliar-se a um Império poderoso, faz aliança com o próprio Deus. Nós, hoje, chamamos de "aliança" o anel de casamento. É porque o anel lembra o compromisso do casal: AMOR E FIDELIDADE ATÉ À MORTE. Assim é o amor de Deus para com seu Povo. Por isto chamamos a Bíblia o "Livro da Aliança".
(Na tradução para outras línguas, a palavra "Aliança" foi substituída por "pacto" e, depois, menos exatamente, por "testamento". Daí o uso das expressões "Antigo Testamento" e "Novo Testamento" para indicar a Antiga e a Nova Aliança. Antigo e Novo Testamento indicam também a coleção de livros da Bíblia que tratam da Antiga e da Nova Aliança).
No 2º livro da Bíblia, o Êxodo, lemos como Deus faz aliança com seu Povo. O Povo vive no Egito sob a escravidão e dominação dos poderosos. Sofre muito. Deus manda Moisés para libertar seu Povo da escravidão e levá-lo de volta à terra de Canaã. É uma libertação penosa, difícil, mas o Povo vê claramente a mão libertadora de Deus que o ajuda a vencer. Atravessando o deserto, chegam ao monte Sinai. Aí o Povo celebra a Aliança com Deus. Podemos ler isto no livro de Êxodo, capítulo 19,1-8 e 2O,1-21. Deus diz que o Povo será seu Povo. E, como Povo de Deus, terá uma responsabilidade toda especial entre todos os povos. Como resposta ao gesto libertador de Deus, Deus espera do seu Povo fidelidade, responsabilidade.
Deus quer lhes mostrar também que a escravidão do Egito acabou, mas que o Povo pode continuar sendo escravizado. Por isto, Deus dá umas normas para ajudá-lo a não cair novamente na escravidão, permitindo que uns dominem aos outros dentro do próprio povo. Estas normas nós as chamamos: "Os Dez Mandamentos". O Povo da Bíblia as chama de "A Lei da Afiança". Mas é claro para todos que a Lei lhes é dada para continuarem verdadeiramente livres. Por isso, o Povo da Bíblia considera os mandamentos um grande presente de Deus. Eles são o caminho da verdadeira paz e felicidade. Na Bíblia encontramos muitas orações que cantam a beleza da Lei, caminho seguro para viver a Aliança e encontrar a verdadeira liberdade.
Apesar de entender todas essas coisas, o Povo é, muitas vezes, infiel à Aliança. Cai no pecado, na desobediência. Como uma esposa infiel, vai atrás de outros amores. Aí surgem aqueles homens sábios e santos, chamados PROFETAS. Eles falam em nome de Deus e chamam a atenção do Povo, quando está enveredando por um caminho errado. Os Profetas advertem: "Se continuarem assim, as coisas irão mal. Mudem de atitude. Convertam-se!"
Mas os Profetas não somente ameaçam. Em tempos de grande sofrimento e perseguição, são eles que falam da esperança: "Deus virá novamente libertar seu Povo. Deus não se esqueceu da sua Aliança. Ele vai concluir uma nova Aliança".
Assim, o Povo vai descobrindo: "Apesar da nossa infidelidade, Deus continua o Esposo que vai educando sua esposa à fidelidade. Sempre espera a nossa volta. Sempre nos dá uma nova chance. Sempre perdoa e começa de novo".
(Pode ler, na Bíblia, como os Profetas falam sobre a Aliança: Is 54,5-7; Is 62,5; Jr 31,31-33; Ez 16,lss; Os 2.21-22)
VAMOS REVER O CAMINHO FEITO
O Antigo Testamento contém 46 livros;
O Novo Testamento contém 27 livros; ao todo 73 livros.
(Abra sua Bíblia no índice dos livros, para ver quais são eles. Vamos ler o nome de todos.)
Os primeiros 5 livros do Antigo Testamento são chamados "Pentateuco". É uma palavra grega que significa "cinco livros". Esses 5 livros são também chamados "TORÁ" (= Lei) porque contêm a Lei da Antiga Aliança.
Os livros do Pentateuco são:
* Gênesis (abreviado Gn) = o livro que traz reflexões sobre as origens do mundo, do homem, do pecado, do Povo de Deus;
* Êxodo (abreviado Ex) = a saída. Reflete sobre a saída do povo hebreu do Egito sob a liderança de Moisés;
* Levítico (abreviado Lv): se chama assim porque traz as leis do culto e as obrigações dos sacerdotes e levitas;
* Números (abreviado Nm): se chama assim porque começa com a contagem do Povo de Israel;
* Deuteronômio (abreviado Dt) = segunda lei. É o livro que relata novamente a promulgação da lei da Aliança. Convida à conversão e fidelidade.
* Livros HISTÓRICOS. São 16 livros que narram histórias do Povo e seus líderes, como, por exemplo, Josué, Juizes, Samuel, os Reis. (Vamos ler no índice da Bíblia os nomes de todos eles).
Algumas edições da Bíblia reúnem os quatro livros de Samuel e Reis sob o único título de "Livros dos Reis". Assim: * 1º Livro de Samuel = o 1º Livro dos Reis; * 2º Livro de Samuel = o 2º Livro dos Reis; * 1º Livro dos Reis = o 3º Livro dos Reis; * 2º Livro dos Reis = o 4º Livro dos Reis.
Nessas edições, o 1º e o 2ºLivro das Crônicas são chamados: 1º e 2º Livro dos Paralipômenos
* Livros SAPIENCIAIS ou de SABEDORIA. São 7 livros. Neles encontramos a expressão da sabedoria e dos sentimentos do Povo: ditados, poesias, cantos, orações, etc. (Vamos ler no índice da Bíblia o nome de todos eles).
* Livros PROFÉTICOS. São 18 livros. Trazem a vida e a mensagem dos Profetas. Por exemplo: Isaías, Jeremias, Ezequiel, Amós. (Vamos ler no índice da Bíblia o nome de todos eles).
O Antigo Testamento foi escrito aos poucos, ao longo de quase mil anos. Já vimos que, de início, a história e as leis do Povo de Israel eram transmitidas de boca em boca, de pai para filho. Quando alguns começaram a colocar por escrito essas tradições (a partir do século X a.C. ou da época de Salomão), não surgiram logo os livros que nós conhecemos. Os textos mais antigos foram desenvolvidos e reelaborados mais de uma vez, na medida em que o Povo ia aprendendo as lições da história. Com a ajuda dos Profetas, ia reconhecendo novos aspectos da revelação de Deus.
Assim a Bíblia foi escrita em épocas diversas e por muitas pessoas. Por isso, às vezes, a Bíblia pode contar o mesmo assunto de maneiras diferentes. (Compare, por exemplo, o relato da criação do homem e da mulher em Gn 1,26-31 com o relato de Gn 2,7-25).
Outras vezes, num mesmo capítulo, estão entrelaçados textos de épocas distantes.
Também há grande variedade de tipos de textos (os chamados "gêneros literários"). No Antigo Testamento temos leis, histórias, crônicas, poesias de amor, cânticos da liturgia, provérbios e até umas poucas fábulas e novelas. Naturalmente é muito importante distinguir esses tipos de texto para entendê-los bem.
Naquela época se escrevia, com tinta e caneta, em folhas de papiro (depois costuradas para formar rolos) ou em pedaços de couro ou pergaminho (depois ajuntados em forma de livro). O texto original era copiado muitas vezes.
Conhecemos hoje muitas cópias desses antigos manuscritos (veja a figura N.º 5). Eles transmitiram o texto hebraico do Antigo Testamento e suas traduções mais antigas, gregas e latinas. Só no século XV as Bíblias começaram a ser impressas e aí se introduziu a divisão em capítulos e versículos, que usamos até hoje.
Os livros da Bíblia estão divididos em capítulos e versículos para facilitar a procura e a citação de uma frase.
Quando você lê, por exemplo, a indicação "Ex 5,12", o primeiro número indica o capítulo. Neste caso, é o livro do Êxodo, capítulo S. O número depois da vírgula indica o versículo. Neste caso, é o versículo 12.
Na Bíblia, o número dos capítulos está indicado com um número grande; os versículos com números bem pequenos.
VAMOS REVER O CAMINHO FEITO
10. Procure os seguintes textos para se acostumar um pouco com o manuseio da Bíblia: Ex 19,1; SI 8,2-3; Is 61,1.
Já vimos como Deus fez Afiança com seu Povo. Libertou o Povo da escravidão e o levou de volta à terra de Canaã. Deus deu sua Lei e esperou do seu Povo amor e fidelidade.
Mas nem sempre essa resposta foi dada. O Povo se afastava de Deus. Então surgiam os Profetas que lembravam ao Povo o seu compromisso.
Depois de ter falado pelos Profetas, Deus quer falar ainda mais de perto. Quer revelar-se ainda melhor. Ele o faz através do seu Filho JESUS. Jesus é o Profeta por excelência, o grande enviado de Deus, o seu grande mensageiro, o Filho. Muito mais do que os profetas, ele pode falar de Deus, mostrar quem é Deus.
Jesus mostra o Deus da Aliança, o Deus de amor que se dá até o fim. A bondade de Jesus, a sua misericórdia, a sua exigência, a sua doação até à morte, mostram o amor do seu Pai.
Jesus, por seu modo de viver e pregar, entra em choque com as autoridades do seu tempo. Jesus prega um Deus diferente, que eles não podem aceitar. Por isto o eliminam. Jesus é condenado à morte da cruz, a morte mais humilhante e escandalosa que um judeu podia imaginar.
Mas, depois do aparente fracasso, os apóstolos de Jesus testemunham: "JESUS ESTÁ VIVO. JESUS RESSUSCITOU! Verdadeiramente, ele é o Messias, o Cristo, o Senhor!" Fortificados pelo poder do Espírito Santo, vão anunciar esta mensagem a todos que a querem ouvir. Surgem as primeiras comunidades cristãs e a Igreja se espalha rapidamente no mundo daquele tempo.
Os primeiros seguidores de Jesus são judeus. Segundo seu costume, reúnem-se para ouvir as Escrituras que são, então, somente o Antigo Testamento. Mas eles começam a ler aqueles escritos com olhos novos. Tudo se ilumina com nova luz, com um novo entendimento. Eles descobrem que o Antigo Testamento fala de Jesus, veladamente, e que o anuncia como aquele que vai completar a obra de Deus, como o Messias esperado.
No Evangelho de João (5,39) Jesus diz: "Vocês examinam as Escrituras, porque pensam encontrar nelas a vida eterna. Ora, são elas que falam a respeito de mim".
Quando Jesus aparece aos seus discípulos depois da ressurreição, ele lhes diz: "Enquanto ainda estava com vocês, eu falei que tinha de acontecer tudo o que estava escrito a meu respeito na Lei de Moisés, nos livros dos Profetas e nos Salmos". Então abriu as mentes deles para entenderem as Escrituras Sagradas (Lc 24,44-45).
Para o cristão, a Bíblia toda é o livro de Jesus Cristo. Sua vinda é o acontecimento que divide em duas partes a história humana. Tudo pode ser visto como preparação para sua vinda ou conseqüência dela.
Toda Sagrada Escritura fala de Cristo, e encontra sua plenitude em Cristo, porque forma um único livro, o livro da VIDA, que é Cristo. (Hugo de São Vítor)
Com Jesus inicia um novo Reino: um reino de justiça e amor.
Cristo é o novo Rei, o novo Davi.
Surge um novo Povo: todos que seguem a Jesus Cristo e se unem na Igreja de Jesus.
A antiga Lei tem sua plenitude na nova Lei do Amor. Jesus é o novo Moisés que liberta seu Povo do pecado e que caminha com ele rumo a uma nova Terra de justiça e paz.
A história do Povo de Deus, o novo Israel, continua.
Cristo veio renovar, aperfeiçoar e levar tudo à sua plenitude.
VAMOS REVER O CAMINHO FEITO
Jesus era da mesma condição de Deus. Ele não considerou a situação de ser igual a Deus como alguma coisa de que não pudesse se desgarrar. Mas ele pôs de lado a sua condição e assumiu a condição de servo, encarnando-se como homem. Além de se comportar como homem, chegou a humilhar-se e a obedecer até a morte e morte de cruz! Por isso Deus o engrandeceu e lhe deu uni Nome que é maior que qualquer outro título ou posição, de modo que, ao nome de Jesus, todo o mundo se ajoelhe: quem está no céu, quem está na terra, quem está no mundo dos mortos. E, para a glória de Deus, o Pai, todas as bocas gritem e testemunhem: - JESUS É O SENHOR
Como já vimos, o livro lido nas primeiras comunidades cristãs era o Antigo Testamento. O Novo Testamento ainda não estava escrito. Jesus não escreveu nem mandou escrever nada. Nem os apóstolos e discípulos tinham gravador para registrar as palavras de Jesus. Os apóstolos começaram a pregar Transmitiam oralmente o que Jesus tinha feito e ensinado. Daqui e dali surgiram resumos. Tais resumos serviram de base para os Evangelhos que foram escritos mais tarde, a partir do ano 7O, ou pouco antes. Nas comunidades cristãs também se refletia sobre o ensinamento dos apóstolos e alguns deles, principalmente Paulo, colocaram por escrito suas orientações através de "cartas" ou "epístolas".
Assim surgiram os livros do Novo Testamento.
São os 4 livros que vêm logo no começo do nosso Novo Testamento. A palavra "Evangelho" quer dizer: BOA NOVA, Boas Notícias. Os Evangelhos proclamam como BOA NOVA que Jesus é o Cristo, o Salvador. Narram as ações e palavras de Jesus, mas do jeito como diversas comunidades cristãs as refletiram.
Assim temos, nos 4 evangelhos, pontos de vista diferentes sobre a vida e a mensagem de Jesus. Autores dos evangelhos são considerados Mateus Marcos, Lucas e João. Eles colocaram por escrito tradições vindas desde os apóstolos e reflexões das comunidades cristãs. (Vamos ver na Bíblia os 4 evangelhos e seus autores).
É um livro escrito por Lucas, o autor do 3º Evangelho. Este livro narra a vida dos Apóstolos, especialmente de Pedro e Paulo, suas atividades e sua pregação, desde a ressurreição de Jesus até a chegada do Evangelho à Capital do Império, Roma. Descreve também um pouco da vida das primeiras comunidades cristãs, para apresentá-las como modelo a ser seguido também pelos cristãos de outras épocas. (Vamos ver na Bíblia onde está este livro).
São atribuídas a Paulo 14 cartas. Delas, 9 são dirigidas a comunidades cristãs. Paulo fundava comunidades e, de vez em quando, voltava para ajudá-Ias, animá-las e resolver problemas. Quando não podia ir pessoalmente, enviava umas longas cartas. As 9 cartas dirigidas a uma comunidade são:
¨ Carta aos Romanos
¨ Duas cartas aos Coríntios
¨ Carta aos Gálatas
¨ Carta aos Efésios
¨ Carta aos Filipenses
¨ Carta aos Colossenses
¨ Duas cartas aos Tessalonicenses (Vamos vê-las na Bíblia).
Seguem as 3 cartas chamadas "Cartas Pastorais". Estas cartas não são dirigidas a comunidades, mas a seus líderes ou "pastores". Daí o nome de "Cartas Pastorais". As Cartas Pastorais são:
¨ A primeira e a segunda carta a Timóteo
¨ A carta a Tito. (Vamos vê-Ias na Bíblia).
Há ainda uma carta dirigida a um cristão, chamado Filêmon.
A última é uma carta dirigida, em geral, aos Hebreus. Esta e, provavelmente, algumas das outras cartas não foram escritas por Paulo pessoalmente, mas por discípulos dele. (Vamos ver essas cartas na Bíblia).
As cartas que São Paulo escreveu pessoalmente, são mais antigas que os Evangelhos. A mais antiga é a primeira carta aos Tessalonicenses, escrita em 5 1, que é também o mais antigo livro do NT.
Paulo morreu em 64 (ou 67), antes que fosse escrito o primeiro Evangelho, o de Marcos.
Ainda há 7 cartas ou epístolas "católicas". São chamadas assim porque não se dirigem a uma pessoa ou a uma determinada comunidade, mas a todas as igrejas cristãs. (Católico significa universal).
Estas cartas são:
¨ • Carta de São Tiago
¨ • Duas cartas de São Pedro
¨ • Três cartas de São João
¨ Carta de São Judas (Vamos vê-Ias na Bíblia).
Este livro é atribuído a João. "Apocalipse" significa "revelação". O autor deste livro deseja sustentar a fé dos primeiros cristãos e encorajá-los a suportar com firmeza as primeiras perseguições, principalmente as de Nero e Domiciano, impe radores romanos. O autor usa uma linguagem simbólica, mas que é entendi da pelos cristãos.
Assim descreve a derrota dos perseguidores e a vitória final de Cristo. Não é um livro de "mistérios", nem anuncia desgraças para os cristãos. Pelo contrário, é um livro que conforta e dá coragem. O Apocalipse é o último livro da Bíblia.
A procura dos textos, capítulos e versículos, se faz como no Antigo Testamento.
No Novo Testamento encontramos muitas vezes diversas cartas de uma mesma pessoa ou a uma mesma comunidade Assim, Paulo escreveu duas cartas à comunidade de Corinto Para saber qual das cartas é, coloca-se um número antes do nome da carta. Veja:
1Cor 13,4-6 é a primeira carta aos Coríntios, capítulo 13 vers.
2Cor 5,1-3 é a segunda carta aos Coríntios, cap. 5, vers
As cartas de São João se distinguem do seu Evangelho justamente por causa desse número.
Jo 4,6- 1O é o Evangelho de São João, cap. 4, vers.
1Jo 4,6-1O é a primeira carta de São João, cap. 4, versículos 6-10
VAMOS REVER O CAMINHO FEITO
10. Qual o escrito mais antigo do Novo Testamento?
A Bíblia de edição católica é diferente da Bíblia de edição protestante?
Quanto aos livros do Novo Testamento, não há diferença entre as edições católicas e protestantes.
Quanto ao Antigo Testamento, a edição católica tem 7 livros mais que a edição protestante. Estes livros são., Tobias; Judite; Sabedoria; Eclesiástico; 19 Livro dos Macabeus; 29 Livro dos Macabeus; Baruque. .
Estes livros são chamados também "deuterocanônicos" (deutero = segundo; cânon = lista). Os outros 39 livros do AT são chamados "protocanônicos" (proto = primeiro; cânon = lista).
Os "deuterocanônicos" foram escritos
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1
Apostilas de Formação Bíblica para as lideranças
2
3
1º ENCONTRO
Um povo que caminha
Introdução
Estas páginas são uma primeira introdução à leitura da Bíblia. Destinam-se às lideranças de nossas paróquias.
A Bíblia é o livro mais conhecido do mundo inteiro. Já foi traduzi-do para 1685 línguas. Mesmo assim, continua um livro desconheci-do. Muita gente a tem em casa, mas não a abre. Hoje em dia, a Bí-blia desperta, cada vez mais, o interesse do povo cristão. Especial-mente nas nossas Comunidades Eclesiais de Base e nos Círculos Bíblicos orienta a reflexão sobre a vida. De onde vem a Bíblia? Quem a escreveu? Quando? Por que é um livro tão importante? São, em geral, as primeiras perguntas que surgem.
O Povo da Bíblia
A Bíblia surge no meio de um povo do Oriente, o Povo de Israel. Este povo cria urna literatura que relata sua história, suas reflexões, sua sabedoria, sua oração. Toda essa literatura é inspirada pela sua fé no único Deus que lhes revela: "Estou sempre com vocês!" O Po-vo da Bíblia mora perto do Mar Mediterrâneo, no Oriente Médio. Ini-cialmente, é um grupo de migrantes, vindos da Mesopotâmia (hoje Iraque). São chamados HEBREUS e descendem de Abraão. Muita gente quer ser dona da terra onde moram esses hebreus. Os Cana-neus, outros moradores de lá, a chamam de CANAÃ. Os Israelitas a chamam de ISRAEL. Mais tarde será chamada PALESTINA: terra dos Filisteus (Veja a figura n.º 1
Os Patriarcas
Com ABRAÃO se inicia a história do Povo da Bíblia.
Abraão sai da Mesopotâmia, à procura de uma nova terra. Sai com sua família e vai morar em Canaã. Isto se dá lá pelo ano 185O antes de Cristo (185O a.C.). Em Canaã nascem os filhos, os netos. A família vai se multiplicando. Abraão, Isaque e Jacó são chamados
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PATRIARCAS. Eles são os primeiros pais e fundadores do Povo da Bíblia. (Jacó é também chamado ISRAEL).
O povo muda para o Egito
Muita gente se muda para o EGITO, onde a terra é mais fértil. Entre eles estão Jacó e sua família. Com o passar dos tempos, os faraós (reis) do Egito, começam a escravizar o povinho, e, entre os outros, aos Hebreus.
Libertação e volta à sua terra
Surge no meio do povo um líder que chefia um movimento de li-bertação. Com a ajuda de Deus, faz o povo fugir da opressão dos reis do Egito. Este líder é MOISÉS. O povo caminha pelo deserto durante 4O anos, de volta a Canaã. Moisés morre antes de o povo entrar naquela terra. Em seu lugar fica JOSUÉ, como principal líder do povo. Depois da morte de Josué, o povo é liderado por outros chefes, chamados JUIZES. O último deles é SAMUEL.
Os primeiros reis
Para ser mais forte contra os ataques dos seus inimigos, o povo deseja um REI, assim como o têm outros povos vizinhos. O primeiro rei é SAUL. O segundo rei é DAVI. É considerado o rei mais impor-tante que o povo da Bíblia teve em toda a sua história. Davi vence todos os povos vizinhos, une o povo e aumenta seu Reino. Como capital escolhe Jerusalém. O terceiro rei é SALOMÃO (± 9OO a.C.). É durante o reinado de Salomão que surgem os primeiros escritos da Bíblia. Antes, as histórias do povo são transmitidas de boca em boca, de pai para filho.
Divisão do Reino
Depois da morte do rei Salomão há muitas lutas políticas e bri-gas. O Reino acaba dividido em dois:
* O Norte, que não quer aceitar o filho de Salomão como rei. Fica com o nome: Reino do Norte, ou ISRAEL.
* O Sul, que fica fiel à família de Davi.
O Reino do Sul se chama: Reino de JUDÁ. (Veja o mapa n.º 2).
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As dominações
Os grandes impérios daquele tempo não deixam o povo da Bíblia em paz. Em 724/721 a.C., a Assíria invade o Reino do Norte (Israel) e toma posse daquela região.
Mais ou menos 15O anos depois, o Império da Babilônia vence a Assíria e toma posse do Sul (Judá), pondo fim à sua existência. Os
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babilônios levam boa parte da população de Judá para a Babilônia, onde permanece durante 5O anos (587-538 a.C.). É o tempo do E-XILIO. Mas a Babilônia, por sua vez, é vencida pela Pérsia. O rei dos Persas deixa o povo judeu voltar para sua terra. Daí em diante, os judeus são quase sempre dominados por povos estrangeiros. É nesta época de dominação que surge a esperança de um MESSIAS, um novo Davi, que salvará seu povo. Os livros redigidos desde o tempo de Salomão até agora, formam o Antigo Testamento.
Jesus Cristo
No meio de um tempo de grande agitação e de grandes esperan-ças políticas e religiosas, vem JESUS. Vem anunciar o amor de Deus, especialmente para os pequenos, os pobres, os pecadores. Entra em grande choque com os líderes do seu Povo e termina mor-rendo numa cruz. Depois do sofrimento e do escândalo da sua mor-te violenta, seus seguidores O vêem ressuscitado e proclamam: "O SENHOR ESTÁ VIVO!". Fortificados pelo poder do Espírito Santo, vão anunciar esta Boa Nova a todos os povos. Assim surge a Igreja que se espalha rapidamente no mundo daquele tempo.
Logo se sente a necessidade de anotar o conteúdo da pregação dos apóstolos e da reflexão dos discípulos de Jesus. Nós o encon-tramos nos livros do Novo Testamento.
VAMOS REVER O CAMINHO FEITO
1.
Onde morava o povo que escreveu a Bíblia?
2.
Quem são os Patriarcas? Por que têm esse nome?
3.
De onde vem Abraão? Onde se estabelece com sua família?
4.
Que acontece com o povo no Egito?
5.
Quem é o libertador dos hebreus?
6.
Como se chamam os primeiros reis de Israel?
7.
Como se chamam os dois reinos depois da divisão?
8.
Quais os povos que dominam o Povo da Bíblia?
9.
Que é o "Exílio na Babilônia"? Quando se dá?
10.
Quando são escritos os livros do Antigo Testamento? E do Novo? Consulte também a figura N.º 3 para ter uma visão de conjunto da história do povo da Bíblia. Vamos terminar
8
nosso encontro com uma oração. É tirada do livro dos Sal-mos, um dos livros do Antigo Testamento. È o SALMO 43.
2º ENCONTRO
Deus também caminha com o seu povo
Dizemos que a Bíblia é Palavra de Deus. Quem nos fala na Bíblia é o próprio Deus. Como?
Será que Deus tomou a mão de cada autor para escrever o que ele quis dizer? Ou que Deus iluminou a mente de alguém que, de repente, ficou sabendo o que Deus queria comunicar?
9
Deus também caminha com o Povo
No nosso primeiro encontro, vimos alguma coisa da história do povo da Bíblia. Esta história não é tão diferente da história dos ou-tros povos daquele tempo. Mas a diferença é que esses povos não descobriram o que Israel, ajudado por Deus, percebeu: "Não esta-mos sós. Deus caminha conosco. Estamos na sua mão. Existe uma relação toda especial entre Deus e nós!"
A descoberta da Revelação
Esta descoberta da relação profunda entre Deus e seu Povo, nós a chamamos de Revelação. Claro que o Povo não poderia descobrir isto, se o próprio Deus não tivesse dado a luz para entender.
Antes do livro, a vida
Já vimos que, inicialmente, o Povo da Bíblia é um punhado de gente simples, que vai crescendo e se multiplicando. Mas aconte-cem coisas importantes na vida dessa gente: a mudança para o Egi-to, a opressão lá, a saída sob a liderança de Moisés, a passagem pelo deserto. Assim, o Povo aprende a lutar, a observar e a refletir sobre tudo o que acontece. Vão descobrindo a mão de Deus em tu-do isso e expressam sua fé em celebrações festivas, em cantos e orações. Contam de pai para filho as grandes obras de Deus.
De volta à terra de Canaã, liderados pelos Juizes, e, mais tarde, pelos primeiros reis, o Povo vai se unindo mais. Começa a formar uma nação mais bem organizada, com uma certa liderança no mun-do daquele tempo. E começam a escrever já então no tempo de Sa-lomão). Escrevem o quê? A vida do Povo: suas lutas, suas refle-xões, suas orações, seus cantos. Assim, a Bíblia começa a ser es-crita.
E assim continua. Há a divisão do Reino, as dominações estran-geiras, a volta para a terra. O Povo vai vivendo, sofrendo, lutando, rezando e outros escritos da Bíblia vão surgindo. Eles são obra es-pecialmente de homens que falam inspirados por Deus: os profetas. Eles vão ajudar o Povo a refletir melhor e a compreender o que Deus espera. Vão ajudar também o Povo a viver melhor, a celebrar, a lutar, a não perder a esperança.
Deus fala pelos acontecimentos e pelas palavras
A Bíblia é o reflexo de uma vivência do Povo com seu Deus, de
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Deus com seu Povo. Deus está na história do Povo, e, por isto, está na Bíblia. Por sua vez, a Bíblia vai ajudar o Povo a viver. É Deus, a-través da Bíblia, que anima e orienta seu Povo para continuar a lutar e viver e nunca desanimar.
É por tudo isto que dizemos que a Bíblia é Palavra de Deus, Re-velação de Deus.
A Aliança
O Povo da Bíblia vai descobrindo, cada vez mais, quais os laços que o ligam a Deus. Dizem: Deus nos ama. Os Profetas gostam de comparar a Deus com um marido todo dedicado à sua esposa. Deus é o Esposo; o Povo, a comunidade, é a esposa. Também gostam de outra comparação: o povo de Israel, em vez de procurar aliar-se a um Império poderoso, faz aliança com o próprio Deus. Nós, hoje, chamamos de "aliança" o anel de casamento. É porque o anel lem-bra o compromisso do casal: AMOR E FIDELIDADE ATÉ À MORTE. Assim é o amor de Deus para com seu Povo. Por isto chamamos a Bíblia o "Livro da Aliança".
(Na tradução para outras línguas, a palavra "Aliança" foi substitu-ída por "pacto" e, depois, menos exatamente, por "testamento". Daí o uso das expressões "Antigo Testamento" e "Novo Testamento" pa-ra indicar a Antiga e a Nova Aliança. Antigo e Novo Testamento in-dicam também a coleção de livros da Bíblia que tratam da Antiga e da Nova Aliança).
A celebração da Aliança no monte Sinai
No 2º livro da Bíblia, o Êxodo, lemos como Deus faz aliança com seu Povo. O Povo vive no Egito sob a escravidão e dominação dos poderosos. Sofre muito. Deus manda Moisés para libertar seu Povo da escravidão e levá-lo de volta à terra de Canaã. É uma libertação penosa, difícil, mas o Povo vê claramente a mão libertadora de Deus que o ajuda a vencer. Atravessando o deserto, chegam ao monte Sinai. Aí o Povo celebra a Aliança com Deus. Podemos ler isto no li-vro de Êxodo, capítulo 19,1-8 e 2O,1-21. Deus diz que o Povo será seu Povo. E, como Povo de Deus, terá uma responsabilidade toda especial entre todos os povos. Como resposta ao gesto libertador de Deus, Deus espera do seu Povo fidelidade, responsabilidade.
Deus quer lhes mostrar também que a escravidão do Egito aca-bou, mas que o Povo pode continuar sendo escravizado. Por isto, Deus dá umas normas para ajudá-lo a não cair novamente na es-
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cravidão, permitindo que uns dominem aos outros dentro do próprio povo. Estas normas nós as chamamos: "Os Dez Mandamentos". O Povo da Bíblia as chama de "A Lei da Afiança". Mas é claro para to-dos que a Lei lhes é dada para continuarem verdadeiramente livres. Por isso, o Povo da Bíblia considera os mandamentos um grande presente de Deus. Eles são o caminho da verdadeira paz e felicida-de. Na Bíblia encontramos muitas orações que cantam a beleza da Lei, caminho seguro para viver a Aliança e encontrar a verdadeira li-berdade.
Os Profetas, guardiães da Aliança
Apesar de entender todas essas coisas, o Povo é, muitas vezes, infiel à Aliança. Cai no pecado, na desobediência. Como uma espo-sa infiel, vai atrás de outros amores. Aí surgem aqueles homens sá-bios e santos, chamados PROFETAS. Eles falam em nome de Deus e chamam a atenção do Povo, quando está enveredando por um caminho errado. Os Profetas advertem: "Se continuarem assim, as coisas irão mal. Mudem de atitude. Convertam-se!"
Mas os Profetas não somente ameaçam. Em tempos de grande sofrimento e perseguição, são eles que falam da esperança: "Deus virá novamente libertar seu Povo. Deus não se esqueceu da sua A-liança. Ele vai concluir uma nova Aliança".
Assim, o Povo vai descobrindo: "Apesar da nossa infidelidade, Deus continua o Esposo que vai educando sua esposa à fidelidade. Sempre espera a nossa volta. Sempre nos dá uma nova chance. Sempre perdoa e começa de novo".
(Pode ler, na Bíblia, como os Profetas falam sobre a Aliança: Is 54,5-7; Is 62,5; Jr 31,31-33; Ez 16,lss; Os 2.21-22)
VAMOS REVER O CAMINHO FEITO
1.
1 . Onde Deus se revela primeiro: na história do Povo ou nos seus escritos?
2.
Por que a Bíblia compara com um casamento o relacio-namento de Deus com seu Povo?
3.
O tema mais importante da Bíblia é a Aliança. Que é Ali-ança?
4.
Que quer dizer: Antigo Testamento - Novo Testamento?
5.
Como Deus cumpriu a Aliança? E o Povo, como a cum-
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priu?
6.
Onde e quando é celebrada a Aliança de Deus com Moi-sés e seu povo?
7.
Por que o Povo considera a Lei um presente de Deus?
8.
Que são Profetas? Qual a sua missão?
9.
Qual é a resposta de Deus à infidelidade do seu Povo?
10.
1O. A Aliança existe também em nossa vida? Como?
Vamos terminar nosso encontro com o Salmo 18, que canta a be-leza da Lei de Deus.
3º ENCONTRO
A primeira etapa: o Antigo Testamento
O nome "Bíblia"
A palavra "Bíblia" vem do grego "biblos", que significa "livro". Daí o diminutivo "biblíon" = livrinho, que no plural fica "Bíblia". Daí, em nossa língua, BIBLIA. O próprio nome da Bíblia nos diz que ela é o LIVRO por excelência. Mas é um livro feito por muitos livros.
A divisão da Bíblia
A Bíblia está dividida em duas grandes partes:
* o Antigo Testamento (que se abrevia AT) ou Velho Testamento;
* o Novo Testamento (que se abrevia NT)
Correspondem às duas grandes etapas da história do Povo de Deus: a Antiga Aliança (antes de Jesus) e a Nova Aliança (a partir de Jesus).
A Bíblia é uma biblioteca
A Bíblia é como uma coleção ou uma biblioteca. Ela contém 73 livros de épocas e de estilos diferentes. (Veja a figura N.º 4).
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O Antigo Testamento contém 46 livros;
O Novo Testamento contém 27 livros; ao todo 73 livros.
(Abra sua Bíblia no índice dos livros, para ver quais são eles. Vamos ler o nome de todos.)
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O Pentateuco
Os primeiros 5 livros do Antigo Testamento são chamados "Pen-tateuco". É uma palavra grega que significa "cinco livros". Esses 5 li-vros são também chamados "TORÁ" (= Lei) porque contêm a Lei da Antiga Aliança.
Os livros do Pentateuco são:
* Gênesis (abreviado Gn) = o livro que traz reflexões sobre as o-rigens do mundo, do homem, do pecado, do Povo de Deus;
* Êxodo (abreviado Ex) = a saída. Reflete sobre a saída do povo hebreu do Egito sob a liderança de Moisés;
* Levítico (abreviado Lv): se chama assim porque traz as leis do culto e as obrigações dos sacerdotes e levitas;
* Números (abreviado Nm): se chama assim porque começa com a contagem do Povo de Israel;
* Deuteronômio (abreviado Dt) = segunda lei. É o livro que relata novamente a promulgação da lei da Aliança. Convida à conversão e fidelidade.
Outros livros do Antigo Testamento
* Livros HISTÓRICOS. São 16 livros que narram histórias do Po-vo e seus líderes, como, por exemplo, Josué, Juizes, Samuel, os Reis. (Vamos ler no índice da Bíblia os nomes de todos eles).
Algumas edições da Bíblia reúnem os quatro livros de Samuel e Reis sob o único título de "Livros dos Reis". Assim: * 1º Livro de Samuel = o 1º Livro dos Reis; * 2º Livro de Samuel = o 2º Livro dos Reis; * 1º Livro dos Reis = o 3º Livro dos Reis; * 2º Livro dos Reis = o 4º Livro dos Reis.
Nessas edições, o 1º e o 2ºLivro das Crônicas são chamados: 1º e 2º Livro dos Paralipômenos
* Livros SAPIENCIAIS ou de SABEDORIA. São 7 livros. Neles encontramos a expressão da sabedoria e dos sentimentos do Povo: ditados, poesias, cantos, orações, etc. (Vamos ler no índice da Bí-blia o nome de todos eles).
* Livros PROFÉTICOS. São 18 livros. Trazem a vida e a mensa-gem dos Profetas. Por exemplo: Isaías, Jeremias, Ezequiel, Amós.
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(Vamos ler no índice da Bíblia o nome de todos eles).
Quando foi escrito o A T e como?
O Antigo Testamento foi escrito aos poucos, ao longo de quase mil anos. Já vimos que, de início, a história e as leis do Povo de Is-rael eram transmitidas de boca em boca, de pai para filho. Quando alguns começaram a colocar por escrito essas tradições (a partir do século X a.C. ou da época de Salomão), não surgiram logo os livros que nós conhecemos. Os textos mais antigos foram desenvolvidos e reelaborados mais de uma vez, na medida em que o Povo ia apren-dendo as lições da história. Com a ajuda dos Profetas, ia reconhe-cendo novos aspectos da revelação de Deus.
Assim a Bíblia foi escrita em épocas diversas e por muitas pes-soas. Por isso, às vezes, a Bíblia pode contar o mesmo assunto de maneiras diferentes. (Compare, por exemplo, o relato da criação do homem e da mulher em Gn 1,26-31 com o relato de Gn 2,7-25).
Outras vezes, num mesmo capítulo, estão entrelaçados textos de épocas distantes.
Também há grande variedade de tipos de textos (os chamados "gêneros literários"). No Antigo Testamento temos leis, histórias, crônicas, poesias de amor, cânticos da liturgia, provérbios e até u-mas poucas fábulas e novelas. Naturalmente é muito importante dis-tinguir esses tipos de texto para entendê-los bem.
Como foi conservado e multiplicado o A T?
Naquela época se escrevia, com tinta e caneta, em folhas de pa-piro (depois costuradas para formar rolos) ou em pedaços de couro ou pergaminho (depois ajuntados em forma de livro). O texto original era copiado muitas vezes.
Conhecemos hoje muitas cópias desses antigos manuscritos (ve-ja a figura N.º 5). Eles transmitiram o texto hebraico do Antigo Tes-tamento e suas traduções mais antigas, gregas e latinas. Só no sé-culo XV as Bíblias começaram a ser impressas e aí se introduziu a divisão em capítulos e versículos, que usamos até hoje.
Como procurar um texto
Os livros da Bíblia estão divididos em capítulos e versículos para facilitar a procura e a citação de uma frase.
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Quando você lê, por exemplo, a indicação "Ex 5,12", o primeiro número indica o capítulo. Neste caso, é o livro do Êxodo, capítulo S. O número depois da vírgula indica o versículo. Neste caso, é o ver-sículo 12.
Na Bíblia, o número dos capítulos está indicado com um número grande; os versículos com números bem pequenos.
VAMOS REVER O CAMINHO FEITO
1.
O que significa a palavra "Bíblia"?
2.
Como se divide a Bíblia?
3.
Quantos livros tem a Bíblia?
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4.
Quantos são os livros do Antigo Testamento?
5.
Que quer dizer "Pentateuco" e quais são seus livros?
6.
Que outros tipos de livros tem o Antigo Testamento? De que tra-tam?
7.
Quando foi escrito o Antigo Testamento e como?
8.
Como foi conservado e multiplicado?
9.
Como você distingue o capítulo e o versículo?
10.
Procure os seguintes textos para se acostumar um pouco com o manuseio da Bíblia: Ex 19,1; SI 8,2-3; Is 61,1.
4º ENCONTRO
A nova Aliança em Jesus Cristo
Já vimos como Deus fez Afiança com seu Povo. Libertou o Povo da escravidão e o levou de volta à terra de Canaã. Deus deu sua Lei e esperou do seu Povo amor e fidelidade.
Mas nem sempre essa resposta foi dada. O Povo se afastava de Deus. Então surgiam os Profetas que lembravam ao Povo o seu compromisso.
Jesus é o novo Profeta
Depois de ter falado pelos Profetas, Deus quer falar ainda mais de perto. Quer revelar-se ainda melhor. Ele o faz através do seu Fi-lho JESUS. Jesus é o Profeta por excelência, o grande enviado de Deus, o seu grande mensageiro, o Filho. Muito mais do que os pro-fetas, ele pode falar de Deus, mostrar quem é Deus.
Jesus mostra o Deus da Aliança, o Deus de amor que se dá até o fim. A bondade de Jesus, a sua misericórdia, a sua exigência, a sua doação até à morte, mostram o amor do seu Pai.
Jesus, por seu modo de viver e pregar, entra em choque com as autoridades do seu tempo. Jesus prega um Deus diferente, que eles não podem aceitar. Por isto o eliminam. Jesus é condenado à morte da cruz, a morte mais humilhante e escandalosa que um judeu podia
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imaginar.
A Boa Nova se espalha
Mas, depois do aparente fracasso, os apóstolos de Jesus teste-munham: "JESUS ESTÁ VIVO. JESUS RESSUSCITOU! Verdadei-ramente, ele é o Messias, o Cristo, o Senhor!" Fortificados pelo po-der do Espírito Santo, vão anunciar esta mensagem a todos que a querem ouvir. Surgem as primeiras comunidades cristãs e a Igreja se espalha rapidamente no mundo daquele tempo.
O Antigo Testamento fala de Jesus
Os primeiros seguidores de Jesus são judeus. Segundo seu cos-tume, reúnem-se para ouvir as Escrituras que são, então, somente o Antigo Testamento. Mas eles começam a ler aqueles escritos com olhos novos. Tudo se ilumina com nova luz, com um novo entendi-mento. Eles descobrem que o Antigo Testamento fala de Jesus, ve-ladamente, e que o anuncia como aquele que vai completar a obra de Deus, como o Messias esperado.
No Evangelho de João (5,39) Jesus diz: "Vocês examinam as Escrituras, porque pensam encontrar nelas a vida eterna. Ora, são elas que falam a respeito de mim".
Quando Jesus aparece aos seus discípulos depois da ressurrei-ção, ele lhes diz: "Enquanto ainda estava com vocês, eu falei que ti-nha de acontecer tudo o que estava escrito a meu respeito na Lei de Moisés, nos livros dos Profetas e nos Salmos". Então abriu as men-tes deles para entenderem as Escrituras Sagradas (Lc 24,44-45).
Para o cristão, a Bíblia toda é o livro de Jesus Cristo. Sua vinda é o acontecimento que divide em duas partes a história humana. Tudo pode ser visto como preparação para sua vinda ou conseqüência dela.
Toda Sagrada Escritura fala de Cristo, e encontra sua plenitude em Cristo, porque forma um único livro, o livro da VIDA, que é Cris-to. (Hugo de São Vítor)
Com Jesus tudo se torna novo
Com Jesus inicia um novo Reino: um reino de justiça e amor.
Cristo é o novo Rei, o novo Davi.
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Surge um novo Povo: todos que seguem a Jesus Cristo e se u-nem na Igreja de Jesus.
A antiga Lei tem sua plenitude na nova Lei do Amor. Jesus é o novo Moisés que liberta seu Povo do pecado e que caminha com ele rumo a uma nova Terra de justiça e paz.
A história do Povo de Deus, o novo Israel, continua.
Cristo veio renovar, aperfeiçoar e levar tudo à sua plenitude.
VAMOS REVER O CAMINHO FEITO
1.
Por que dizemos que Jesus é o novo Profeta?
2.
Como Jesus revela seu Pai?
3.
Qual é a Boa Nova que os apóstolos pregam?
4.
Qual a ligação entre o Antigo e o Novo Testamento?
5.
Como tudo se torna novo em Jesus Cristo?
Vamos terminar nosso encontro, rezando juntos um hino em hon-ra de Cristo, que encontramos na Carta de São Paulo aos Filipenses (2,6-11):
Jesus era da mesma condição de Deus. Ele não considerou a si-tuação de ser igual a Deus como alguma coisa de que não pudesse se desgarrar. Mas ele pôs de lado a sua condição e assumiu a con-dição de servo, encarnando-se como homem. Além de se comportar como homem, chegou a humilhar-se e a obedecer até a morte e morte de cruz! Por isso Deus o engrandeceu e lhe deu uni Nome que é maior que qualquer outro título ou posição, de modo que, ao nome de Jesus, todo o mundo se ajoelhe: quem está no céu, quem está na terra, quem está no mundo dos mortos. E, para a glória de Deus, o Pai, todas as bocas gritem e testemunhem: - JESUS É O SENHOR
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5º ENCONTRO
A segunda etapa: os livros do Novo testamento
Como já vimos, o livro lido nas primeiras comunidades cristãs era o Antigo Testamento. O Novo Testamento ainda não estava escrito. Jesus não escreveu nem mandou escrever nada. Nem os apóstolos e discípulos tinham gravador para registrar as palavras de Jesus. Os apóstolos começaram a pregar Transmitiam oralmente o que Jesus tinha feito e ensinado. Daqui e dali surgiram resumos. Tais resumos serviram de base para os Evangelhos que foram escritos mais tarde, a partir do ano 7O, ou pouco antes. Nas comunidades cristãs tam-bém se refletia sobre o ensinamento dos apóstolos e alguns deles, principalmente Paulo, colocaram por escrito suas orientações atra-vés de "cartas" ou "epístolas".
Assim surgiram os livros do Novo Testamento.
Os Evangelhos
São os 4 livros que vêm logo no começo do nosso Novo Testa-mento. A palavra "Evangelho" quer dizer: BOA NOVA, Boas Notí-cias. Os Evangelhos proclamam como BOA NOVA que Jesus é o Cristo, o Salvador. Narram as ações e palavras de Jesus, mas do jeito como diversas comunidades cristãs as refletiram.
Assim temos, nos 4 evangelhos, pontos de vista diferentes sobre a vida e a mensagem de Jesus. Autores dos evangelhos são consi-derados Mateus Marcos, Lucas e João. Eles colocaram por escrito tradições vindas desde os apóstolos e reflexões das comunidades cristãs. (Vamos ver na Bíblia os 4 evangelhos e seus autores).
Atos dos Apóstolos
É um livro escrito por Lucas, o autor do 3º Evangelho. Este livro narra a vida dos Apóstolos, especialmente de Pedro e Paulo, suas atividades e sua pregação, desde a ressurreição de Jesus até a che-gada do Evangelho à Capital do Império, Roma. Descreve também um pouco da vida das primeiras comunidades cristãs, para apresen-tá-las como modelo a ser seguido também pelos cristãos de outras épocas. (Vamos ver na Bíblia onde está este livro).
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Cartas de São Paulo
São atribuídas a Paulo 14 cartas. Delas, 9 são dirigidas a comu-nidades cristãs. Paulo fundava comunidades e, de vez em quando, voltava para ajudá-Ias, animá-las e resolver problemas. Quando não podia ir pessoalmente, enviava umas longas cartas. As 9 cartas diri-gidas a uma comunidade são:
♦
Carta aos Romanos
♦
Duas cartas aos Coríntios
♦
Carta aos Gálatas
♦
Carta aos Efésios
♦
Carta aos Filipenses
♦
Carta aos Colossenses
♦
Duas cartas aos Tessalonicenses (Vamos vê-las na Bíblia).
Seguem as 3 cartas chamadas "Cartas Pastorais". Estas cartas não são dirigidas a comunidades, mas a seus líderes ou "pastores". Daí o nome de "Cartas Pastorais". As Cartas Pastorais são:
♦
A primeira e a segunda carta a Timóteo
♦
A carta a Tito. (Vamos vê-Ias na Bíblia).
Há ainda uma carta dirigida a um cristão, chamado Filêmon.
A última é uma carta dirigida, em geral, aos Hebreus. Esta e, provavelmente, algumas das outras cartas não foram escritas por Paulo pessoalmente, mas por discípulos dele. (Vamos ver essas cartas na Bíblia).
As cartas que São Paulo escreveu pessoalmente, são mais anti-gas que os Evangelhos. A mais antiga é a primeira carta aos Tessa-lonicenses, escrita em 5 1, que é também o mais antigo livro do NT.
Paulo morreu em 64 (ou 67), antes que fosse escrito o primeiro Evangelho, o de Marcos.
Epístolas católicas
Ainda há 7 cartas ou epístolas "católicas". São chamadas assim porque não se dirigem a uma pessoa ou a uma determinada comu-
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nidade, mas a todas as igrejas cristãs. (Católico significa universal).
Estas cartas são:
♦
• Carta de São Tiago
♦
• Duas cartas de São Pedro
♦
• Três cartas de São João
♦
Carta de São Judas (Vamos vê-Ias na Bíblia).
Apocalipse
Este livro é atribuído a João. "Apocalipse" significa "revelação". O autor deste livro deseja sustentar a fé dos primeiros cristãos e enco-rajá-los a suportar com firmeza as primeiras perseguições, princi-palmente as de Nero e Domiciano, impe radores romanos. O autor usa uma linguagem simbólica, mas que é entendi da pelos cristãos.
Assim descreve a derrota dos perseguidores e a vitória final de Cristo. Não é um livro de "mistérios", nem anuncia desgraças para os cristãos. Pelo contrário, é um livro que conforta e dá coragem. O Apocalipse é o último livro da Bíblia.
Como procurar um texto do Novo Testamento
A procura dos textos, capítulos e versículos, se faz como no An-tigo Testamento.
No Novo Testamento encontramos muitas vezes diversas cartas de uma mesma pessoa ou a uma mesma comunidade Assim, Paulo escreveu duas cartas à comunidade de Corinto Para saber qual das cartas é, coloca-se um número antes do nome da carta. Veja:
1Cor 13,4-6 é a primeira carta aos Coríntios, capítulo 13 vers. 4 a 6.
2Cor 5,1-3 é a segunda carta aos Coríntios, cap. 5, vers 1 a 3.
As cartas de São João se distinguem do seu Evangelho justa-mente por causa desse número.
Jo 4,6- 1O é o Evangelho de São João, cap. 4, vers. 6 a 1O.
1Jo 4,6-1O é a primeira carta de São João, cap. 4, vers.
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24
VAMOS REVER O CAMINHO FEITO
1.
Quantos são os livros do Novo Testamento?
2.
Quantos são os Evangelhos e quem são seus autores?
3.
Que significa a palavra "Evangelho"?
4.
O que narra o livro "Atos dos Apóstolos"?
5.
Quantas cartas são atribuídas a São Paulo?
6.
Quais são as cartas dirigidas a certas comunidades cristãs ?
7.
Quais são as cartas pastorais? Por que se chamam assim?
8.
Quais são as epístolas católicas? Por que se chamam assim?
9.
Que quer dizer "Apocalipse" e por que foi escrito?
10.
Qual o escrito mais antigo do Novo Testamento?
Vamos terminar nosso encontro com uma oração, em forma de poesia, escrita por São Paulo na sua carta aos Coríntios (1Cor 13,1-13).
A Bíblia de edição católica é diferente da Bíblia de edição protestante?
Quanto aos livros do Novo Testamento, não há diferença entre as edições católicas e protestantes.
Quanto ao Antigo Testamento, a edição católica tem 7 livros mais que a edição protestante. Estes livros são., Tobias; Judite; Sabedo-ria; Eclesiástico; 19 Livro dos Macabeus; 29 Livro dos Macabeus; Baruque. .
Estes livros são chamados também "deuterocanônicos" (deutero = segundo; cânon = lista). Os outros 39 livros do AT são chamados "protocanônicos" (proto = primeiro; cânon = lista).
Os "deuterocanônicos" foram escritos em grego. Foram aceitos, no início, pelos judeus e pelos primeiros cristãos. Mais tarde, porém, foram rejeitados pelos judeus e pelos protestantes.
EDIÇÕES PAULINAS - SÃO PAULO, 1981
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PARÓQUIA CRISTO RESSUSCITADO
PARTICIPANTES DO CURSO BÍBLICO 2.................
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QUAL O SIGNIFICADO DA PALAVRA BÍBLIA?
A palavra Bíblia é de origem grega = (biblos), e quer dizer Livros. São, ao todo 73 livros: 46 no Antigo Testamento e 27 no Novo Testamento.
QUEM É O AUTOR DA BÍBLIA?
O autor da Bíblia é Deus. Não foi Ele, porém, que a escreveu. Essa tarefa coube a homens e mulheres que, movidos pelo Espírito Santo, foram aos poucos escrevendo tudo o que a eles era inspirado que escrevessem.
COMO A BÍBLIA FOI ESCRITA?
A Bíblia foi composta “a duas mãos” por Deus, que a inspirou, e pelos homens e mulheres que a escreveram. Não sabemos quantos são os autores humanos da Bíblia, mas sabemos que são muitos. Daí afirmamos que a Bíblia foi escrita em mutirão.
QUANDO A BÍBLIA FOI ESCRITA?
A Bíblia foi escrita entre o ano 1250 antes de Cristo e o ano 100 depois de Cristo, aproximadamente, ou seja, ela levou mais de mil anos para ficar pronta.
ONDE FOI ESCRITO O ANTIGO TESTAMENTO?
O Antigo Testamento foi escrito na Palestina (a terra de Jesus), na Babilônia (onde o povo judeu, num determinado momento de sua história, esteve exilado) e no Egito (para onde muitos judeus foram depois do cativeiro na Babilônia)
ONDE FOI ESCRITO O NOVO TESTAMENTO?
Os livros do Novo Testamento foram escritos na Palestina (a terra de Jesus), na Síria, na Ásia Menor, na Grécia e na Itália (lugares estes onde haviam sido fundadas comunidades cristãs)
EM QUE LINGUA FOI ESCRITA A BÍBLIA?
A Bíblia foi escrita em Hebraico, Aramaico e Grego.
QUANTAS TRADUÇÕES EXISTEM DA BÍBLIA?
A Bíblia já foi traduzida para aproximadamente Dois Mil Idiomas. As cópias mais antigas estão na Biblioteca do Vaticano, no Museu Britânico (Londres, Inglaterra) e no Museu de Jerusalém (Israel).
NO QUE FOI ESCRITA A BÍBLIA?
Os livros da Bíblia foram escritos em cerâmica (tijolos de argila), Papiro (tiras de papel feitas a partir da árvore de Papiro, originária do Egito) e Pergaminho (couro curtido e preparado de carneiro, chamado de Pergaminho por ter sido usado pela primeira vez na cidade de Pérgamo, 200 anos antes de Cristo)
QUEM DIVIDIU A BÍBLIA EM CAPÍTULOS E VERSÍCULOS?
A divisão dos livros da Bíblia em capítulos é da autoria do inglês Estevão Langton, arcebispo de Cantuária, e foi realizada no ano de 1214. Já a divisão dos capítulos em versículos foi feita, em definitivo, em 1551, pelo tipógrafo Roberto Estefano. Uma curiosidade: a Bíblia tem 1328 capítulos e 40030 versículos.
QUAIS SÃO AS DUAS GRANDES PARTES DA BÍBLIA?
Antigo Testamento e Novo Testamento. O Antigo Testamento começa com o livro de Gênesis e termina com o livro de Malaquias, e o Novo Testamento vai do Evangelho escrito por Mateus até o livro do Apocalipse.
COMO ESTÁ DIVIDIDO O ANTIGO TESTAMENTO?
O Antigo Testamento está assim subdividido:
PENTATÊUCO (os cinco primeiros livros, do Gênesis ao Deuteronômio); LIVROS HISTÓRICOS (16 livros, de Josué a Macabeus); LIVROS POÉTICOS OU SAPIENCIAIS (7 livros, de Jó a Eclesiástico) e, LIVROS PROFÉTICOS (18 livros, de Isaias a Malaquias)
COMO ESTÁ DIVIDIDO O NOVO TESTAMENTO?
O Novo Testamento apresenta a seguinte subdivisão:
LIVROS HISTÓRICOS (os 4 Evangelhos mais o livro dos Atos dos Apóstolos); CARTAS DE PAULO (14 cartas, de Romanos a Hebreus); CARTAS CATÓLICAS (7 cartas, de Tiago a Judas) e, LIVRO PROFÉTICO (apenas um, o Apocalipse, o último livro da Bíblia)
O QUE SÃO LIVROS APÓCRIFOS?
Os Apócrifos são livros escritos nos tempos em que foram escritos os demais livros da Bíblia, mas que não foram escritos sob a inspiração de Deus e, por isso, não pertencem ao livro da Bíblia.
QUANTOS LIVROS TÊM A BÍBLIA PROTESTANTE?
66 livros, 7 a menos que a Bíblia Católica. Os livros de Baruc, Tobias, Judite, Sabedoria, Eclesiástico, 1 e 2 de Macabeus e parte dos livros de Ester e Daniel fazem parte da Bíblia católica mas não da protestante. Razões teológicas e históricas levaram os judeus e depois os protestantes, a considerar esses livros como livros apócrifos.
É CERTO BRIGAR COM PESSOAS DE OUTRAS RELIGIÕES POR CAUSA DA BÍBLIA?
Não, não é certo. A Bíblia é instrumento de aproximação e união, e não arma de agressão.
QUEM É O CENTRO DA BÍBLIA?
É Jesus. Tudo nela aponta para o Filho de Deus feito homem. O Antigo Testamento (Antiga Aliança) prepara a sua vinda; o Novo Testamento (Nova Aliança) a realiza.
É BOM E ACONSELHÁVEL DECORAR TRECHOS DA BÍBLIA?
Sim, é bom memorizar ou decorar trechos da Bíblia, desde que quem os memorize também os pratique. Quem conhece passagens da Bíblia “de cor” mas não se esforça por vivê-las, é um falso cristão.
COM QUE ATITUDE DEVE-SE LER A BÍBLIA?
Com humildade de coração. É aos pequenos e simples que Deus revela a sua sabedoria.
COMO PROCURAR E ENCONTRAR UMA CITAÇÃO BÍBLICA?
As citações bíblica têm sempre a seguinte ordem:
TÍTULO DO LIVRO (abreviado); CAPÍTULO E VERSÍCULO (Exemplo: Jo 10, 10.) Esta citação lê-se assim: Evangelho de João, capítulo dez, versículo dez.
O PONTO ( . ):
Indica um pulo entre os versículos. Neste caso lê-se o (s) que vem antes e depois do ponto. (Exemplo: Jo 1, 3. 9) = evangelho de João, capítulo um, versículos três e nove.
A VÍRGULA ( , ):
Separa capítulo do versículo. (Exemplo: Jo 6, 50) = Evangelho de João, capítulo seis, versículo cinqüenta.
O TRAÇO ( - ):
Indica que devemos ler um versículo até o outro. (exemplo: Jo 17, 20-26) = evangelho de João, capítulo dezessete, versículo de vinte a vinte e seis. O traço pode também indicar uma seqüencia de capítulos. (exemplo: Jo 17, 20-18, 12) = evangelho de João, do capítulo dezessete, versículo vinte, até o capítulo dezoito, versículo doze.
O PONTO E VÍRGULA ( ; ):
Separam uma citação da outra, ou um livro de outro. (Exemplo: Jô 1, 5; 16, 14) = evangelho de João, capítulo um, versículo cinco e capítulo dezesseis, versículo quatorze. Ou Jo 1, 5; Mt 1, 22 = evangelho de João, capítulo um, versículo cinco, evangelho de Mateus, capítulo um, versículo vinte e dois.
UM ESSE ( S ):
Indica o versículo imediatamente posterior ao citado. (exemplo: Jo 1, 5s) = evangelho de João, capítulo um, versículo cinco e seguinte, seis.
DOIS ESSES ( SS ):
Indicam os versículos seguintes ao citado. (Exemplo: Jo 1, 5ss) = Evangelho de João, capítulo um, versículos cinco e seguintes, até o final do capítulo 1.
UM VERSÍCULO a:
Indica que devemos ler um versículo, até o primeiro ponto seguido. (Exemplo: Mt 5, 17a) =evangelho de Mateus, capítulo cinco, versículo dezessete, a).
UM VERSÍCULO b:
Indica que devemos ler um versículo depois do primeiro ponto seguido. (Exemplo: Mt 5, 17b) =evangelho de Mateus, capítulo cinco, versículo dezessete, b)
PARA QUE A BÍBLIA FOI ESCRITA?
A Bíblia, carta de amor de Deus para a humanidade, foi escrita para manter o povo unido na caminhada.
Alguns objetivos:
Contar o passado=um povo sem história é um povo sem raízes. O povo da Bíblia, olhando para suas origens via o que Deus já tinha feito por eles e se animava a continuar caminhando. Encontramos isso nos livros históricos, que narram o passado do povo.
Anunciar o futuro=a esperança e a coragem nascem das possibilidades em vista do futuro. As promessas feitas por Deus animavam o povo a caminhar. O futuro que Deus oferece, esclarece o presente, anima os desanimados e corrige os transviados. Os livros proféticos tratam da esperança do futuro, que encoraja o povo e desfazem as falsas esperanças.
Mostrar o presente=o povo de Deus começou sua caminhada olhando não só para o passado, nem só para o futuro, mas com os pés na realidade presente, onde havia problemas, que pediam uma solução. Eram e ainda são os problemas de moradia, saúde, educação, comida, roupa, salário, de sofrimento, de morte, de relacionamento com os vizinhos, problemas de família e de trabalho, problemas ligados às tristezas e alegrias da vida. Tudo isso encontramos nos livros sapienciais que descrevem a sabedoria do povo, que ainda hoje existe e se encontra em toda a parte.
EVANGELHOS E ATOS:
Evangelho quer dizer: BOA-NOVA, Boas Notícias. Os Evangelhos proclamam como BOA-NOVA que Jesus é o Cristo, o Salvador. Narram as ações e palavras de Jesus.
OS ATOS DOS APÓSTOLOS narra a vida dos Apóstolos, especialmente de Pedro e Paulo, suas atividades e sua pregação, desde a ressurreição de Jesus até a chegada do Evangelho à capital do Império, Roma. Descreve também um pouco da vida das primeiras comunidades cristãs.
CARTAS DE PAULO:
Paulo fundava comunidades e, de vez em quando, voltava para ajudá-las, animá-las e resolver problemas. Quando não podia ir pessoalmente, enviava umas longas cartas. As cartas que São Paulo escreveu pessoalmente, são mais antigas que os Evangelhos. A mais antiga é a primeira carta aos Tessalonicenses, escrita em 51, que é também o mais antigo livro do Novo Testamento. Paulo morreu em 64 (ou 67) antes que fosse escrito o primeiro Evangelho, o de Marcos.
Das 14 cartas, 9 são dirigidas a comunidades cristãs:
3 cartas Pastorais:
Estas cartas não são dirigidas a comunidades, mas a seus líderes ou “pastores”. Daí o nome de “Cartas Pastorais”
Uma dirigida a um cristão:
CARTAS CATÓLICAS:
São chamadas assim porque não se dirigem a uma pessoa ou a uma determinada comunidade, mas a todas as igrejas cristãs (Católico significa universal).
APOCALIPSE:
Este livro é atribuído a João. Significa “revelação”. O autor deste livro deseja sustentar a fé dos primeiros cristãos e encorajá-los a suportar com firmeza as primeiras perseguições, principalmente as de Nero e Domiciano, imperadores romanos. O autor usa linguagem simbólica, mas que é entendida pelos cristãos. Assim descreve a derrota dos perseguidores e a vitória final de Cristo. Não é um livro de “mistérios”, nem anuncia desgraças para os cristãos. Pelo contrário, é um livro que conforta e dá coragem. É o último livro da Bíblia.
PARA REFLETIR:
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º Timóteo 3, 15-17
GRUPO 01:
1-O QUE SIGINIFICA BÍBLIA?
2-QUANTOS LIVROS TÊM A BÍBLIA?
3- EM QUANTAS PARTES SE DIVIDE A BÍBLIA E QUAIS SÃO ESSAS PARTES?
4-QUANTOS LIVROS CONTÊM O ANTIGO TESTAMENTO E QUANTOS LIVROS CONTÊM O NOVO TESTAMENTO?
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GRUPO 02:
1-QUEM ESCREVEU A BÍBLIA?
2-COMO ESTÁ DIVIDIDO O ANTIGO TESTAMENTO?
3-COMO ESTÁ DIVIDIDO O NOVO TESTAMENTO?
4-EM QUE LINGUA FOI ESCRITA A BÍBLIA?
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GRUPO 03:
1-O QUE SÃO LIVROS APÓCRIFOS?
2-QUANTOS LIVROS TÊM A BÍBLIA PROTESTANTE?
3- QUEM É O AUTOR DA BÍBLIA?
4-QUAL O PRIMEIRO OBJETIVO COM QUE FOI ESCRITA A BÍBLIA?
GRUPO 04:
1-QUAL O SEGUNDO OBJETIVO COM QUE FOI ESCRITA A BÍBLIA?
2-QUEM É O CENTRO DA BÍBLIA?
3-PARA QUE A BÍBLIA FOI ESCRITA?
4-QUAL O TERCEIRO OBJETIVO COM QUE FOI ESCRITA A BÍBLIA?
GRUPO 05:
1-O QUE SIGNIFICA PENTATÊUCO?
2-QUANTOS LIVROS CONTÊM O PENTATÊUCO?
3-O QUE SÃO LIVROS HISTÓRICOS?
4-QUANTOS SÃO OS LIVROS HISTÓRICOS?
GRUPO 06:
1-O QUE SÃO LIVROS SAPIENCIAIS?
2-QUANTOS SÃO OS LIVROS SAPIENCIAIS?
3-O QUE SÃO LIVROS PROFÉTICOS?
4-QUANTOS SÃO OS LIVROS PROFÉTICOS?
GRUPO 07:
1-O QUE SIGNIFICA EVANGELHO?
2- DE QUE FALAM OS EVANGELHOS?
3-DE QUE FALA O ATOS DOS APÓSTOLOS?
4-QUANTAS E QUAIS SÃO AS CARTAS DE PAULO?
GRUPO 08:
1-QUANTAS E QUAIS SÃO AS CARTAS PASTORAIS? E POR QUE SÃO CHAMADAS ASSIM?
2-QUAIS SÃO AS CARTAS CATÓLICAS E POR QUE SÃO CHAMADAS ASSSIM?
3-O QUE SIGNIFICA APOCALIPSE? DE QUE FALA ESSE LIVRO?
4-COM QUE ATITUDE DEVE-SE LER A BÍBLIA?
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W. Gruen
PEQUENO
VOCABULÁRIO
DA BÍBLIA
7ª edição
EDIÇÕES PAULINAS
TELEX (11) 39464 (PSSP BR) Rua Dr. Pinto Ferraz, 183 04117 SAO PAULO — SP END. TELEGR.: PAULINOS
Com aprovação eclesiástica
© EDIÇÕES PAULINAS - SÃO PAULO - 1984
ISBN 65-05-00179-6
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UMA PALAVRA SOBRE ESTE VOCABULÁRIO
Finalidade
A Bíblia está cada vez mais presente na caminhada de fé dos grupos populares. E cada vez mais as comunidades cristãs per-cebem este livro como seu. Com isto, cresce também a vontade de tirar todo o proveito possível da leitura bíblica.
Este Pequeno Vocabulário pode ajudar de quatro modos:
• Oferecendo INFORMAÇÕES básicas: que quer dizer talento, cavado, holocausto, dracma, paráclito? Houve mais de um Herodes? Imagem e ídolo são a mesma coisa?
• Dando ESCLARECIMENTOS sobre expressões que parecem estranhas: ira e vingança de Deus, sentido de tantas genealogi-as, simbolismo dos números (inclusive do célebre 666). De vez em quando, o modo de pensar do povo da Bíblia é bem diferen-te do nosso; assim, para muitos brasileiros, a palavra mar suge-re horas agradáveis na praia; para o israelita, o mar é símbolo do que é ameaçador, assustador.
• Corrigindo DISTORÇÕES bastante comuns: a respeito de judeus e fariseus, histórias das origens do mundo (a maçã do paraíso. . .), a lei do Talião (“olho por olho”).
• Sugerindo pistas para ô APROFUNDAMENTO de certas palavras importantes que muitas vezes nos passam desper-cebidas: amém, caminho, colheita, deserto, dúvida, nuvem, paz, violência.
Limitações
Ao mesmo tempo, é preciso levar em conta as limitações de um vocabulário como este.
• A Bíblia não foi escrita em português. O que nós temos são traduções. Ora, há diversos modos de traduzir uma mesma pa-lavra hebraica ou grega. Evidentemente, tivemos de escolher
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um desses modos. Assim, talvez, a sua edição da Bíblia use as palavras amor, escolha, recordar. Em vez disso, no Vocabulá-rio você encontrará, respectivamente, caridade, eleição, lem-brar. Este problema não será comum, mas fique atento.
• Uma mesma palavra pode ter diversos significados; depende da frase, da época e do ambiente de quem escreveu, da vivência de quem lê. Bom para alguns é quem reza muito e freqüenta a igreja; para outros, quem faz o bem; para outros ainda, quem se engaja, em nome de sua fé, na luta pela justiça. É o que se dá com palavras da Bíblia como justo, pobre, deserto. O contexto tirará a eventual dúvida.
• Em geral, este Vocabulário não trata de usos e instituições típicas de Israel, nem de teologia bíblica. Seria assunto demais para o tipo de livro que nos propusemos. Fica para outra vez. Nada impede, porém, que o grupo ou leitor da Bíblia entre nes-sas importantes questões.
Sugestões para o uso
Procurou-se fornecer o máximo de material no mínimo de pági-nas, deixando o devido espaço para a reflexão dos leitores. Não se veja, pois, neste Vocabulário, um estoque de produtos pron-tos para o consumo, e sim uma amostragem de estímulos para o aprofundamento da Bíblia. Nesse sentido, seguem algumas sugestões para o uso criativo do livrinho.
• Leia o verbete com atenção e espírito crítico. Se aparecer uma palavra em MAIÚSCULAS, é bom procurar aquela palavra no Vocabulário, para aprofundar o assunto. Deste modo, uma in-formação vai completando a outra. Para alguns, pode até ser interessante ler primeiro o Vocabulário todo, de ponta a ponta, para ter uma idéia geral dos assuntos tratados. Depois, o usará como livro de consulta para resolver dúvidas. Chamamos a atenção para três verbetes mais amplos que os demais: Geogra-
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fia da Palestina, História do Antigo Testamento e História do Novo Testamento.
• Discuta certos pontos de vista apresentados, como os sobre Adão, origens, caminho, sacerdote.
• Descubra e comente aspectos ideológicos ligados a certas palavras, mas que o Vocabulário não menciona. Por exemplo: a coroa é símbolo de dignidade. Por quê? Você concorda? Que símbolo você sugeriria? Atrás da linguagem vale a pena identi-ficar a posição social, as opções, de quem a usa. Evidentemente, condição para criticarmos é estarmos abertos à (auto) crítica.
• Para quem é compreensivo, não há coisas esquisitas. Atrás de um texto, é preciso ver o povo que se interessava por aquele assunto e os motivos que o levavam a tal interesse. Além disto, procure entender por que há gente que pensa diferente de nós. Verbetes como imagem, ídolo, lei, primícias, vestes podem ajudar: mostram como é amplo o espaço em que se move a ver-dade.
• Vá enriquecendo os verbetes. Eles são apenas sementes; aju-de-as a crescer. Não só: experimente preparar outros verbetes, como luz, árvore, escudo. Encontrará ajuda para isto nas notas explicativas da sua Bíblia, em dicionários bíblicos maiores e, principalmente, na leitura da Bíblia em grupo de fé.
Com cuidados como estes, diminuiremos o risco de fazer pouco das grandes palavras da Bíblia com um vocabulário tão peque-no.
Importante mesmo é, através de tantas palavras falantes, desco-brir aquele que dá sentido novo a todas elas: Jesus Cristo, a Palavra de Deus. Ele é a “última palavra”.
Dentro das possibilidades e limitações deste Vocabulário, sentiu falta de algum verbete? Escreva para o seguinte endereço:
CENTRO BÍBLICO
Rua Espírito Santo, 1059 - sala 101
30000 Belo Horizonte, MG
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OS LIVROS DA BÍBLIA E SUAS ABREVIATURAS
Ab Abdias
Ag Ageu
Am Amos
Ap Apocalipse
At Atos dos Apóstolos
Br Baruc
Cl Colossenses
1Cor 1ª Coríntios
2Cor 2ª Coríntios
lCr 1ª Crônicas
2Cr 2ª Crônicas
Ct Cânticos dos Cânticos
Dn Daniel
Dt Deuteronômio
Ecl Eclesiastes (Qohelet)
Eclo Eclesiástico (Sirácida)
Ef Efésios
Esd Esdras
Est Ester
Ex Êxodo
Ez Ezequiel
Fl Filipenses
Fm Filemon
Gl Gaiatas
Gn Gênesis
Hab Habacuc
Hb Hebreus
Is Isaias
Jd Judas
Jl Joel
Jn Jonas
Jó Jó
Jo João
lJo 1ª João
2Jo 2ª João
3Jo 3ª João
Jr Jeremias
AT Antigo Testamento
NT Novo Testamento
Js Josué
Jt Judite
Jz Juizes
Lc Lucas
Lm Lamentações
Lv Levítico
Mc Marcos
lMc 1º Macabeus
2Mc 2° Macabeus
Ml Malaquias
Mq Miquéias
Mt Mateus
Na Naum
Ne Neemias
Nm Números
Os Oséias
1Pd 1ª Pedro
2Pd 2ª Pedro
Pr Provérbios
Rm Romanos
1Rs 1 1º Reis
2Rs 2º Reis
Rt Rute
Sb Sabedoria
Sf Sofonias
Sl Salmos
1Sm 1º Samuel
2Sm 2º Samuel
Tb Tobias
Tg Tiago
1Tm 1º Timóteo
2Tm 2º Timóteo
1Ts 1º Tessalonicenses
2Ts 2º Tessalonicenses
Tt Tito
Zc Zacarias
s seguinte
ss seguintes
a.C. antes de Cristo
d.C. depois de Cristo
Os salmos são citados pela sua numeração no texto hebraico - ver SALMOS.
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A e Z. Ver ALFA E ÔMEGA.
Abbá. Em aramaico, a língua falada por Jesus, abbá quer dizer meu pai, papai. É com esta palavra de carinho e confiança que Jesus nor-malmente tratava o Pai, quando rezava. No AT, Deus é chamado de Pai em diversas ocasiões (SI 89,27; Eclo 23,1.4; Is 63,16;64,7; Jr 3,4); mas nunca com esta palavra familiar. A novidade pegou: os primeiros cristãos gostavam de dirigir-se ao Pai com a mesma palavra que Jesus usava: Rm 8,15; Gl 4,6.
Adão. Em hebraico, é substantivo comum: quer dizer homem, pessoa humana, incluindo as mulheres (ver Gn 5,2); refere-se principalmente à humanidade em geral. Por isso, o nome foi usado para falar do “pri-meiro homem”, nas ORIGENS da humanidade. De fato, as narrativas sobre Adão são reflexões sobre a natureza, o jeito do ser humano em geral. É também neste sentido mais profundo que o NT chama Jesus Cristo de “NOVO Adão”. É significativo o fato de em toda a Bíblia não haver nenhum indivíduo chamado Adão. Ver GÊNESIS - MAÇÃ.
Adúltero. Muito usado no sentido de infiel a Deus. Isto ajuda a enten-der Ap 14,4. Ver ALIANÇA - PROSTITUIÇÃO - NOIVA - AMÉM.
Água. Símbolo da vida e de tudo o que a faz crescer. Ver RIO. É também símbolo daquilo que livra da sujeira e da maldade. No plural, águas, ver MAR. Uso litúrgico da água: ver TENDA.
Aleluia. Aclamação típica do culto. Em hebraico, quer dizer louvai a JAVÉ.
Alfa e Ômega. Em Ap 1,8, Nosso Senhor é chamado “o Alfa e o Ômega”. Em grego, alfa é a primeira letra do alfabeto, corresponden-do ao nosso A; ômega, que corresponde ao nosso O, é a última letra. Por isso, em algumas traduções se lê: “Eu sou o A e o Z”. O sentido é
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claro: Nosso Senhor é o início e o fim; é tudo.
Aliança. Muitas vezes um povo une-se a outro, para benefício dos dois; assumem, então, um compromisso de fidelidade mútua. É assim que os israelitas viam sua união com Deus. Só que Deus não precisa da aliança; o povo é que precisa. Diante da infidelidade de muitos, Jesus Cristo inaugura a NOVA Aliança. Devido a traduções pouco exatas, em vez de Aliança passou-se a usar também a palavra Tes-tamento. É nesse sentido que se fala de Antigo e Novo Testamento: livros que falam, respectivamente, da antiga e da nova Aliança; ou mesmo, dos dois sistemas de vida. Ver ARCA (DA ALIANÇA) - BÍBLIA.
Alma. Na Bíblia, é a pessoa ou a vida da pessoa. Minha alma = eu; vossa alma ai vós; e assim por diante.
Amém. Em hebraico, quer dizer firme, sólido, certo, assim é. O nosso “assim seja” é bem mais fraco! No começo da frase, às vezes repetido, indica a certeza de alguém que tem autoridade para falar; quer dizer: palavra de honra; pode crer. No Ap 3,14 Jesus Cristo é chamado o Amém: a fidelidade, certeza, garantia em pessoa.
Anciãos. Antes da monarquia, eram os chefes de tribos, clãs e famílias que tinham especial autoridade entre o povo. Mesmo no tempo da monarquia e depois do exílio continuaram a ser ouvidos em assuntos do bem comum. No NT aparecem anciãos que são coordenadores de igrejas locais. Recebem o nome de presbíteros, palavra grega para dizer ancião, velho; mas é título de respeito por sua função na comu-nidade; a idade não conta. Ver HISTÓRIA DO AT – HERDAR.
Anjo. Em grego, a palavra quer dizer enviado, mensageiro. Nesse sentido, pode haver anjos a serviço de homens e até de demônios (Mt 25,41). Deus pode enviar, como seus mensageiros, um rei (2Sm 14,17), um profeta (Is 14,32), outras pessoas e até os ventos (SI 104,4). Ora, muitos israelitas imaginavam Deus como um rei sentado no trono, rodeado de milhões de seres celestes que o aclamam sem
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cessar. Estes seres recebem diversos nomes: EXÉRCITOS celestes, filhos de Deus, SANTOS de Deus. Quando Deus os envia para algu-ma tarefa na Terra, passam também eles a ser mensageiros, anjos. Quanto mais se considerava Deus distante da Terra, mais se sentia necessidade de intermediários: para defender os homens e explicar-lhes certas coisas em nome de Deus. O NT retoma este modo de pen-sar. Num texto bíblico, anjo que fala alguma coisa é como fundo mu-sical em filme ou novela: realça o que está sendo contado; insinua que é algo de grande, misterioso. É como se dissesse: atenção para estas palavras! Nesse caso, a mensagem é mais importante que o mensagei-ro.
Anjo do Senhor / Anjo de Javé. Maneira respeitosa de falar de Deus sem pronunciar seu NOME. Ou seja, o Anjo do Senhor é o mesmo Deus.
Apocalipse. Nome do último livro da Bíblia. Apocalipse, em grego, quer dizer revelação, ou seja, manifestação, explicação. Escrito em época de perseguição contra os cristãos, o livro desmascara os opres-sores e dá coragem aos oprimidos. Deus mostra aos homens o sentido da História humana, com suas lutas e vitórias, bem como a posição da comunidade cristã diante dos desafios da História. Assim fazendo, Deus se revela, nos diz como ele é. O Apocalipse tem um estilo enfei-tado que se reconhece à primeira vista: muito simbolismo — de CO-RES, NÚMEROS, seres estranhos, combates; freqüentes visões; ar de mistério. É um modo apropriado para tratar de assuntos que ninguém consegue expressar plenamente. Tem-se a impressão de que o Ap só descreve o fim do mundo; na realidade, este é um jeito de dizer aos oprimidos de todos os tempos que “no fim dá certo”, pois Deus olha pelo seu povo. Algo de semelhante dá-se com as histórias de ORI-GENS. Este modo de pensar e de escrever chama-se apocalíptico. Além do Apocalipse, há outros textos apocalípticos na Bíblia, como Is 24 a 27; Dn 7 a 12; Zc 12 a 14; Mc 13. Há também diversos escritos apocalípticos que não foram acolhidos entre os livros bíblicos, como o Livro de Henoque, a Assunção de Moisés, o Apocalipse de Abraão. Estes livros não foram escritos pelas personagens que figuram no
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título: foram atribuídos a elas por respeito, ou porque falam delas.
Apóstolo. Quer dizer enviado. Deus chama alguém e o envia entre os irmãos, em vista de um serviço na comunidade. Apóstolos são, de modo especial, os 12 cuja lista está em Mt 10,2-4. Ver PEDRO - E-LEIÇÃO - GALILÉIA.
Aramaico. Ver HEBRAICO.
Arca. É o mesmo que cofre, grande caixa. A arca da aliança era uma espécie de andor, uma caixa com varais, que podia ser carregada. Tinha l,25m de comprimento por 0,75m de largura e outro tanto de altura. Dentro da caixa estavam guardadas as tábuas da Lei, os 10 mandamentos. A arca da ALIANÇA era para os israelitas sinal da presença de JAVÉ, do Deus que ajuda o seu povo e caminha com ele. Ver DECÁLOGO - TENDA. Na narrativa bíblica do dilúvio, aparece outro tipo de arca: uma espécie de navio. Costumamos dar-lhe o nome de Arca de Noé.
Ascensão. Jesus, morto injustamente e ressuscitado, foi exaltado, assumido na GLÓRIA do Pai. Muitos textos do NT proclamam isto: (At 2,33-36; Rm 8,34; Ef 4,8-10). Lucas (Lc 24,51; At 1,9-11) ajuda-nos a aprofundar esta experiência de fé; e o faz através de uma série de símbolos. Por 40 dias (NÚMERO do que é completo), a Igreja é preparada para um novo modo de presença do Senhor ressuscitado (At 1,3). Depois, “à vista dos apóstolos” ( = eles têm certeza disto), Jesus é elevado até o CÉU. Cumpriu sua missão; agora ele é SENHOR e REI, “sentado à direita do Pai” (lPd 3,22). Bonito, alto, amplo, fonte de luz, calor e vida, o céu é símbolo da presença de Deus. Não vamos imaginar Jesus num lugar físico, lá em cima. A ascensão não é viagem de astronauta; é subida ao poder. As NUVENS são um modo de dizer que )esus está nas alturas, mas escondido de nós. Ele não está ausente, nem longe; pelo contrário: ao lado de Deus, ele pode estar bem pre-sente em todo tempo e lugar (Mt 18,20;28,20). Assim, ele ajuda a Igreja a promover o REINO DE DEUS e dá sentido à sua caminhada, até a VINDA final. É isto que explicam os dois “homens vestidos de
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BRANCO” ( = ANJOS).
Ázimos. Ver PÁSCOA.
Baal. Significa patrão, SENHOR. Era o título dado à divindade pelos cananeus, senhores e opressores dos HEBREUS.
Babilônia. Os israelitas foram maltratados e até vencidos por diversos povos ao longo da sua HISTÓRIA. Mas uma nação tornou-se para eles o símbolo da maldade; pois não só agrediu o povo, mas privou-o do que este considerava mais sagrado: a cidade santa de JERUSA-LÉM e o TEMPLO. Essa nação era a Babilônia. Por isso, Babilônia tornou-se na Bíblia sinônimo de forca do mal, opressora, inimiga. Ver HISTÓRIA DO AT.
Batismo. Em grego, esta palavra quer dizer mergulho, imer-são. Em linguagem simbólica, a pessoa pode estar mergulhada no sofrimento (Mc 10,38; Lc 12,50). O mergulho na água é símbolo de PURIFICA-ÇÃO: ao sair da água, o batizado é “outra pessoa”. Entre os judeus, como entre outros povos, praticavam-se banhos que simbolizavam esta purificação. João Batista traz um elemento novo: exige conversão (Lc 3,3-14). Embora não precise de conversão, Jesus pede o batismo de João, em humilde solidariedade com os pecadores, que somos to-dos nós. Depois da Ressurreição, Cristo ordena à Igreja que batize em nome do Pai e do Filho e do Espírito Santo — isto é, estabelecendo um relacionamento todo especial com as três Pessoas (Mt 28, 18-20; ver sentido semelhante, mas em relação a Moisés, em ICor 10,2). Este relacionamento com Deus implica uma vida de conversão e de elimi-nação do pecado, de fé. Mergulhar nas águas do batismo e delas sair é, pois, morrer e ressuscitar com Cristo (Rm 6,3s; Cl 2,20-3,4). Isto é obra do Espírito Santo (Mt 3,11; At 1,5).
12
eber. Ver CÁLICE.
24-26; Rm 1,7; 1Cor 1,3; 16,23;
Cor 1,2; 13,13. Ver MALDIÇÃO.
esta do Apocalipse. Ver NUMERO, pelo final do verbete.
referelivros.
Para os nomes de todos os livros da Bíblia,
eja a página 6.
B
Bênção / Bendizer. Só Deus tem o poder de abençoar; e o faz livre-mente, por amor. A bênção de Deus não só faz o homem ter saúde, fecundidade, bem-estar; ela faz o homem ser mais gente, mais de Deus. Quem recebe a bênção de Deus está preparado para enfrentar a vida. Uma das grandes bênçãos para o homem é poder bendizer, isto é, louvar a Deus por tudo o que ele fez e faz. Algumas bonitas fór-mulas de bênção na Bíblia: Nm 6,
2
B
Bíblia. Palavra de origem grega; significa “livros”. Os escritos que formam a Sagrada Escritura são os livros mais importantes que exis-tem; por isso, foram chamados simplesmente de “os Livros”. Na pró-pria Bíblia ainda não se encontra este nome para a coleção completa dos escritos bíblicos. Mas no texto grego de 1Mc 12,9, “biblía”
-se aos livros santos então existentes e reconhecidos como tais. A Bíblia dos cristãos compreende o Antigo e o Novo Testamento (ver ALIANÇA); a dos judeus não tem o Novo Testamento. Ver HISTÓ-RIA DO AT - HISTÓRIA DO NT. As edições protestantes da Bíblia, no Antigo Testamento, têm 7 livros a menos que as católicas. Não se deve ver nisto nenhuma má intenção, nem de um lado nem do outro. O problema é antigo. Do séc. III ao séc. II a.C, os escritos bíblicos foram sendo traduzidos para o grego na assim chamada Versão dos 70. Esta importante tradução acolheu como bíblicos diversos livros e trechos que o judaísmo oficial, na Palestina, mais tarde rejeitou: Tb, Jt, 1 e 2Mc, Br, Sb, Eclo e mais alguns trechos de Est e Dn. A primiti-va Igreja cristã usava muito a Versão dos 70. Por isso, esses livros estão nas Bíblias de edição católica, mas não nas de edição judia. A partir do século passado, também os protestantes os têm retirado de suas edições. São chamados de livros “deuterocanônicos”; os protes-tantes os chamam de “apócrifos”. No NT, católicos e protestantes têm a mesma lista de
v
13
ou palavra que ofende a Deus. Principalmente,
o falar mal de Deus.
ode expiatório. Ver EXPIAÇÃO.
eus como defesa; os opressores sentem todo o seu
eso. Ver MÃO.
ranco. Ver CORES.
ice que deve ser bebido (Mt
0,22; Lc 22,42; Jo 18,11). Ver VINHO.
discípulos de
sus. O termo caminho sugere dinamismo, movimento.
lavra ARAMAICA que significa ZELOSO. Ver
ISTÓRIA DO AT.
Blasfêmia. Todo gesto
é
B
Braço de Deus. O poder de Deus. Os fracos e oprimidos experimen-tam o braço de D
p
B
Cálice. Em sentido figurado, o cálice pode ser algo de bom ou de mau, conforme seu conteúdo. Fala-se do cálice da IRA de Deus. Beber o cálice é experimentar forte sofrimento. No bom sentido, o próprio Deus faz transbordar o cálice, isto é, dá os bens com fartura. Pensan-do bem, toda a vida do homem é um cál
2
Caminho. Pode simbolizar o jeito como a pessoa vive, ou aquilo que a orienta. Daí, expressões como bom caminho, mau caminho, os ca-minhos de Deus. No NT, o caminho é Cristo; é também o EVANGE-LHO e o jeito como vivem as primeiras comunidades de
Je
Canaã / Cananeu. Canaã foi um antigo nome da PALESTINA. Ca-naneus eram pessoas que lá viviam. Os “reis de Canaã” eram os pode-rosos do país, que oprimiam os pequenos. Acabaram sendo vencidos pelos israelitas. No tempo do NT não havia mais cananeus no país. Quando Mt 15,22 chama uma mulher siro-fenícia (Mc 7,26) de cana-néia, é para frisar que ela não tinha nada de judeu. O apóstolo Simão é chamado de cananeu no texto grego de Mt 10,4 e de Mc 3,18. Geral-mente, as versões em português trazem zeloso ou zelote(s). E têm razão, pois aí cananeu não quer dizer de Canaã ou da cidade de Caná; corresponde a uma pa
H
14
o judamo,
como a cruz é o símbolo dos cristãos. Ver LÂMPADA.
m modo hebraio
de falar; nós diríamos “o mais belo dos cânticos “.
e. A palavra é usada sempre no sentido de amor, não no de
mola.
abusos a serem evitados. O AT já
la dos dons do Espírito: Is 11,2.
(Mt 26,41). Ou ainda, alguém do mesmo sangue, parente (Gn
,23).
onfiar em carros e
valos — hoje diríamos na corrida armamentista.
Candelabro de 7 braços. Trata-se de um candelabro com um braço central, mais 3 de cada lado, como se fossem galhos curvos de uma árvore. É descrito em Ex 25,31-39. Alimentado com óleo de oliveira, devia ficar aceso dia e noite, no Templo. Um candelabro assim já era conhecido fora de Israel; era símbolo da árvore do mundo ou da vi-da.Para uma explicação israelita, ver Zc 4,2-5.10: as luzes são os o-lhos de Deus; 7 é o NÚMERO da perfeição. Ou seja: Deus vê tudo o que se passa no mundo. Este candelabro tornou-se o símbolo d
ís
Cântico dos Cânticos. Nome de um livro do AT. É u
c
Caridad
es
Carisma. Palavra grega que significa dom, graça. No NT, carismas são os dons que o ESPIRITO SANTO distribui na comunidade em vista do bem comum. Assim, é carisma ser apóstolo, profeta, pastor, falar em línguas diferentes; mas tudo isto deve servir para o bem da comunidade. Ver principalmente 1Cor 12 a 15, onde São Paulo expli-ca como usar os carismas e quais os
fa
Carne. O corpo humano ou dos animais; ou, mais genericamente, a pessoa na sua realidade histórica (“ o Verbo se fez carne”, Jo 1,14); pode ser também a pessoa considerada em sua fraqueza, limitações, pecado
2
Carro. Puxado por CAVALOS, era uma das armas mais poderosas de um exército. Por isso, era sinal de poderio, de riqueza. Os israelitas mais conscientes insistiam em que não se devia c
ca
15
= casa do pão,
u do deus Lahmu), Betsaida (= casa da pescaria) etc.
um pacífico jumento: sua força é
utra (ler Mt 21,2). Ver CARRO.
efas. Ver PEDRO.
r REINO DE
EUS - TENDA - ASCENSÃO. Céu e terra = tudo.
hifre. Símbolo do poder e da força (SI 18,3).
de dor, luto, penitência; bem como da brevidade e limitaão
da vida.
a pertença ao povo de Deus.
o NT é, às vezes, símbolo do judaísmo.
oélet. Ver ECLESIASTES.
Casa. Pode significar morada, família, clã ou tribo, sociedade. A casa simboliza a vida da família. Assim, há coisas que constroem a casa e há as que a derrubam. Há a casa de Deus e a casa da servidão. Muitos nomes próprios da Bíblia são formados com a palavra casa, em he-braico bet: Betel (= casa de Deus), Belém (de Betlehem
o
Cavalo. De grande utilidade no exército. Por isso, é o símbolo do poderio militar de um povo. Zc 9,9 anuncia que o MESSIAS virá montado não num cavalo, mas n
o
C
Céu. Lugar físico onde brilham os astros. É também a morada de Deus (SI 2,4); mas só simbolicamente; os israelitas sabiam que Deus é maior que qualquer espaço (1Rs 8,27). Pode ser até um jeito para falar de Deus, evitando de pronunciar seu santo NOME. Ve
D
C
Cinza. Sinal
ç
Círcuncisão. Corte da pele que cobre a cabeça do pênis, praticada no menino no oitavo dia depois do nascimento; corresponde à operação de fimose. Para os judeus, tem um sentido semelhante ao do batismo para os cristãos: é sinal da ALIANÇA e d
N
C
Colheita. A gente colhe os frutos do que plantou. Também em sentido figurado. A colheita é, então, símbolo da alegria. Mas ela lembra tam-bém a debulha do que não serve. Daí que a colheita simboliza, várias
16
roprietário a parte dele. Neste sentido,
t 3,12;13.30;25,24; )o 4,47.
e conhecer pode referir-se, na Bíblia, às
lações conjugais (Lc 1,34).
onsagrado. Ver SANTO.
onversão. Ver PENITÊNCIA.
falou no seu coração = pensou; dá-me teu corao
= presta atenção.
ido que nós somos ovelhas do rebaho
de Cristo. Ver PÁSCOA.
vezes, o juízo de Deus, fonte de alegria ou de tristeza, conforme a vida de cada um. No NT, com freqüência, a imagem da colheita insinua a seriedade da prestação de contas. Pois, na época da colheita os traba-lhadores tinham de pagar ao p
M
Conhecer. É ter não só a idéia, mas a experiência vivida de uma rea-lidade: é sentir, penetrar. Como quando dizemos em português: co-nhecer a vida, a dor, a realidade. Conhecer a Deus é ser seu íntimo (To 1,18). Assim se entende por qu
re
C
C
Coração. É o íntimo da pessoa. Geralmente corresponde ao que nós, hoje, chamamos de mente, consciência, intenção. Os pensamentos do coração = os projetos;
çã
Cordeiro. A ovelha, e mais ainda o cordeiro, é animal manso, dócil ao pastor, sereno mesmo quando atacado ou levado ao matadouro. Nos SACRIFÍCIOS oferecidos a Deus, era um dos animais preferidos. Em Is 53,7, é símbolo do SERVO de Deus que sofre em EXPIAÇÃO pelos pecados dos homens. Em Ex 12, o cordeiro pascal torna-se MEMORIAL da libertação do povo israelita. Por tudo isso, o NT, especialmente o Ap, gosta de aplicar a Jesus Cristo o título de cordei-ro. Um detalhe que pode ter ajudado: em aramaico, língua falada por Jesus, a mesma palavra talya significa servo e cordeiro. É bom lem-brar que a mansidão do cordeiro deve ser complementada com a fir-meza persistente e a consciência histórica do Servo de Deus de que fala Is 42,4. É também neste sent
n
Cores. Muitas vezes têm valor simbólico. O branco pode simbolizar
17
Jr 4,28; Ct 4,7-8);
vermelho pode ser símbolo de violência (Ap 6,4).
uma coroa, esta veio a
r também símbolo da vitória e do prêmio.
ôvado. Medida de comprimento; corresponde a 45cm.
me surgiu em Antioquia
t 11,26). Ver DISCÍPULO.
risto. Ver MESSIAS.
ulto. Ver SANTO.
inocência (Is 1,18), alegria (Ap 2,17), ou glória celeste (Mt 17,2); o esverdeaáo, a peste (Ap 6,8); a púrpura, a riqueza (Lc 16,19) ou ma-jestade (Jo 19,2); o preto, algo de negativo ou mau (
o
Coroa. Símbolo de dignidade e majestade. Visto que, antigamente, o prêmio de certas competições ou façanhas era
se
C
Cristão. Significa seguidor de CRISTO. O no
(A
C
C
D
Decálogo. Ao pé da letra significa dez palavras. É assim que chama-mos os Dez Mandamentos - fórmula curta e fácil de decorar das prin-cipais normas de comportamento do povo israelita. O decálogo apare-ce, com leves variantes, em Ex 20,1-17 e Dt 5,6-21. Há também um decálogo cultuai em Ex 34,10-26 e até uma espécie de decálogo em forma de oração, o SI 15. Jesus resumiu todo o decálo
m
D
D
18
rgunta-se pela ORIGEM de Jesus e dos hoens;
pela sua natureza.
o deserto
ão saiu deles. Ver HISTÓRIA DO AT - ÊXODO - MANÁ.
eus. Ver REI - ROCHEDO - SANTO - VERBO -ESPIRITO.
eira constituição” de Israel o
ódigo da Aliança - Ex 20,22 a 23,33.)
iácono. Quer dizer servidor (como a palavra ministro). Ver SERVO.
De onde. No Evangelho segundo João aparece, diversas vezes, esta questão: de onde são Jesus, sua obra, seus sinais, o vinho bom que ele dá? De onde são as pessoas que se relacionam com ele? Não é apenas uma questão de lugar; pe
m
Deserto. Libertado da opressão do Egito, mas ainda longe da terra que buscava, o grupo de HEBREUS chefiados por Moisés fez a experiên-cia do deserto, que marcará o povo israelita durante toda a sua histó-ria. Falar em deserto é lembrar sofrimento, solidão, fraqueza e falta de tudo. Entretanto, o deserto é também lugar de purificação, de aprendi-zagem, de amor que sofre, mas espera e assim amadurece. É o lugar dos grandes silêncios, em que às vezes se ouve mais distintamente a voz de Deus e se pode refletir melhor sobre o que ele diz. É ainda símbolo do que é passageiro, pois obriga a caminhar, a renunciar, mantendo viva a fé. Acima de tudo, é lugar da experiência do Deus JAVÉ, que está aí e caminha à frente dos que se empenham pela liber-tação. Ao longo da Bíblia, nota-se mais simpatia pelo deserto do que pela vida na cidade: muitos israelitas saíram do deserto, mas
n
D
Deuteronômio. Literalmente, segunda via, ou cópia, da LEI (alusão a Dt 17,18). Mais que isso, o Dt é como que a segunda constituição dos israelitas, enriquecida de reflexões sobre seu sentido para a caminhada do povo. (Pode-se considerar como “prim
C
D
Dia do Senhor. Inicialmente, os israelitas estavam acostumados a olhar muito para o passado, lembrando as coisas maravilhosas que Deus tinha feito por eles. A partir do profeta Amos (séc. VIII a.C), começaram a olhar também com expectativa para um grande aconte-cimento futuro, um dia de luta e de vitória do bem sobre o mal, que
19
ria para os
(palavra que vem do latim, dominicus, do Senhor). Ver SÁ-
ADO.
re tem algo a aprender - do seu Mestre e dos irmãos. Ver CRISTÃO.
A DO SENHOR - SÁBADO - DIA DO SEHOR
- SENHOR.
ons do Espírito Santo. Ver CARISMA.
ormir. Ver SONO.
as como fonte de glória e de poder (Mc 12,38-40; ICor
,17-31).
valia o mesmo que um denário, ou seja, o
lário-mínimo de um dia.
o,
e tomada de posição. Duvidar é não ter a coragem que vem da fé.
será a solene manifestação de Deus. Esse dia será de aleg
bons, mas de humilhação para os maus. Foi chamado o 20 Dia do SENHOR, ou de JAVÉ. No NT, está ligado à solene manifes-tação da segunda VINDA, gloriosa, de Jesus Cristo. Com referência a esse Dia do Senhor encontra-se também, tanto no AT como no NT, a simples expressão “aquele dia”. Em Ap 1,10, o Dia do Senhor é o domingo
B
Discípulo. Quer dizer seguidor, aprendiz. O discípulo de Cristo sem-
p
Domingo. Ver VIND
N
D
D
Doutor da Lei. Especialista em Bíblia. É também chamado escriba. Não está dito que é ele quem melhor aproveita a Bíblia (Mt 11,25; Jo 3,10). Pelo contrário: ele corre o risco de usar do seu saber não como serviço, m
1
Dracma. Moeda grega que
sa
Dúvida. Na Bíblia hebraica não se encontra esta palavra. Claro, a atitude de dúvida era conhecida; mas a omissão do termo diz muito. No NT fala-se em dúvida. Mas não no nosso sentido de incerteza da mente de quem não tem opinião formada; a dúvida é falta de decisã
d
20
clesiastes. Quer
E
ja. É o nome de um livro do AT, hoje às vezes chamado Coélet, que é a forma hebraica. Eclesiástico. Nome de um livro do AT, assim chamado porque era muito lido na Igreja. Antes, pelo nome do autor, chamava-se Sabedo-ia de Jesus, filho de Sirac. Hoje está
r
outra maneira de dizer filho de Sirac. O Eclesiástico não está nas edi-ções judias e protestantes da BÍBLIA. fraim. Nome de pessoa e da principal t
E
Muito usado para designar todo o Reino do Norte (= Reino de Israel). Ver HISTÓRIA DO AT - PALESTINA. Eleição / Eleito. A Bíblia menciona a eleição, por parte do povo, de certos líderes: 1Sm 12,13; Esd 10,16; At 6,5. Porém muito mais des-taque é dado à eleição, ou seja, à escolha, feita pelo mesmo Deus. É um modo de afirmar que Deus está ativamente presente na História, mas que ele age através das comunidades e das pessoas. Assim, esco-lhe um povo - o “povo eleito” - que deverá ter e irradiar uma consci-ência bem viva dessa presença divina na História humana. Escolhe também certas pessoas daquele povo. No NT, eleitos por Deus, ou por Jesus Cristo, são os cristãos (Mt 24,22; lTs 1,4; vários trechos da lPd); os pobres (Tg 2,5); certos líderes, como os APÓSTOLOS. Por que ssas escolhas
e
em vista da prestação de serviços, para o bem de todos os homens. Ver SERVO. Epístola. Há cartas que devem servir à comunidade e não só a particu-lares. Os antigos as chamavam de epístolas. Um tipo de epístola é a que hoje se conhece como “carta aberta”. Os escritos de São Paulo ão, em geral, epístolas; também as ca
s
21
az tropeçar no CAMINHO. Em sendo
figurado, muitas coisas nos podem fazer tropeçar, por causa de
bem. Nesse sentido, até Deus pode
r escândalo para nós (Is 8,14).
spinheiro / Espinho. Ocupa espaço sem fazer nada; não dá fruto;
é a sua ação, sua força, seu dinamismo. Às
ezes, já no AT, é chamado Espírito Santo. O NT é bem mais detanto
e de sua ação. Ver CARISMA. Espíris
impuros: ver SATÂ.
sverdeado. Ver CORES.
ficial altamente graduado do exército (2Rs 25,19). Em Mt 19,12, no
do REINO DE DEUS.
o Eu
ou. Javé é o único que tem existência com-
Judas. A Epístola aos HEBREUS mais parece um sermão, acompa-nhado de uma cartinha final (13,22-25). Escândalo. É alguma coisa que f
ti
nossa má vontade ou resistência ao
se
Escriba. Ver DOUTOR DA LEI.
E
pelo contrário, estraga o terreno e machuca quem chega perto. É sím-bolo do ímpio (Jz 9,14). Espírito. A palavra hebraica significa vento, hálito, sopro de vida; pode ser também o jeito da pessoa, sua consciência, seu entusiasmo ou dinamismo. Nesse sentido, opõe-se a CARNE. Também se chamam espíritos certas realidades invisíveis, boas ou más, que agem no mun-do. O Espírito de Deus
v
lhado ao falar do Espírito Sa
to
E
Eucaristia. Ver PARTIR o PÃO. Eunuco. Era um homem sexualmente impotente, que tomava conta da moradia das mulheres dos governantes (harém). Daí a palavra passou a significar camareiro, ou homem da confiança do governante, ou até
o
final do versículo, a palavra recebe um simbolismo profundo: refere-se aos que escolhem vida celibatária por causa
Eu Sou. Ex 3,14 explica o NOME divino JAVÉ como significand
S
22
tou quatro deles na lista
os livros bíblicos: Mateus, Marcos, Lucas e João. Note que é mais
ou até os astros e todo o unierso.
Nesse caso são chamados exércitos porque se movem em orchefe
supremo, Deus. Por isso, Deus
os exércitos significa Deus poderoso.
de de nós; a libertação a que ele chama e que ajuda a
alizar. É por isso que, ao longo da Bíblia, aparecem tantas alusões,
23pleta; é o único Deus. No NT, Eu Sou é atribuído a JESUS: Jo 8,24.28.58; 13,19; Ap 1,8. Trata-se, pois, de uma profissão de fé. Evangelho. A segunda parte desta palavra (. . . angelho) lembra a palavra ANJO. Assim como anjo == mensageiro, evangelho quer dizer boa mensagem, ou notícia alegre. É a mensagem da salvação que Jesus Cristo veio trazer, com sua vida e palavra. Antes de ser escrito, o evangelho foi vivido e anunciado. Foi sempre bem mais que uma biografia de Jesus. Aos poucos, surgiram vários escritos que também tomaram o nome de evangelho; a Igreja acei
d
exato dizer “evangelho de Jesus Cristo segundo Mateus” do que dizer simplesmente: “evangelho de Mateus”. Exércitos / Deus dos Exércitos. Os exércitos de que fala a Bíblia po-dem ser os da terra (israelitas ou de outros povos); conforme o texto, podem ser “exércitos do céu”: ANJOS,
v
dem, obedecendo em tudo ao seu
d
Exílio. Ver HISTÓRIA DO AT. Êxodo. Segundo livro do AT, em que a saída do Egito ocupa parte muito importante. Êxodo quer dizer saída. A Bíblia lembra continua-mente a caminhada dos pobres pelos desertos da vida; a desinstalação que Deus pe
re
diretas ou veladas, ao êxodo. Ver PÁSCOA - HISTÓRIA DO AT - DESERTO. Expiação. Expiar é como que acalmar a Deus, depois que se procedeu mal. Claro, Deus não perde a calma. Porém, para o homem, é muito educativo apresentar a Deus um gesto cultuai de reparação e expressar o desejo de ficar limpo do mal feito. Assim, Lv 16 descreve um suges-tivo rito de expiação: um bode recebe, como carga simbólica, todos os
23
paga o
ato” pelas faltas dos outros. No NT fala-se muito em reconciliação
do homem com Deus. Toda expiação e reconciliação é obra da graça
de Deus, não simples iniciativa do homem. Ver SACRIFÍCIO.
pecados da comunidade; em seguida, é conduzido ao deserto, para despejar lá todos esses pecados e depois morrer. Daí vem o nosso costume de chamar de “bode expiatório” uma pessoa que “
p
F
Família. Ver IRMÃO
Faraó. Título de vários reis do antigo Egito. A palavra significa “casa grande”. Ver POVO. Fariseu. Membro de um grupo religioso judaico, composto em grande parte de leigos. Os fariseus eram piedosos, estudiosos, observantes e mestres da LEI. Acreditavam na vida eterna e valorizavam a tradição dos seus antepassa
a
juízo negativo de todo o grupo; mas são defeitos sérios e devem pôr--nos de sobreaviso. Fermento. Em clima quen
D
Uma vez ou outra, no NT, tem também bom sentido, como algo que faz crescer. Ver PÁSCOA. Festa. Faz pensar logo em familiaridade, descontração, alegria. Mui-tas vezes simboliza a alegria da família dos filhos de Deus, reunidos definitivamente com seu Pai na vida eterna. Mesmo quando sua ori-gem era agrícola ou pastoril, toda festa de ISRAEL acabava sendo ligada a um acontecimento da sua História. A celebração das fes
24
uito importante para a vida religiosa de Israel. Era também uma das
E-COSTES -
ENDA - LUA NOVA - JUBILEU - SÁBADO - LEMBRAR.
filho de Davi significa descendente dele. Ora, aos poucos Davi
i sendo visto como o antepassado do rei libertador que se esperava,
omo aquele que, com a autoridade de Deus, virá um dia
ara julgar os vivos e os mortos. Nesse sentido é sempre usado com
O. Às vezes representa a provação purificadora, à semelhança
o fogo que purifica o ouro e a prata. E, naturalmente, há o fogo do
u) é o raio (Jó 1,16; 2Rs 1,9-
4).
Fração o Pão. Ver PARTIR O PÃO.
m
principais formas de catequese. Ver PÁSCOA - PENT
T
Filha de Sião. Ver JERUSALÉM - MULHER - SIÃO. Filho de Davi. Filho nem sempre o é em sentido biológico direto. Assim,
fo
do MESSIAS. Daí que, no NT, Filho de Davi é título messiânico de Jesus. Filho do Homem. Filho de homem (sem artigo) significa homem, gente simples. A partir de Dn 7,13s começou a tomar um sentido mis-terioso, de alguém muito unido a Deus. Por isso, no NT, além do sen-tido genérico e popular, a expressão passou também a referir-se a Jesus Cristo c
p
dois artigos definidos: o Filho do Homem. Ver VINDA DO SENHOR - MESSIAS. Fogo. Com freqüência, tem valor simbólico: é manifestação da pre-sença de Deus (Ex 3,2; 2Rs 2,11), do seu juízo (Mt 3,10), ou do casti-go do mal (Nm 11,3; 2Rs 1,9-16; Mt 13, 40ss; Tg 5,2-4). Ver IN-FERN
d
amor (Lc 12,49). Fogo de Deus (do cé
1
d
Galaad. (Também se escreve Gilead). Nome de um monte, e seus
25
a-se Transjordânia
“além do Jordão” - Mc 3,8; 10,1). Nos mapas aparece o nome
tes, eram galileus. Os principais lugares
a Galiléia que aparecem no NT são: Cafarnaum, Caná, Tibería-des,
ra o lugar onde se queimava o
xo da cidade. O fogo que ardia continuamente nessa grande lixeira
arredores, ao leste do rio Jordão. Depois, o nome vai sendo aplicado a uma região cada vez maior (2Rs 10, 33), até alcançar todo o território além do Jordão (1Mc 5,17). Por isso, no NT cham
(=
Peréia, que tem o mesmo significado (do grego péran = “do outro lado”). Ver GEOGRAFIA DA PALESTINA. Galiléia. No tempo do NT, era o nome da região norte da PALESTI-NA. Abrangia parte do antigo Reino do Norte. Por séculos tinha tido uma população misturada de israelitas e pagãos de diversas origens. No último século a.C, a região voltou a ser judaizada, por vezes à força. Mas os galileus não eram tão observantes da religião como seus irmãos da Judéia, no sul. Por isso, os do sul não tinham lá muita esti-ma por eles. Os galileus eram mais abertos e dados que o povo do sul; engajavam-se mais em movimentos de libertação. Jesus Cristo foi criado e viveu quase toda a sua vida na Galiléia. Os APÓSTOLOS, com exceção de Judas Iscario
d
Nazaré, Naim, o Lago de Genesaré. Ver o mapa da 4? capa - GEO-GRAFIA DA PALESTINA. Geena. Em hebraico quer dizer Vale (dos filhos) de Hinom, persona-gem da qual nada sabemos. O vale ficava ao sul de Jerusalém e, desde o tempo do rei Josias (séc. VII a.C), e
li
passou a ser símbolo do castigo dos ímpios, no sentido mais profundo e definitivo do termo. Ver INFERNO. Genealogia. Encontramos freqüentemente na Bíblia pequenas ou grandes genealogias, ou seja, listas de antepassados. Nessas listas, as expressões “fulano gerou sicrano” ou “é filho de sicrano” não preci-sam ser tomadas ao pé da letra, como tratando-se de pai e filho. Quer-se apresentar um quadro da organização social israelita. Uma genealo-gia pode parecer um texto seco, sem graça. Na realidade, é muito expressiva. Fala dos grupos humanos como de uma grande família; da solidariedade que une gente de diversos lugares e tempos; chama a
26
ar quem tem o direito
e se dizer israelita, com exclusão dos demais. Mt 3,9 lembra, porém,
, da cultura, dos diversos povos, do
ovo israelita. Mas não está interessado em explicar como tudo isto
ureza e o sentido da vida e
a história de tudo o que existe.
rael propriamente dita, ocupava uns 15.500 km ; caberia quase
atenção para o fato de que a vida continua, dando um recado de espe-rança. Algumas vezes, a genealogia visa registr
d
que até de pedras Deus pode suscitar filhos a Abraão. Genesaré. Ver GALILÉIA - GEOGRAFIA DA PALESTINA. Gênesis. Nome do primeiro livro do AT. Gênesis significa origem. De fato, o livro reflete sobre as ORIGENS do universo e da Terra, do homem e da mulher, do pecado
p
surgiu; e sim, aprofunda, à luz da fé, a nat
d
Gentios. Ver NAÇÕES. Geografia da Palestina. Ver o mapa da 4a capa. A Terra de ISRAEL está situada no Oriente Próximo. A oeste é limitada pelo mar Mediter-râneo, constituindo quase 200 km de costa, com poucas enseadas e portos naturais; acompanhando este litoral, há a longa planície costei-ra. Ao leste, o país é cercado por mais águas: em cima, o Lago de Ge-nesaré (21 x 12 km); em baixo, o Mar Morto (75 x 16 km); ligando os dois, o Rio Jordão (320 km de percurso em apenas 105 km de distân-cia). De norte a sul, há uma coluna vertebral de colinas e montes, só interrompida na Galiléia Inferior pela fértil planície de Esdrelon (tam-bém chamada de Megido ou Jezrael). No sul, perto do Mar Morto, está o deserto de Judá, constituído de montanhas calcárias (não de areia!). Ainda mais para o sul está o Neguev, região semi-árida, quase toda de deserto. O que acabamos de descrever chama-se Cisjordânia, ou seja, território “para cá” do Jordão; o que fica a leste do Jordão chama-se Trans-jordânia, e nunca chegou a ser ocupada realmente pelos israelitas. Ver GALAAD. Mesmo assim, somando a área das duas regiões, ou seja, o maior território que os israelitas ocuparam em tempos bíblicos (na época de Davi e de Salomão), dá uns 25.000 km2, menos que o nosso Estado de Alagoas. A Cisjordânia, ou seja, a Terra de Is2
três vezes no Estado do Rio de Janeiro. De norte a sul a Terra de Israel
27
, os invernos são frios, com chunos
straram-se bastante abertos também à
fica bastante separado dos outros: a oeste, o Mar; a leste, o
a
os em conta esses dados, será mais fácil entendermos um
to bastante freqüente na Bíblia: tanto no AT como no NT, certas
não chegava a 250 km; de leste a oeste, na parte mais larga, dava 80 km. O país tem três climas principais. Na planície costeira ao longo do Mediterrâneo, o clima é moderado: temperaturas nem muito frias nem muito quentes; chove bastante, principalmente no inverno (de novem-bro a março). Na região montanhosa
vas e até neve ocasional; o calor do verão não é excessivo. No deserto e no vale do Jordão, o clima é moderado, com poucas chuvas; mas no norte no vale do Jordão chove bem. Recursos naturais: o Norte, principalmente nas planícies, é fértil, bom para a agricultura. O Lago de Genesaré dá muita pesca. O Sul é me
rico; mas as colinas de Judá se prestam para a atividade pastoril. O' deserto só pode ser aproveitado com muito esforço e criatividade. Para uma bela descrição dos recursos materiais de Israel, leia Dt 8,7-9. A geografia do país ajuda a entender diversas expressões bíblicas. Para alguns exemplos, ver DESERTO - FERMENTO - LEITE E MEL - MAR - NUVEM - VINHO. Aliás, a geografia ajuda a entender tam-bém outras coisas. O Norte, fértil, era de vida menos problemática; os habitantes eram mais expansivos; em contato com vizinhos pagãos, foram influenciados por eles; mo
fé cristã. O Sul era mais isolado, fechado; por ter menos recursos naturais e pela presença de JERUSALÉM, foi marcado pelo funciona-lismo público e pelo legalismo. O país
Jordão, e depois o deserto sírio-arábico. Pelo Sul (Neguev), o acesso era no mínimo difícil. Toda comunicação com fora dava-se, pois, pelo norte. Esta região tão isolada era, porém, passagem terrestre obrigatória entre o Egito e a Mesopotâmia (Assíria, Babilônia), entre a África e
Ásia. Bela, rica, freqüentada e fraca, a terra de Israel será sempre cobiçada pelos poderosos impérios vizinhos. Será agredida e oprimida por todos eles. E a todos eles sobreviverá! Ver HISTÓRIA DO AT. Se tomarm
fa
indicações que parecem só geográficas são, na realidade, mensagem religiosa.
28
grane
glória. A glória de Deus é o próprio Deus, ou sua manifestação aos
lavra sugere algo
e bom ou importante. Saciar de gordura = alegrar (SI 63,5; Jr 31,14);
Deus. Da parte dos
omens, é gratidão, agradecimento (“dar graças”). Note que “achar
oi chamada de
ersão dos 70. E o NT? Devia servir a muita gente fora da Palestina;
por isso, foi todo escrito em grego. Quando o NT fala de gregos, quer
referir-se a não-judeus de língua grega. Ver BÍBLIA.
Glória. Para nós, lembra fama, renome, celebridade. Em hebraico, glória corresponde à nossa palavra peso: é o valor bem pesado e avali-ado, a importância. Mesmo onde não há celebridade, pode haver
d
homens, seu poder salvador. Para os homens, glorificar a Deus é hon-rá-lo, reconhecer e louvar o seu valor — por palavras e por atos. Gordura. Para os antigos israelitas, é na gordura que se percebem os sentimentos. Nos sacrifícios cultuais, a gordura era julgada parte no-bre do animal, reservada a Deus. Por tudo isso, a pa
d
os gordos do país são os graúdos (SI 22,30); o que não significa que eles sejam sempre os bons ou estimados pelo povo. Graça. É a manifestação gratuita da bondade de
h
graça diante de alguém” não é o mesmo que “achar engraçado”; signi-fica ser bem aceito por ele (Lc 1,30; Gn 6,8). Grego. Os habitantes da Grécia andaram fundando colônias comerci-ais em diversos pontos costeiros do Mar Mediterrâneo. A partir do séc. IV a.C, suas conquistas militares espalharam ainda mais a língua que eles falavam. Era bonita, expressiva, simples. Foi-se tornando a língua comum das principais regiões do mundo antigo. Até os judeus sentiram esta influência. Fora da PALESTINA, muitos judeus só sabi-am falar grego. Foi assim que, nos séculos III-1I a.C. surgiu uma ver-são dos livros sagrados do judaísmo para o grego; f
V
29
nos escritos,
clusive bíblicos. Quase todo o AT foi escrito em hebraico (em arasraelita
e judeu tinham
mesmo sentido. Assim se explica o nome “Carta aos Hebreus”,
de confiada aos PRESBlTEROS:
s cristãos são “herança” de Deus, e Deus é a sua “herança”. Pena
Habitação. Ver TENDA. Hebraico. Língua dos CANANEUS e, até o EXÍLIO babilônico, dos ISRAELITAS. Depois, foi sendo substituído pelo aramaico, que era muito semelhante. A língua que Jesus falava era o aramaico. Na terra de Israel, o hebraico continuou a ser usado no culto e
in
maico só pequenos trechos: Jr 10,11; Dn 2,4b-7; Esd 4,8-6,18 e 7,12-26; em grego, 2Mc e Sb). O NT foi escrito em GREGO. Hebreus. Antes que existisse um povo ISRAELITA, havia grupos de gente marginalizada, chamada pelos outros de hebreus; eram, ao mesmo tempo, desprezados e temidos pelos que estavam bem de vida. Muitos hebreus passaram a integrar-se no que mais tarde se chamou de povo de Israel. Valentes e bastante conscientizados, tiveram grande influência nos movimentos de libertação diante dos senhores CANA-NEUS. Por algum tempo, o nome hebreu passou a ser aplicado aos israelitas em geral. No tempo do NT, hebreu, i
o
escrito do NT dirigido, talvez, a judeus que passaram a crer em Jesus Cristo. Ver HISTÓRIA DO AT - EPÍSTOLA. Herdar / Herança. No AT, herdar pode significar receber por bonda-de de Deus, sem esforço próprio; por exemplo, receber por herança a terra de CANAÃ. Ainda em sentido figurado, herdar pode significar receber como conseqüência das próprias atitudes: herdar glória, casti-go etc. Israel é herança de Deus, isto é, Deus tem direito a Israel como a algo bem seu. Também Canaã o é: Deus tem ligação especial com a terra que deu ao “seu povo”. No NT, como filhos de Deus, somos herdeiros, isto é, vamos receber de presente do nosso Pai o que ele prometeu dar-nos; é só não recusar pelo modo como vivemos. Em grego, o que se recebe em herança chama-se clero. Em 1Pd 5,3, é assim que se denomina a comunida
o
que, com o tempo, o nome clero ficou reservado a um grupo dentro da comunidade. Ver PRIMOGÊNITO.
30
atista.
á ainda o neto de Herodes, o Grande, o rei Herodes Agripa I, perset
25 e 26. Ver HISTÓRIA DO NT.
DES Antipas e, por isso, amigos
história.
as. Aos poucos, diversos grupos vão
a.
ão, Isaac, JACÓ; sobre os HEBREUS
O.
NA-NEUS.
e líder.
de ISRAEL.
asos que fazem pensar; alguém os redige.
de Babel.
Herodes. Quando Jesus nasceu, reinava em JERUSALÉM Herodes, chamado o Grande. Homem esperto, realizador, violento; organizou um Estado autoritário, opressivo, repressivo; mas, com pequenos benefícios, agradou a muita gente ingênua. Não deve ser confundido com seu filho Antipas, TETRARCA da Galiléia e Peréia, que é o He-rodes da vida pública e paixão de Jesus e da execução de João B
H
guidor da Igreja primitiva (At 12); bem como o filho deste, Herodes Agripa II, mencionado em A
Herodianos. Partidários de HERO
dos dominadores romanos.
História do Antigo Testamento. A história do At pode ser dividida em seis períodos. 1. Período das tradições quase só orais: até o séc. X a.C. Durante séculos, clãs e tribos vivem silenciosamente a sua
Cada grupo tem a sua experiência de vida; reflete, cria tradições e celebra a seu modo as suas crenç
associando-se e formando o que um dia será o povo israelit
Destaques: tradições sobre Abra
no Egito, MOISÉS e o ÊXOD
Josué e a derrota dos senhores CA
Os JUIZES e a defesa do povo. Samuel, PROFETA
Saul, o primeiro rei
Davi estabelece um estado unido e forte; faz de JERUSALÉM a capi-tal do reino unido. 2. Salomão séc. X
Salomão promove grande arrancada econômica. Constrói o TEMPLO de Jerusalém. Sua nova administração e organização político-religiosa sacrifica antigos valores à modernização.
O povo continua a contar c
Assim começa a ser escrita a Bíblia. São dessa época textos como os de ADÃO e Eva, Caim e Abel. a Torre
31
no de ISRAEL.
pobreza aumenta. Alguns profetas enfrens.
mas de modo mais radical:
tuições de Judá já não servem mais.
autor de Is 40-55. Alguns sacerdotes
omo Gn 1. O exílio afetou forte-
. Choque entre a
3. Reino do Norte 931-721 Com a morte de Salomão (931), o Norte proclama a independência: toma o nome de Rei
O país se desenvolve, mas a
tam a situação: Elias, Eliseu, Amos, Oséias. Em 721 o país é conquis-tado pelos assírios.
4. Reino do Sul 931-586 No Sul, o Reino de JUDÁ confia nas instituições e na politicagem; as exigências da ALIANÇA com Deus ficam para trás.
O rei Josias tenta pôr as coisas em ordem através de uma nova “cons-tituição”, o DEUTERONÔMIO. Como estímulo à sua observância, apresenta as lições da História: Js - Jz - 1 e 2Sm - 1 e 2R
Alguns profetas vão mais a fundo: Isaías exorta ao direito e à justiça. Jeremias apresenta a mesma mensagem,
mostra que as insti
Em 586 Jerusalém cai sob o domínio babilônico. A cidade é arrasada; o Templo é destruído. Ver BABILÔNIA. 5. Exílio 586-538 Em Judá só fica o povinho mais simples. Com eles, Jeremias. As famílias ricas e remediadas são exiladas para a Babilônia. Lá estão também o profeta Ezequiel e o
redigem textos que fazem pensar, c
mente a história israelita; deu origem a novos costumes; modificou em profundidade a própria religião. 6. Comunidade Judaica Sécs. VI a I
Os JUDEUS estão sujeitos a uma série de dominadores, um após ou-tro: persas, macedônios, ptolomeus, selêucidas e, depois de breve independência (141-63 a.C), romanos.
Os sacerdotes assumem a liderança do povo. Há uma lenta reconstru-ção da comunidade, de Jerusalém, do Templo. Cresce a importância dos livros: escritos antigos são agora reunidos; outros são redigidos. Os problemas da vida são abordados com coragem e senso crítico. Surge nova perspectiva para a história dos israelitas
mentalidade exclusivista e a ecumênica. Diante dos obstáculos à práti-ca da fé, há diversas reações: oposição silenciosa mas firme, esperteza e coragem, luta armada, resistência dos intelectuais.
32
bem entrosado de transformações sócio-políticoonômicas,
ideológicas, religiosas que explicam esses fatos. Em tudo
o grande movente da vida desse povo:
umas tantas liberdades, era
s
Compreender a história israelita é ver não só os fatos, mas principal-mente o jogo
ec
isto é preciso identificar sempre
sua fé em Deus. PALESTINA era complexa. Apesar de
História do Novo Testamento O período das origens cristãs é bem mais breve que o do AT. Abrangeo primeiro século da nossa era, ou pouco mais. A situação política da
Roma que mandava no país. Mas o fazia de modo diversificado, con-forme cada região: para dominar é bom dividir. O quadro da pág. seguinte dá uma idéia dessa diversidade. Além da desunião política, havia forte diferenciação entre classes sociais e até dentro delas. Os grandes brigavam por poder e prestígio. Muitos pequenos, preocupados com a sobrevivência, oprimiam seu
companheiros. Divisões, luta pelo poder, burocracia e formalismo contaminavam também a vida religiosa. Os marginalizados eram es-magados por normas e práticas discriminatórias... em nome de Deus. Entretanto, principalmente entre os POBRES, havia gente que manti-nha vivo o judaísmo autêntico. Aguardava a salvação trabalhando e rezando por ela. Entre estes, distinguiu-se JESUS de Nazaré. Viveu na linha dos antigos profetas israelitas, mas com uma profundidade que nenhum deles atingiu. Animado pelo ESPIRITO DE DEUS, fez de sua
33
sua morte, por todos os lados
a de uma nova proposta religiosa. O cristianismo acabou
mano. Cada ambiente
reja.
ão dos
sentas de defeitos.
vida uma oferta ao Pai; por isso, jamais buscou poder ou seguranças humanas. Era simples e pobre, servidor de Deus e dos homens, mas de impressionante liberdade diante de todos os esquemas humanos. Rela-tivizou até o que havia de mais respeitado na sua religião, a LEI e o TEMPLO. Agia e falava com autoridade nunca antes vista. Inaugurou na sociedade humana um novo modo de ser e de viver, o REINO DE DEUS. Para implantá-lo, confiou nos pequenos, marginalizados, so-fredores. Os poderosos o mataram numa cruz; mas não conseguiram eliminá-lo. Pelo contrário: depois de
multiplicaram-se comunidades de gente que o seguia. Eles procla-mavam com alegria a RESSURREIÇÃO de Jesus: ele é o Cristo, o Filho de Deus, e está vivo entre nós. Até pelo ano 70 d.C. não houve um corte nítido entre os seguidores de Jesus Cristo e o judaísmo. A Igreja primitiva era, dentro da religião judaica, um movimento profético que procurava ir ao essencial. Tinha uma proposta própria para os setores sócio-político-econômico e ideo-lógico; mas também para a vida pessoal. Aos poucos ficou claro que se tratav
separando-se do judaísmo. Seguiu um longo período de ciúmes, polê-micas e perseguições dos judeus, que só agora parece estar chegando ao fim. Naquele primeiro século, o movimento cristão espalhou-se rapidamen-te por todas as regiões ao redor do Mar Mediterrâneo. Em conseqüên-cia, a Igreja primitiva viu-se de repente diante de situações muito diferenciadas: zona rural da Palestina (Galiléia e Samaria), ambiente urbano palestinense (Jerusalém) e helenístico-ro
trouxe a sua contribuição, mas também seus desafios. Além das difi-culdades do confronto com outros grupos (judaicos e pagãos) foram surgindo divergências dentro da própria Ig
É dentro deste cenário complexo que se deve ver a lenta formaç
livros que vieram a constituir o Novo TESTAMENTO. Nesta forma-ção convém distinguir três momentos:
1. No início, Jesus — sua obra e palavra, morte e ressurreição. 2. Procurando ser fiel a Jesus, a Igreja primitiva: comunidades dinâ-micas, missionárias, mas não i
Os fiéis dessas comunidades ouviam a pregação apostólica, refletiam
34
celebravam esta sua fé principalmen-
São Paulo.
res; organizar crenças, costumes, instituições. Com
so, começou a perder a simplicidade das origens e a procurar maneinovas
situações. É um desafio que
ntinua até hoje.
RIFÍCIO.
Hosana. Em hebraico, quer dizer salve (-nos), por favor. Mas acabou
sendo usado como alegre aclamação a Deus, ou mesmo ao rei.
sobre ela, a viviam no dia a dia e
te no batismo e na eucaristia.
3. Nas comunidades e a serviço delas foram surgindo, aos poucos, os escritos que constituíram o NT.
• Primeiro, Cartas, principalmente de
• Em seguida, através de várias redações, os Evangelhos segundo Marcos, Mateus e Lucas e os Atos dos Apóstolos. • Depois, os demais escritos do NT. No final do século, a Igreja já tinha crescido muito. Teve de diversifi-car serviços e pode
is
ras de ser fiel a Jesus Cristo nas
co
Holocausto. Ver SAC
Hora. No Evangelho segundo João, a hora de Jesus é a da sua paixão, morte e ressurreição.
Idades avançadas de antigas personagens da Bíblia. Ver NÚMEROS (no final do verbete).
Íd
objeto feito por mãos humanas. Falsa divindade ou falso absoluto (Ap 13,14s; 14,9 etc.; Ef 5,5). Evidentemente, nem toda IMAGEM é ídolo.
Ig
Mais tarde a palavra foi usada também para o lugar onde a comunida-de se reúne.
35
Mas a imagem não é totalmo
expressão fiel. Refere-se a Cristo, presença e revelagual
ao que representa. Assim
magem apagada, tentativa de representação que fica bem longe do
mo castigo
nal e definitivo dos maus só aparece no NT; mas não com esse nos.
Por isso, quando a Bíblia diz que
Imagem / Figura. À diferença de todos os seus vizinhos, Israel não tinha nem permitia fazer imagens do seu Deus. Antes: na defesa de sua fé e de sua identidade mostrava, por vezes, certa agressividade, a ponto de interpretar negativamente práticas de per si justificáveis. O AT é muito rigoroso com representações de seres animados; certa-mente, pelo perigo de fazer da imagem um ÍDOLO. Mas as imagens não eram totalmente excluídas. No TEMPLO havia QUERUBINS e outras representações (1Rs 6,23-28;6,29-35; Ez 41,18-20). Particular-mente interessante a afirmação de que Deus criou o homem à sua imagem e semelhança (expressão hebraica para dizer imagem seme-lhante). O homem é imagem de Deus: um rei entre os seres criados, em nome de Deus e sob sua realeza absoluta e suprema. Só assim é-lhe possível fazer ALIANÇA com Deus.
mente fiel: é apenas semelhante. Aliás, ficou muito manchada. Cristo,
imagem fiel do Pai, é quem devolveu ao homem sua qualidade de ser boa imagem de Deus (Rm 8,29; Cl 3,10).
No NT a palavra imagem pode aparecer com quatro sentidos diversos: • Imagem co
ção visível do Deus invisível (2Cor 4,4; Cl 1,15). • Imagem como semelhança, mas não i
em Tg 3,9.
• I
original: Rm 5,14; 1Cor 11,7. • Imagem usada como ÍDOLO: Ap 13,14. Inferno(s). Mansão dos mortos (em hebraico, xeol). Neste sentido, o português antigo usava infernos, no plural. O inferno co
fi
me. Fala-se de lugar de choro e ranger de dentes, escuridão, exclusão da felicidade eterna, FOGO que nunca se apaga, GEENA. Ira de Deus. Os antigos costumavam dizer que Deus castiga quando praticamos o mal (pensando bem, somos nós mesmos que nos casti-gamos!). Assim, diante de certos males como derrota ou doença, logo pensavam na ira (ou cólera) de Deu
36
ira de Deus se acendeu contra alguém, é um modo de dizer que este
primo, sobrinho, tio, cunhado.
uando não há laços de parentesco, irmão é o correligionário, patríe
do povo e do país. No NT, São Paulo fala do
rael de Deus. O contrário é o Israel segundo a CARNE (1Cor 10,
18). Ver ORIGENS - NOME - PALESTINA - EFRAIM -SAMARIA
- HIST A DO AT.
a
alguém sofreu alguma desgraça. Também no NT há alusões nesta linha. Mas leia Rm 5,9; 1Ts 1,10. Irmão. Em português, refere-se primeiramente a filhos dos mesmos pais; por extensão, a membros de um mesmo grupo, bastante achega-dos. Na Bíblia também é assim. Com um detalhe: entre os israelitas, o conceito de família era mais amplo que o moderno (ver Gn 7,1-7;46,8-26): podia chegar a ser sinônimo de clã (1Sm 20,29). Daí que irmãos são também os parentes próximos:
Q
cio, colega. No NT, os apóstolos são irmãos uns dos outros (Lc 22,32; At 1,15) e até de Jesus (Jo 20,17). Israel / Israelita. Uma antiga tradição do AT diz que o PATRIARCA JACÓ recebeu também o nome de Israel (Gn 32,23-33). É o modo como o povo israelita reflete sobre a sua origem e identidade. Assim, Israel é também o nom
Is
ÓRI
Jacó. Segundo antiga tradição, nome de u
q
GENS. A expressão “CASA (ou filhos) de Jacó” passou a ter o mes-mo sentido que “casa (ou filhos) de Israel”. Javé. Entre os muitos nomes de Deus no AT, é o preferido. Algumas traduções da Bíblia usam as grafias Iahweh ou, em versões mais anti-gas, Jeová. Outras Bíblias preferem usar a expressão “O Senhor”. É assim que faziam e fazem até hoje os israelitas, por respeito ao NOME sagrado: escrevem Javé, mas falam SENHOR. Javé quer dizer ele está
37
pressão da presença libertadora de Deus. A forma abreviada IA
arece em muitos nomes próprios hebraicos: Ananias, Elias, Isaías,
bem como, na aclamação ALELUIA. Ver EU
OU.
a pela morte de seus cidadãos), prostituta (infi-
). O NT fala de uma redenção de Jerusalém e de uma Jerusalém
er ELESIÁSTICO)
e Josué. Ver HISTÓRIA DO NT - AMÉM - BATISOU
- IMAGEM -
RIMOGÊNITO - REINO DE DEUS - ROCHEDO -VERBO. ,
ere a uma pessoa com este nome, designa a
CASA de José”, ou seja, as tribos de Efraim e Manasses; ou, por
beta feita com
ifre de carneiro. De 50 em 50 anos, a este toque, celebrava-se com
aí: é ex
ap
Jeremias, Zacarias,
S
Jeová. Ver JAVÉ. Jerusalém. Cidade que está no centro político e religioso da HISTÓ-RIA DO AT e NT, nos tempos bons e nos momentos difíceis. Tam-bém chamada de (Monte de) SIÃO, Salém, Cidade de Davi, Cidade de Deus, Cidade Santa, Ariel (Is 29,1s.8). Recebe, ainda, os apelidos de noiva (enquanto amada por Deus, alegre e festiva), mãe (de seus habi-tantes), viúva (pesaros
el
NOVA, definitiva — símbolo da cidade de Deus purificada de todo mal. Ver MULHER. Jesus. Nome do filho de Maria e de José, reconhecido pela comunida-de cristã como Filho de Deus, o CRISTO, SENHOR e Salvador, cen-tro da História e da Bíblia. O nome que os cristãos invocam em todo lugar (1Cor 1,2). Este nome tem duas formas no AT: Jesus (v
C
MO - SERVO - CORDEIRO - EU S
P
Jordão. Ver GEOGRAFIA DA PALESTINA. José. Quando não se ref
“
extensão, todas as tribos do centro e norte. Pode até referir-se a todo o povo israelita (Sl 80,2). Jubileu. Em hebraico, yobel é o toque de uma trom
ch
alegria um ano santo, em que eram lembrados de modo especial os oprimidos: escravos, devedores, pobres. Ver FESTA.
38
Sul. Depois do exílio, já no
mpo da dominação helenística, a região passou a ser chamada de
mpo do NT. Ver HISTÓRIA DO
T - GEOGRAFIA DA PALESTINA.
ria e os APÓSTOLOS foram bons judeus; que a fé do
ovo israelita é a raiz santa da comunidade cristã (Rm 11); que a salé
devolver à comunidade a
AZ, o bem-estar que lhe 42 foi tirado; também de modo permanente:
Judá / Judéia. Na tradição israelita, Judá é filho de JACÓ / Israel. Ou seja, a tribo de Judá se vê como integrante do povo israelita. Esta tribo foi ficando cada vez mais importante. Depois da morte de Salomão, quando as tribos do centro e do norte proclamaram sua independência, Judá ficou sendo o nome do Reino do
te
Judéia, nome que conservará no te
A
Judaico / Judaísmo. Ver JUDEU. Judeu. Depois do exílio, nome dado a um membro da comunidade israelita estabelecida na região que correspondia, mais ou menos, ao antigo Reino de Judá. Os seguidores da fé israelita, porém, espalha-ram-se também por outras partes do mundo; também estes foram chamados de judeus. No NT, cá e acolá, os judeus são tratados com expressões pesadas. Devemos compreender esta atitude como fruto de polêmicas da época. Hoje o espírito é outro. Lembramos com carinho que Jesus, Ma
p
vação vem dos judeus (Jo 4,22). Ver HISTÓRIA DO AT e NT - CIR-CUNCISÃO. Juizes. Em hebraico, julgar significa dizer a última palavra, mandar. Daí também o sentido de fazer justiça, condenar e, por isso mesmo, salvar (ISm 24,16b; 2Sm 18,19.31). Julgar
P
governar. O livro dos Juizes poderia bem ser chamado “livro dos li-bertadores” (ver Jz 2,16;3,9). Ver JUÍZO. Juízo / Julgamento. Os israelitas gostavam de ver a história humana como um grande julgamento: Deus é o justo Juiz, que defende o pobre e o oprimido e condena o ímpio, o opressor — pessoa ou comunidade. O NT mostra que o julgamento definitivo está intimamente ligado à pessoa de Jesus Cristo: sua VINDA já é julgamento do mundo; um
39
ngelho segundo João,
digido todo numa linha de processo — com testemunhas, acusações,
que se vive como Deus quer.
ão Paulo lembra que isto é graça, não mero fruto do nosso esforço
(Gl 2,16). O Deus justo é sempre o Deus bom, misericordioso, que
oferece sua justiça a todos os homens.
dia, ele virá para consumar a História no grande julgamento do DIA DO SENHOR. Atenção especial merece o Eva
re
debates e sentenças. O réu parece ser Jesus; na verdade, é o mundo que está sendo julgado. Ver JUIZES. Justo. Para nós, é a pessoa imparcial, que trata cada um conforme ele merece. O AT conhece este uso: fala do Deus justo, que defende o direito e a justiça. Mas o adjetivo justo toma matizes diversos, con-forme a mentalidade de quem escreve; como hoje: “bom cristão” para uns quer dizer uma coisa, para outros outra. Justo é quem vive fiel à comunidade, de modo sadio para ela; quem manifesta sua fé em Deus (Gn 7,1); nos ambientes sacerdotais isto quer dizer: quem observa a LEI em todos os seus detalhes. Para Jesus, é justo quem busca o REI-NO DE DEUS e sua justiça (Mt 6,33): quem, seguindo o mesmo Je-sus, ajuda a construir uma sociedade em
S
Lagar. Ver VINHO. Lâmpada. Os antigos israelitas ainda não tinham fósforos. Para evitar perda de tempo, deixavam acesa em casa uma
ch
na vida das pessoas; ou a continuidade da família através de uma lon-ga descendência; ou ainda, a vigilância (NT). Lei. O povo israelita fez ALIANÇA com Deus. Quer ser fiel. Como o conseguirá? O melhor modo de saber o que seu aliado deseja, é obser-var a Lei de Deus. Daí a importância que o AT dá às leis: elas vêm do mesmo Deus. Ora, em hebraico a palavra lei tem o sentido de orienta-
40
s israelitas a observância da lei virou legalismo, veio Jesus Cristo e
expressão “terra em que corre leite e mel”: terra de
rtura. Entretanto, “comer leite e mel” pode também significar o
or. É revivê-los de verdade. Lembrar é também viver na
pectativa do grande futuro que nos é prometido e prepará-lo ativambatiam
tudo isto
om bastante severidade; pois cuidavam muito da higiene e da medi-
ção, ensinamento de vida; ela tem, pois, para os israelitas, o mesmo sabor que “evangelho” para os cristãos: não é apenas uma norma a ser observada sob pena de castigo; é a manifestação da vontade de Deus em todos os setores da vida. As longas coleções de leis que aparecem no AT são mais valiosas do que parece à primeira vista. São um bom sinal: pois, onde não é a lei que manda, impera o arbítrio dos po-derosos. Não só: atrás dessas leis vale a pena assuntar os interesses e as preocupações do povo. É isto que está em jogo. Quando para mui-
to
ensinou a procurar a plenitude da lei. Com isto, Jesus devolveu à lei o seu espírito. A lei e os profetas = todo o AT. Ver TALIÃO -MOISÉS. Leite e Mel. Produtos comuns na Palestina, gostosos, nutritivos, e que se obtêm com pouco trabalho. São o símbolo da fartura que Deus dá ao seu povo. Daí a
fa
oposto: só conseguir alimentos improvisados, ou seja, viver tempos difíceis (Is 7,15s). Lembrar. Dizer que Deus se lembra de alguém significa que Deus lhe quer bem, faz-lhe o bem, vem em sua ajuda. Pedir que Deus se lembre de sua ALIANÇA, ou seja, de suas promessas, é pedir que continue bondosamente a mantê-las. Para o homem, a comunidade, lembrar os benefícios de Deus é reviver esses acontecimentos com alegria, grati-dão, louv
ex
mente desde já. Tudo isto acontece principalmente na liturgia. Ver FESTA. Lepra. Esta palavra facilmente engana quando aparece nas nossas traduções da Bíblia. É que os israelitas usavam o mesmo nome para diversas doenças da pele, geralmente superficiais e curáveis, e até para o mofo em tecidos e paredes (ver Lv 13-14). Co
c
cina preventiva, embora com outras motivações. Hoje, seria preciso trocar “lepra” por outras palavras, no texto bíblico.
41
evita. Espécie de sacerdote de ordem inferior. O que lhe cabia fazer
ua Nova. Quando se usava um calendário que seguia a lua, não o sol
Quando os
israelitas passaram a ter um só TEMPLO central, estes lugares altos
foram proibidos; por sua semelhança com os de outros povos, eram
encarados oficialmente quase como um gesto de idolatria.
L
na vida israelita foi variando ao longo dos séculos. O
fato é
que o
levita ficou cada vez mais importante.
Levítico. Livro do AT, cujo nome significa: típico dos LE-VITAS. Levita é tomado aqui no sentido amplo de sacerdote.
L
como fazemos nós, a lua nova era o começo do mês. Era dia santifica-do. Lugares Altos. Os antigos gostavam de ter seus santuários no alto de colinas ou montes: parecia-lhes estar mais perto de Deus.
Maçã. Popularmente associada ao pecado de Adão e Eva Na verdade, a Bíblia não fala em maçã. Em Gn 3 aparece uma fruta, mas não se diz de que tipo. Nem precisava dizer: a narrativa é mais que mera crônica de fatos acontecidos. A maçã talvez tenh
q
latim, malum pode ser tanto o mal como o pé de maçã. Daí a ligação de uma coisa com outra. Ver ORIGENS. Magos. Normalmente, chama-se mago um charlatão que pretende fazer coisas extra
7
astros; não se diz que fossem reis ou em número de três, nem se dão os seus nomes.
42
mento. É uma espécie de BÊNÇÃO às avessas. Apesar de
dos os cuidados, a maldição pode ser fonte ou fruto de ressentimenassou
a ser símbolo do alimento
om que Deus sustenta seu povo — em todo sentido. No NT é símbou
aminhar. Leia nesta linha Ap 2,17.
mortos. Descer à mansão
os mortos quer dizer, portanto, morrer. Em português, atenção com a
anso. Geralmente, não é apenas quem tem índole sossegada. Refede
quem dá ou quer receber algo. Quanto ao bater palas:
no AT aparece como sinal de alegria (Sl 47,2), impaciência (Nm
Maldição. É a invocação de um mal sobre alguém. Não se trata de um gesto de raiva, pois a maldição visa preservar a comunidade do peca-do, do sofri
to
tos pessoais. Por isso, o cristão troca a maldição pela bênção: Lc 6,28; 1Pd 3,9. Maná. Enquanto andava pelo DESERTO, fugindo da opressão dos egípcios (ver ÊXODO - MOISÉS), um grupo de HEBREUS encon-trou uma comida adocicada, chamada maná (Ex 16). Feito para todos os gostos (Sb 16,20-21), o maná p
c
lo da Eucaristia (1Cor 10,3-4), sustento da comunidade cristã no se
c
Mandamentos. Ver DECÁLOGO - ARCA DA ALIANÇA -LEI. Mansão dos Mortos. Os israelitas pensavam que, depois da morte, todas as pessoas ficavam embaixo da terra num lugar comum, que não é o túmulo. Chamavam este lugar de xeol (em grego, hades), palavra que geralmente traduzimos por mansão dos
d
diferença entre INFERNOS (xeol, hades) e inferno, pena definitiva dos ímpios - Ver REUNIR-SE AOS SEUS.
M
re-se à situação da pessoa simples, pobre, sem vez nem voz (Mt 5,4;lí,29;21,5). Mão. No AT, estender a mão é o gesto de alguém que tem poder. Quando Deus estende a mão, isto pode significar doença, praga, morte para os inimigos de Israel (Ex 3,20; SI 21,9). No NT, geralmente é um gesto amigo
m
24, 10), zombaria (Na 3,19), desaprovação (Ez 22,13). Ver BRAÇO DE DEUS.
43
a tem poucos portos naturais e enseadas:
ferece mais perigo que abrigo. Por isso, muitas vezes, o mar é símbovem”.
Pode-se ler também “Marana tha”, isto é, “Sehor,
vem!”. É uma bela expressão da expectativa com que a comuni-
1Cor 16,22 Ap 22,20.
er VISITAR.
ou a Abraão uma oferta de pão e vinho e o abençoou. No
I 110,4 Melquisedec é apresentado como imagem do que, mais tarde,
senvolve este pensamento, aplicando-o a
sus Cristo.
ÓLEO fortifica, cura, impermeabiliza, nada deverá enfraqueer
ou corromper este ungido; sua vida deverá ser agradável ao Senhor
Mar. A costa da Palestin
o
lo do perigo, da força ameaçadora, da hostilidade à vida humana: Ex 15,8; SI 69,3.16; Ap 21,1. Marana tha. Na língua falada por Jesus, aramaico, “Maran athá” quer dizer “o Senhor
n
dade cristã aguardava a VINDA DO SENHOR.
V
Maria, Mãe de Jesus. Ver MULHER - PURO. Melquisedec. Segundo Gn 14,17-24, foi rei de Salém (= Jerusalém) e sacerdote; lev
S
seria o rei DAVI. Hb 5 a 7 de
Je
Memorial. Ver LEMBRAR. Messias. Em hebraico, significa ungido; a palavra grega correspon-dente é cristos. Os israelitas ungiam seus reis e, mais tarde, seus su-mos sacerdotes. Aos poucos, passaram a esperar por alguém, ungido de modo muito especial — pelo Messias ou Cristo. A comunidade cristã vê em Jesus de Nazaré o Messias esperado e, por isso, o chama de Cristo. Em outras palavras, Ungido, Messias, Cristo, podem signi-ficar a mesma coisa. O simbolismo da unção é muito bonito: assim como o
c
como o perfume do óleo. Ver FILHO DE DAVI - FILHO DO HO-MEM. Milagre. Na Bíblia, o milagre não é simplesmente uma coisa impossí-vel pelas leis da natureza que acontece pelo poder de Deus. Muito
44
me, doença, opressão, o peso das
rças do mal, a morte de entes queridos e a aproximação da própria;
ações ele é convidado a enxergar a presença
bertadora de Deus. Ver SINAL.
um grupo de HE-BREUS
primidos no Egito. Ver ÊXODO. A Bíblia atribui a Moisés boa parte
rande e humilde, aberta à vontade de Deus e discre-
, está ao lado de seu Filho nos momentos de alegria e de dor. Por sua
s da mulher: Lc 8,1-3; Gl
,28. Ver SONO.
Muro das Lamentações. Ver TEMPLO.
menos é sinônimo de magia. Milagre é algo que nos chama a atenção de tal modo que a gente abre os olhos para a presença de Deus na nossa vida. Um homem sofre fo
fo
pois, também nessas situ
li
Mina. Ver TALENTO. Moisés. Por seu intermédio, Deus salvou
o
da legislação israelita. Por isso, no NT, “Moisés” pode ser sinônimo de “LEI de Moisés” (Lc 16,29; At 21,21). Mulher. Sua imagem, na Bíblia, é muito variada. Ao longo da histó-ria, a mulher está presente no bem e no mal; mas quase sempre ela é excluída da vida pública. Considerada inferior ao homem, símbolo de fraqueza, a mulher realiza, entretanto, grandes feitos; pois Deus está ao lado dos fracos e marginalizados. Basta lembrar Débora, Rute, Judite, Ester. A mulher está particularmente associada à vida humana; daí o valor simbólico de expressões como mãe, filha, virgem, esposa, viúva, prostituta, para falar do povo nas diversas situações (ver JE-RUSALÉM). Entre as mulheres da Bíblia, merece destaque Maria, Mãe de JESUS. G
ta
vez, Jesus elimina muitas discriminaçõe
3
N
revelou a Israel. Em algumas edições da Bíblia é usada a palavra gen-
45
pos do Messias são
ma FESTA de casamento (bodas, núpcias). Um dia, a noiva estará
de Deus sobre ele. Fazer algo em
ome de Deus é fazê-lo em profunda união com Deus. Ao longo do
m, que os apóstolos não fixaram o número de dias de sua
ração especial; quando se trata de rezar, o importante não são as
tios com o mesmo sentido. Noiva. Deus ama seu povo como um esposo ama sua esposa. Há até uma ALIANÇA entre eles. Por isso, o povo israelita é tratado no AT como noiva ou esposa. Deus a vai educando, para ela ser agradável a seus olhos. Foi também esta a missão de Jesus. No NT, é Jesus que é comparado ao esposo. A noiva é a Igreja. Os tem
u
em condições de ficar para sempre, fiel e feliz, com seu esposo na JERUSALÉM celeste (Ap 21,2). Ver MULHER. Nome. Para os israelitas não serve só para distinguir uma pessoa de outra. De certo modo descreve o que a pessoa é e faz; identifica-se com ela (Jo 12,28). Dar nome a alguém ou trocá-lo é ter toda autori-dade sobre ele. Quando Deus troca o nome de alguém, dá-lhe um novo projeto de vida, um novo ser. Por isso, não se pode “nomear” Deus. Em vez de pronunciar o nome divino, usam-se expressões como o SENHOR, o Nome, o Céu; ou então, no NT, usa-se a voz passiva do verbo: os aflitos serão consolados = Deus os consolará (outros exem-plos em Mt 3,10;6,33;7,ls;10,30; Mc 2,5). Invocar o nome de Deus sobre alguém é invocar a proteção
n
AT, Deus recebe diversos nomes: JAVÉ, El (Elohim), o Bendito, o Poderoso. Ver EU SOU - PEDRO. Novena. Os Atos dos Apóstolos colocam a experiência da ASCEN-SÃO de Jesus aos 40 dias depois da RESSURREIÇÃO, a de PENTECOSTES no 50V dia. Nos 9 dias entre Ascensão e Pentecostes, os apóstolos ficaram em profunda oração, junto com Maria Santíssima e outras pessoas (At 1,13-14). Daí nasceu o costume de fazer, em grupos, 9 dias de oração, chamados por isso de “novena”. Note-se, poré
o
nossas contas mas nossa fé e confiança em Deus, o nosso amor (ver Mt 6,7-15)
46
força de expressões como NOME novo, cântico
ovo, homem novo, nova ALIANÇA, nova JERUSALÉM, novo Êe
nova Terra. Em casos como estes, o novo é
mbém renovador.
es, seu valor simbólico. Por isso, nem sempre podemos apostar
uer dar estatísticas ou dizer algo mais que isto. Alguns exemcomo
em Is 40,2; 61,7; Ap
ioso israelita: o SÁm
completo: 12 tribos, 12
Novo. Os israelitas gostavam de reservar para Deus o que ainda não tinha sido usado, não era de segunda mão. Daí o costume da oferta do PRIMOGÊNITO e das PRIMÍ-CIAS. Jesus montou um jumento no qual ninguém ainda havia montado e foi sepultado num sepulcro no-vo. Novo também pode significar totalmente diferente, santo, de Deus. É bom sentir a
n
XODO, novos céus
ta
Nu. Ver VESTES. Número. Quando falamos em número, logo pensamos em exatidão, em dados precisos. Para o israelita, o importante do número era, mui-tas vez
na exatidão dos números que a Bíblia dá; primeiro é preciso ver se o texto q
plos: 2: O dobro pode significar “de sobra”,
18,6.
3: Indica intensidade, ênfase; principalmente quando se repete três vezes uma palavra ou um gesto: Is 6,3. 4: Número da totalidade (os quatro cantos da Terra!). 7: Indica perfeição: Nm 23,4; Mt 15,36; grande quantidade: Is 30,26; Pr 24,16; Mt 18,21; ou série completa, como as séries de 7 no Ap. O número 7 está muito presente no calendário relig
BADO é o 7º dia; Pentecostes cai 7X7 dias depois da Páscoa; cada 7º ano é “sabático” (de descanso para os campos e libertação para os oprimidos); depois de 7X7 anos há o JUBILEU.
10: Pode simbolizar grande quantidade (Gn 31,7); ou é simplesmente número redondo (Mt 25,1); é também usado em listas ou enumerações completas: pelos 10 dedos das mãos é fácil lembrar a lista. 12: Sendo 3X4, é o número do que é be
apóstolos, 12 legiões de anjos (Mt 26,53). Há ainda os principais múl-tiplos desses números: 40-70-77-100-120-1000. 1600 = 4X4X100 (Ap 14,20). 144.000 é 12X12X1000 (Ap 7,4).
47
completa o “
e personagens que chegaram a
ades incrivelmente avançadas. Também aí os números têm valor
metem
uva; anunciam tempestades; escondem o sol, mas revelam sua presença
mais em cima. Por tudo isso, são sinais de Deus — ainda escondido,
mas sempre presente para nos ajudar. Ver ASCENSÃO.
Interessante o sistema x + 1 (vários exemplos em Pr 30,15-33): é co-mo se dissesse: por segurança, põe mais um nisso (como quando nós dizemos: conheço 2 ou 3 casos). Com a combinação de números, os israelitas conseguiam simbolismos bem curiosos. Aos 99 anos, Abraão faz aliança com Deus (Gn 17,24); ou seja, a aliança
100”. É o sábado que dá valor aos outros 6 dias da semana e transfor-ma assim o imperfeito (6) em perfeito (7). Da mesma forma, 6 povos habitam a Terra Prometida: com Israel serão 7 (Ex 3,8). Mais: os israelitas, como outros povos, escreviam seus números com as letras do alfabeto (que não tinha vogais: só consoantes e semi-consoantes). Daí certas aplicações geniais. Dois exemplos: Mt divide a genealogia de Jesus em 3 grupos de 14 antepassados. Ora, 14 é o número que resulta das letras do nome DAVI D (D+V+D = 4+6+4): Jesus é 3 vezes Davi — é o Davi por excelência. Em Ap 13,18, o famoso número da “Besta do Apocalipse”, 666, provém da soma das letras hebraicas de KAISAR NERON, Imperador Nero, o grande per-seguidor (K+S+R+N+R+O+N = 100+60+2004-50+200+6+50 = 666). Às vezes, em tradições antigas, fala-se d
id
simbólico: querem indicar que essas pessoas teriam sido de especial valor, ou que a época foi de gente boa.
Números. Livro do AT, assim chamado porque começa com a conta-gem (recenseamento) dos israelitas que escaparam do Egito. Nuvens. Nos climas quentes, protegem com sua sombra e pro
ch
Odiar. Pode ser simplesmente um modo de dizer “amar menos”. Para perceber isto, leia Lc 14,26; depois, compare com Mt 10,37.
48
u ungido. Na cerimônia de sagração do rei e do sumo sacerdote,
certas pedras usadas no culto recebim
uma unção: assim ficavam reservadas para Deus. Ver MESSIAS.
sobre a natureza e a identidade
o mundo, dos homens, de certos povos e costumes. Isto se encontra
principalmente em Gn 1-11 e nas histórias dos PATRIARCAS. Ver
APOCALIPSE -GÊNESIS - ADÃO.
Óleo. Era muito usado como alimento, remédio para feridas, fortifi-cante (através de unções e massagens), fonte de luz e calor. Daí seu valor simbólico: representa a força, santidade e alegria que Deus dá ao
se
estes eram ungidos com óleo; até
a
“Olho por olho”. Ver TALIÃO.
Oráculo. Solene anúncio ou denúncia por parte de um profeta do AT. Às vezes é resposta de um sacerdote a perguntas que lhe são feitas. Origens. Em muitas coisas, os antigos israelitas pensavam como os povos vizinhos. Assim, gostavam de histórias que à primeira vista falam das origens de povos, costumes, coisas. Na realidade, eram um modo de expressar sua experiência de Deus e refletir sobre os grandes interrogativos que os homens sempre tiveram e têm: quem são o ho-mem e a mulher e como se relacionam; quem é o povo israelita; por que certas realidades são desse jeito e não de outro. Para encaminhar a reflexão, os israelitas procuravam encarar essas realidades na sua origem: o ontem daria a explicação do hoje. Às vezes, para ajudar sua reflexão de fé, adaptavam história até de outros povos. As histórias de origens não pretendem, pois, dar explicações científicas; são maneira opular, profunda e adulta, de refletir
p
d
Pães da Proposição. Ver SACRIFÍCIO. Palestina. Nos tempos do AT, a região que passou a ser o país dos israelitas não chegou a ter nome oficial. Até a época de Davi, costu-
49
norte como do sul, contiuou
a ser chamado de israelita. A partir de 135 d.C. os romanos imalha.
Não tem vida, peso, estabilidade; é símbolo do que não se
desaparece: dos ímpios (SI 1,4;
t 3,12).
o Deus as vê. A
arábola faz pensar, balança certas convicções que não vêm de Deus;
tem fé.
tário dos
articipantes (Mc 14, 22; ICor 10,17). Por isso, desde os primeiros
mamos chamá-la de (Terra de) CANAÃ. Quando os israelitas se liber-taram da dominação dos reis de Canaã, adotaram o nome de (Terra de) ISRAEL. Depois da morte de Salomão, quando o povo se dividiu em duas nações, Israel passou a ser o nome do Reino do Norte; o do Sul tomou o nome de JUDÁ. O povo, tanto do
n
puseram o
nome Palestina (
Terra dos Filisteus), que durou até 1948 da nossa era. Ver HISTÓRIA DO AT e NT.
P
sustenta, é levado por qualquer vento,
M
Palmas. Bater palmas: ver MÃO. Parábola. É uma comparação em forma de história. Muitas vezes, na parábola as coisas acontecem justamente ao contrário do que a gente esperava; é que nem sempre nós vemos as coisas com
p
leva a encarar a vida sob um ponto de vista NOVO. Por isso, só en-tende a parábola quem se abre a Deus, quem
Paráclito. Significa ajudante, protetor, advogado. Em Jo 14 a 16 é assim que se designa o Espírito Santo. Partir o Pão. Na celebração da ceia pascal judaica e da eucaristia dos cristãos, é um gesto importante: graças a ele, todos os presentes podem comer do mesmo Pão consagrado naquela celebração. É, pois, um símbolo muito falante e eficaz do espírito comuni
p
tempos cristãos, a celebração eucarística foi chamada de fração do pão (“fração” é o ato de partir). Ver At 2,42;20,7; Lc 24,35. Páscoa. Inicialmente era uma celebração típica de pastores; depois, passou a ser a grande festa da libertação dos HEBREUS, de sua saída do Egito. Mais tarde, foi-lhe incorporada uma antiga festa agrícola dos
50
NT,
Páscoa é o MEMORIAL de salvação dos homens realizado por
a no
mpo de Jesus: sua profissão, apesar de importante, os marginalizava
atriarca. Chefe de família grande, clã ou tribo. É o nome que se dá
da
ÊNÇÃO de Deus. Shalom é ainda hoje saudação habitual entre os
e os outros (Jo 21,15-19);
rá o chefe e modelo dos discípulos de Cristo. Interessante que até
pães sem FERMENTO (ázimos). Também se dava o nome de páscoa ao CORDEIRO que, nessa ocasião, era sacrificado e comido. No
a
Jesus com sua vida, morte sacrificai e ressurreição. É a celebração do novo ÊXODO — da saída para uma vida NOVA e da ida ao Pai. Pastor. Nome dado, simbolicamente, a líderes políticos ou religiosos. Os pastores, no sentido literal da palavra, não tinham boa fam
te
sob diversos aspectos, principalmente ético-religiosos: suspeitava-se que não eram suficientemente puros do ponto de vista legal.
P
aos ancestrais dos israelitas, principalmente a Abraão, Isaac e Jacó. Ver ISRAEL. Paz. Em hebraico shalom (pronuncia-se xalom), forma que se usa também entre nós. Shalom diz mais que o nosso termo paz: é bem-estar completo, satisfação, harmonia — tudo o que é fruto
B
israelitas; seria como o nosso “tudo de bom para você”. O MESSIAS esperado é chamado, no AT, Príncipe da Paz (Is 9,5s; ver Ef 2,14). Pedro. Na lista dos 12 APÓSTOLOS que Jesus chamou para o seguirem mais de perto (Mt 10,2-4; Mc 3,16-19; Lc 6,14-16; At 1,13), o primeiro nome é sempre o de Simão. Jesus trocou-lhe o nome: cha-mou-o Cefas, que em ARAMAICO significa ROCHEDO; no NT, escrito em grego, é usada principalmente a forma grega Pedro (= rocha, pedra). Com o novo NOME, Jesus deu a Simão um NOVO programa de vida e uma garantia de ajuda (Mt 16,18). Por sua vez, Pedro deverá amar e seguir Jesus mais qu
se
então não existia o nome próprio Pedro; a partir de Simão Pedro, o nome pegou por toda parte. Ver SATÃ. Penitência. A conversão é vista na Bíblia como um voltar do mau
51
de rumo.
la é muitas vezes acompanhada de sinais externos; é o que se chama
u a ser também a
ESTA da ALIANÇA. No NT é a celebração da primeira grande
erfume. Seu uso é sinal de alegria. No culto, queimavam-se incenso
veu no meio
os pobres, confiou neles e mostrou ao mundo a sua dignidade e imes
se ouviam as últimas notícias. Era o lugar da reunião dos ANCIÃOS
CAMINHO e enveredar pelo caminho do bem; uma correção
E
de penitência. Propriamente, não somos nós que nos convertemos: é
Deus quem nos dá a graça de mudarmos de rumo (Jr 31,18). Pentecostes. No AT, festa de agradecimento a Deus pelas colheitas. Era celebrada no 50- dia depois da Páscoa. Daí seu nome, que quer dizer 50-, em grego. Mais tarde, Pentecostes passo
F
COLHEITA de convertidos e da doação do ESPIRITO Santo à comunidade da nova ALIANÇA. Ver PRIMÍCIAS.
P
e perfumes: seu cheiro agradável e a fumaça subindo ao céu representam as orações que se elevam até Deus. Ver SACRIFÍCIO. Pobre. É aquele que não tem vez na sociedade dos ricos e poderosos. Até na religião oficial ele é marginalizado: recebe pequenos favores, mas pouco ou nada é chamado a dar à comunidade. No entanto, Deus está ao lado dos pobres. E eles têm experiência disto. Por isso, põem sua confiança não no poder e nos bens, mas na força que lhes vem de Deus. São pobres de fato e “em espírito” (Mt 5,3). Unidos pelos mes-mos sofrimentos e objetivos, abertos à voz e à ajuda de Deus, lutam confiantes por uma sociedade como Deus a quer: estão realmente interessados no REINO DE DEUS. JESUS foi pobre, vi
d
portância; não aceitava como discípulo quem pusesse sua confiança nas riquezas. Ver SABEDORIA - ELEIÇÃO -POVO. Porta da Cidade. Para fins de segurança, as cidades antigas eram rodeadas de muralhas, com um ou mais portões de acesso. Dentro da cidade, não havia ruas, jardins ou praças centrais. Mas junto ao portão principal havia uma área livre, que ficou sendo o centro cívico da cidade: é lá que funcionava o tribunal, faziam-se negócios important
e
e dos homens em geral. Sentar-se à porta significava ocupar um cargo
52
princesa que adotou Moisés; mas
z questão de citar os nomes das duas parteiras egípcias, Sefra e Fua,
justa e assim salvaram da morte muitos
eninos hebreus. Ver ELEIÇÃO.
resbítero. Ver ANCIÃO.
ta de plantas,
stes primeiros frutos chamam-se primícias; em caso de animais ou
— que prepara
público. Porta ficou sendo também sinônimo de cidade: Mt 16,18. Povo. Nem sempre o povo é citado nos textos bíblicos. Mas ele está sempre presente: através da vida, dos costumes, das preocupações e lutas que se descrevem; da fé e esperança que se manifestam. É a partir do povo e para ele que a Bíblia foi escrita. É importante perce-ber esta constante presença do povo. Às vezes ela se manifesta através de detalhes curiosos. Assim, Ex 1 não lembra o nome do rei egípcio que oprimiu os hebreus, nem o da
fa
que desobedeceram à lei in
m
P
Preto. Ver CORES. Primícias. A vida pertence a Deus. De todo ser vivo, o primeiro que nasce é “devolvido” simbolicamente a ele. Quando se tra
e
homens, são chamados PRIMOGÉNITOS. Belo o sentido figurado da palavra em Rm 16,5; 1Cor 16,15. Ver PENTECOSTES. Primogênito. O primeiro filho a nascer era tratado com especial con-sideração. Pertencia a Deus (Ver PRIMÍCIAS). Tinha direito à BÊN-ÇÃO da primogenitura, que o acompanharia a vida toda. Com a morte do pai, passava a ser o chefe da família e recebia parte dupla da heran-ça. Entretanto, diversos textos da Bíblia querem mostrar que, diante de Deus, ninguém tem direitos especiais: ele escolhe gratuitamente quem ele quer: Abel, Jacó, Davi e muitos outros são preferidos ao irmão primogênito. Por causa dos direitos da primogenitura, o primeiro me-nino que nascesse era chamado de primogênito, mesmo que não lhe seguisse outro irmão (ver Zc 12,10 e, no NT, Lc 2,7
claramente o vers. 23). Nesse sentido, primogênito = herdeiro. Jesus é chamado de primogênito em sentido muito profundo: Cl 1,15.18; Hb 1,6; Ap 1,5. Daí a aplicação aos cristãos em Hb 12,23.
53
ão em que vive,
uncia a palavra de Deus e denuncia o pecado. Nesta linha, ser profer
PURO.
blicanos. Eram mal vistos pela população, que os consierava
ladrões, pecadores. Pois, além dos impostos, o povo ainda
O NT aprofunda esta linha: preine
contra meras atitudes externas e vai à raiz da questão (Mc 7,14-
m nos purificou com sua morte: daí o valor e
Profeta. Para muitos, é uma pessoa que prediz o futuro. Porém, não é isto que a Bíblia focaliza. O termo tomou sentidos diversos ao longo dos séculos; e há diversas palavras hebraicas para designar o profeta. Aos poucos, prevaleceu a imagem do profeta como homem cheio do Espírito de Deus, que à luz da fé enxerga a situaç
an
ta não é profissão nem cargo oficial: é uma vocação, muitas vezes em conflito com instituições e autoridades - Ve
Prostituição. Em linguagem simbólica é a infidelidade à ALIANÇA com Javé. Ver ADULTERO - MULHER. Publicano. No tempo do NT, o império romano cobrava muitos tipos de impostos. Por isso, havia também diversos tipos de cobradores, chamados pu
d
tinha de pagar quantias muitas vezes arbitrárias para o sustento desses publicanos. Puro / Impuro - Purificação. Para os israelitas, vida e morte depen-dem de forças misteriosas que pertencem a Deus, não ao homem. Por respeito, não se toca naquilo que está ligado de modo especial ao nascimento, à propagação da vida, à morte. Quem o tocar, mesmo por necessidade, torna-se impuro (o que não significa que tenha cometido pecado). Aí, tem de se purificar com banhos rituais, com SA-CRIFÍCIOS de EXPIAÇÃO ou com ofertas, conforme o caso. É o que acontece a quem tocou num cadáver, ou à mãe quando lhe nasceu uma criança (Lv 12,2-8). Lc 2,22 fala da purificação de Maria depois do nascimento de Jesus; ela se “purificou” não de pecado ou de coisas más, mas do contato que teve com algo de muito grande, sagrado, o nascimento da criança. Em outro sentido são impuros certos alimentos (Lv 11): porque fazem mal à saúde ou porque, sendo usados no culto de outros povos, ofendem a pureza da vida israelita. Os profetas insis-tem mais na pureza moral, na justiça.
v
23; Rm 14). É Cristo que
54
exigências do BATISMO (Rm 6).
Púrpu . Ver CORES.
as
ra
Querubim. Figura imaginária de animal forte, grande, dotado de asas. No AT, os querubins fazem o papel de senti- nelas: indicam qu
e
R
Reconciliação. Ver EXPIAÇÃO. Rei. Além do governante supremo, designa o SENHOR de tudo, Deus. Cada sociedade
g
como Pastor; em ambientes onde a autoridade máxima é o rei, é assim que se chama a Deus. Reino de Deus / dos Céus. Por toda parte os poderosos dominam e os pequenos gemem. Por isso, os israelitas ansiavam por uma sociedade e ordem justas. Lutaram por essa causa. Esperavam na ajuda de Deus. Jesus pregou c
d
um dia, o Reino de Deus será realidade completa, definitiva. Ver CÉU - POBRE.
55
e
lvam, depois da tragédia que atinge o povo. São Paulo aplica o teramenm
a esperança de que todo o povo israelita será salvo (Rm 11,25s).
io. A água corrente lembra fertilidade, purificação, bem--estar, ale-
24. Duas personagens que
tão na base de sua respectiva comunidade de fé também são chamaaceitar
ou recusar este alguém. Cobrir a face pode ser
nal de respeito; ao menos, sempre que Deus se revela, é preciso
le. Fazer resplandecer o rosto = sorrir, olhar
com bondade.
oupa Ver VESTES.
Ressurreição. Não é simplesmente um voltar à vida. É receber de Deus uma vida NOVA e plena, que só ele pode dar. Resto. Não tem sentido pejorativo, como entre nós. No meio de tantas perseguições e tentativas de extermínio, de tantas maldades, Israel tinha consciência de que o povo não seria tragado todo; nunca acaba-ria; sempre haveria um pequeno “resto”, um futuro. Neste sentido, fala-se do resto de ISRAEL, de JACÓ, JUDÁ, JOSÉ: são os que s
sa
mo aos que seguem Jesus Cristo (Rm 11,l-5;9,27-29) e que fund
ta
Reunir-se aos seus. E o mesmo que morrer. Ver INFERNOS.
R
gria, vida, graça de Deus; tudo isto não como algo já pronto e parado, mas brotando continuamente e renovando-se sem parar. Rochedo. Dá idéia de firmeza, apoio sólido, algo que ninguém derru-ba. Por isso, é um dos nomes de Deus no AT. A mesma idéia de soli-dez inquebrantável encontra-se em Mt 7,
es
das de rochedo: no AT, Abraão (Is 51,1s); no NT, PEDRO (Mt 16,18). E, naturalmente, Jesus Cristo (1Cor 10,4). Rosto / Face. O rosto representa a pessoa, o que ela tem de mais seu. Daí certas expressões típicas da linguagem bíblica. Ver a face — ficar na presença de alguém, apresentar-se diante dele. Face a face = de presença. Fugir da face = evitar a pessoa. Virar o rosto para alguém ou desviá-lo dele =
si
cobrir o rosto diante de
R
.
56
Sábado. Para os israelitas, é dia de repouso semanal, concedido por Deus. O AT dá-lhe grande importância e é muito rigoroso ao prescre-ver sua observância. Com o passar do tempo, levantaram-se tantas questões sobre o que era permitido, ou não, fazer em dia de sábado, que essa observância se tornou um peso para muita gente de consciên-cia delicada. Jesus não concordou com isso; devolveu ao sábado seu sentido mais profundo: ele não é fim, mas meio, para o bem dos ho-mens (Mc 2,27). Quando a Igreja primitiva se separou do judaísmo, foi também abandonando aos poucos a observância do sábado (Cl 2,16). Ela deu muita importância ao primeiro dia da semana, que pas-sou a ser o dia do encontro da comunidade (At 20,7; 1Cor 16,2). Será elebrado como o dia da Ressu
c
na comunidade de fé; será o dia da Eucaristia. Passou a ser chamado DIA DO SENHOR (Ap 1,10). Daí o nosso nome DOMINGO (do latim dominicus = do senhor). Sabedoria. Para os poderosos, sábio é quem tem estudos e muitos conhecimentos. Conforme a Bíblia, isto vale pouco. A verdadeira sabedoria é um misto de sensatez, prudência e compreensão da vonta-de de Deus, que nos ajuda a organizar a vida do jeito que Deus quer. O verdadeiro sábio não pretende saber tudo: respeita o mistério e a complexidade da vida; compreende que sábio mesmo é só Deus; toda sabedoria humana provém dele. Por isso, os maiores sábios são os POBRES e os pequenos, tão vividos e abertos à revelação de Deus Mt 11,25). Alguns livros do AT que cultivam de modo especial
(
sabedoria são chamados de sapienciais: Jó, SI, Pr, Ecl, Ct, Sb, Eclo. Na verdade, toda a Bíblia ensina a sabedoria que vem de Deus. Mas só a vida vivida à luz da fé faz com que a gente aprenda a ser sábio. Sacerdote. Homem encarregado de certas funções do culto em Israel, bem como nas religiões pagãs. No AT, o sacerdócio é hereditário. Ver HISTÓRIA DO AT. No NT, a Carta aos Hebreus chama Jesus Cristo
57
culto. Com isso, Hb
re perspectivas novas para o conceito de sacerdote. Em escritos
DOTE - LEVITA.
-se incluir a oferta dos 12 pães da proposição, que represenvam
a presença das 12 tribos na Aliança com Deus (“proposição” =
aduceus eram mais conservadores que os
riseus e deles se distinguiam por doutrinas e práticas. Não acredita-
, ressurreição dos mortos. Eram ligados ao
oder e não se misturavam com o povo simples. Por isso, tiveram
de (sumo) sacerdote; mas em sentido diferente, pois na sociedade judia Jesus foi um leigo, que não pertencia a nenhum grupo religioso especial e não recebeu mandato oficial para o
ab
mais recentes do NT, considera-se sacerdotal toda a comunidade cristã e seus membros. Os PRESBÍTEROS nunca são chamados sacerdotes no NT. Ver SUMO SACER
Saco (Vestir). Cobrir-se de saco significa usar roupa de tecido grosso e áspero, feito de pêlos de camelo ou de cabra. Era sinal de luto ou de penitência. Ver VESTES. Sacrifício. Para o conceito de sacrifício, ver SANTO. No AT havia vários tipos de sacrifícios. No holocausto queimava-se todo o animal, menos o couro (Lv 7,8) como sinal de EXPIAÇÃO e de dom total a Deus. Este sacrifício realizava-se todos os dias no TEMPLO, de ma-nhã (sacrifício matutino) e de tarde (sacrifício vespertino). Para agra-decer a Deus e celebrar a comunhão com ele e os irmãos, havia o sacrifício de comunhão (também chamado pacífico, ou de ação de graças). A parte da vítima entregue a Deus era queimada; outra parte ficava para o sacerdote; o resto era do ofertante, que a comia com seus familiares e convidados. Os sacrifícios de expiação, de vários tipos, visavam fazer as pazes com Deus. Em qualquer sacrifício só se ofe-reciam animais perfeitos e dos que era permitido comer. Finalmente, havia diversos tipos de ofertas, principalmente a dos frutos da terra; nesta pode
ta
“colocação diante” de Deus). Havia também ofertas de aromas: incen-so, PERFUMES etc. Quanto ao sacrifício de Jesus Cristo, ver SANTO - PURO. Saduceu. Membro de um grupo do judaísmo, composto em grande parte de sacerdotes. Os s
fa
vam em anjos, demônios
p
58
rém, varia: existe a do texto hebraico e
da VERSÃO DOS SETENTA. Aconteceu o seguinte: a Versão dos
tou um lmos 9 e 10, bem como os salmos 114 e
os 116 e 147 do texto hebraico. En-
:
ao fim
o fim
17-146 ................... 116-145
icas seguiam normalmente a numeração
a Versão dos Setenta; as protestantes e judias, a do texto hebraico.
pouco contato com Jesus. Sagrado. Ver SANTO. Salmo. Canto feito para ser acompanhado com instrumentos de cor-das. Além do Livro dos Salmos, o AT contém, cá e acolá, salmos isolados: Ex 15,1-19; 1Sm 2,1-10; Is 38,10-20; Jr 9,1-8; 17,5-8; Jn 2,3-9; Hab 3,2-19; etc. Todas as edições da Bíblia trazem os mesmos 150 salmos. Sua numeração, po
a
Setenta jun em só os sa
115; mas dividiu em dois os salm
tão as diferenças ficam assim
Hebraico Setenta
1-8...........................1-8
9..............................9,1-21
10............................9,22
11-113.....................10-112
114..........................113,1-8
115..........................113,9 a
116,1-9....................114
116,10 ao fim..........115
1
147,1-11..................146 147,12 ao fim..........147 148-150...................148-150 No passado, as edições catól
d
Hoje também as edições católicas passaram a usar a numeração do texto hebraico, mas muitas vezes dão a dos Setenta entre parênteses; por exemplo: Salmo 23(22). Samaria / Samaritanos. Construída no início do século IX a.C, Samaria foi a quarta e mais importante capital do Reino do Norte,
59
tempo de Jesus (ver Jo
,48). A atitude de Jesus para com os samaritanos foi sempre de res-
NE e sangue refe-
--se ao homem na sua fraqueza e limitação. No NT, o sangue que
ua vida, dada por todos os
omens e oferecida ao Pai. Deus não desejou a morte injusta de Jesus.
depois de Siquém, Penuel e Tirza. Após a tomada de Samaria pelos assírios, em 721 a.C, a população foi misturada com a de outros po-vos. Depois do exílio criaram-se sérios problemas de relacionamento entre judeus e samaritanos, de modo que o termo “samaritano” chega-va a ser usado como xingatório pelos judeus do
8
peito e estima. No tempo do NT, Samaria é também o nome de toda a região situada entre a Judéia (Sul) e a Galileia (Norte). Ver EFRAIM - ISRAEL - PALESTINA - HISTÓRIA DO AT. Sangue. Os judeus acreditavam que é no sangue que está a vida. Ora, a vida é domínio exclusivo de Deus. Por isso, proibiam alimentar-se com o sangue. No culto, há freqüente “derramamento de sangue”, isto é, SACRIFÍCIO de animais oferecidos a Deus. Rejeitava-se todo der-ramamento criminoso de sangue. A expressão CAR
re
Jesus derramou na cruz (= a vida que ele deu livremente pela salvação dos homens) assume especial importância — como sacrifício da nova ALIANÇA, em vista da vida eterna. Ver SANTO. Santo. Toda criatura é limitada. Deus não; ele é completamente dife-rente; “separado” de tudo o que é limitado, deficiente. É neste sentido que a Bíblia diz que Deus é santo. Ele não guarda para si esta santida-de: espalha-a; chama outros para participarem dela. As pessoas, luga-res, tempos e coisas que Deus separa do comum e chama para a sua santidade passam a ser sagradas; para isso elas são consagradas. São Paulo chama de “santos” todos os cristãos, pois todos são chamados à santidade. Este dinamismo da santidade é expresso por meio de gestos e símbolos, que constituem o culto. Ponto alto do culto é o SACRIFÍ-CIO, que é a oferta cultual a Deus de alguma coisa que nos está muito a peito. Através da coisa, o homem oferece-se a si mesmo. Com efei-to, o homem reconhece que tudo o que tem é presente de Deus e a ele pertence. Então devolve a Deus algo do que tem de melhor; e Deus aceita esse gesto de oferta e consagra a coisa oferecida. Ponto alto de todo culto é o sacrifício que Jesus fez de s
h
60
ocura desviar os homens do Senhor; por isso, é
. Apresenta-os como seres sujeitos a Deus, mas seus
mo se não tivesse fim. Daí
assou-se, aos poucos, ao conceito de eternidade: pelos séculos dos
vam cartas e outros escritos com
ma substância resinosa chamada lacre. As pessoas públicas grava-
Mas era de sua vontade que nada, nem mesmo a violência dos ho-mens, impedisse Jesus de se doar. Jesus cumpriu perfeitamente essa vontade de Deus. Ver SANGUE - PURO. Satã / (Satanás). Em hebraico, significa adversário, acusador. No AT aparece poucas vezes (Zc 3,ls; Jó l,6-12;2,l-7; lCr 21,1). Nestes textos Satã é adversário não de Deus, mas, de certo modo, dos homens; é uma espécie de promotor público: testa até que ponto os homens se mantêm no bom caminho. No NT, Satã às vezes conserva esta ima-gem (Lc 22,3ls; 2Cor 12,7). Em outros textos, ele se opõe realmente ao plano de Deus; pr
derrotado por Cristo. Um pouco nessa linha está o uso, evidentemente simbólico, de Mt 16,23. Outros nomes bíblicos de Satã são: diabo (= acusador, caluniador), dragão, serpente, Beelzebu (do nome de uma divindade cananéia). Além de Satã, a Bíblia também menciona demônios e espíritos impu-ros (ou imundos)
inimigos. Procuram levar os homens para o mal. Jesus os vence e expulsa, como sinal de que o REINO DE DEUS já está presente entre os homens. Por isso, o cristão não precisa ter medo de demônios. Ver TENTAÇÃO. Século. Para nós, é um período de 100 anos. Na Bíblia, é bem mais que isto: é um tempo tão longo que é co
p
séculos = para sempre. No NT, século pode também significar mundo (Mc 4,19) e tempo ou duração do mundo (Mt 13,39-40); fala-se do século atual e do futuro (Mt 12,32). Selo. Não se trata de algo como o nosso selo do correio, que não exis-tia na antigüidade. Os antigos fecha
u
vam nesse lacre, enquanto ainda mole, um sinal pessoal delas. Daí que selo lembra algo lacrado ou fechado, ou que tem a marca de alguém muito importante, a quem pertence. Senhor. Como entre nós, a palavra pode ter matizes muito diversos na
61
lorificado o domínio sobre todo o universo. No NT encontramos
ou rabui
(= meu senhor, meu mestre) e maran (na expressão MARAN ATHÁ
nteiro, ao serviço de
de de expressões do NT em que alguém (como
ão Paulo) se diz servo de Jesus Cristo ou que descrevem algum ser-
Bíblia: pode ser manifestação de uma consciência dominadora ou dominada; expressão de respeito; afirmação confiante de fé no poder de Deus que está ao nosso lado. Os reis de CANAÃ, opressores, invo-cavam o poder divino sob o nome de BAAL (= patrão, senhor). Os israelitas chamavam Deus de Senhor, com a certeza de que seu poder é libertador. Nessa mesma linha, no NT o título Senhor é dado não só a Deus Pai, mas também a Jesus Cristo; pois Deus deu ao Cristo
g
também duas palavras aramaicas que significam senhor: rabi
n
ou Marana tha). Ver DIA DO SENHOR - JAVÉ - NOME - SERVO. Sentar-se à porta da cidade. Ver PORTA DA CIDADE. Servo. Como o seu oposto, SENHOR, pode tomar sentidos diversos. Refere-se ao assalariado e aos escravos de várias categorias. Pode ser expressão de cortesia, para dizer que alguém se põe à disposição do outro (como entre nós: “seu humilde criado”). Servo era também chamado o funcionário de confiança do rei (como entre nós o “servi-dor” público); por isso, passou a ser título dado a gente respeitada de modo especial. Assim se compreende o elogio que a Bíblia faz de certas personagens, chamando-as de servos de Deus. Mais significati-vo ainda é chamar assim todo o povo israelita. De fato, Israel foi liber-tado da servidão para poder dedicar-se, todo i
Deus, ser de sua plena confiança, viver a ALIANÇA. Em Isaías (capí-tulos 42.49.50.52.53) aparecem quatro cânticos extraordinários de uma personagem misteriosa, chamada Servo de Javé. Quem será este Servo? Um símbolo do povo israelita em geral? Um personagem muito especial? Seja como for, na descrição daquele Servo do Senhor a comunidade cristã reconheceu os traços de Jesus, Servo de Deus e nosso Senhor e Redentor. À luz de tudo isso, será fácil sentir a profundida
S
viço assumido a bem da comunidade. Aliás, é este o sentido das pa-lavras ministro (de origem latina) e diácono (de origem grega): servi-dor. Ver CORDEIRO.
62
ual foi construída parte da JERUSALÉM antiga.
s (Ap 2,9;3,9). Como assembléia para um culto sem sacrifícios
e animais e sem sacerdotes, a sinagoga representa uma mudança
inal. No evangelho segundo são João, em vez de MILAGRE é usada
la fé.
s judeus. Era formado pelos ANCIOS,
SUMO SACERDOTE, ex-sumos sacerdotes e ESCRIBAS. Ao
e Gomorra. Gn 18-19 fala da destruição dessas duas cidades
or causa da corrupção de seus habitantes. A partir dessa narrativa, os
Sião. Colina sobre a q
Daí passou a designar a própria cidade de Jerusalém. Também se encontram as expressões filha de Sião, Monte Sião ou Monte Santo. Simão. Ver PEDRO. Sinagoga. Designa uma assembléia ou reunião de judeus, ou a comu-nidade judaica em geral. Daí passou a ser nome do prédio em que os judeus se reuniam, no período pós-exílico, para celebrar a liturgia da palavra, no SÁBADO. Não era lugar de SACRIFÍCIOS, que só podi-am ser oferecidos no TEMPLO de Jerusalém. Durante a semana, a sinagoga podia ser usada como escola. Já que a palavra significa reu-nião, pode também referir-se, com forte sabor polêmico, à reunião dos ímpio
d
religiosa de grandes conseqüências: deu aos leigos um novo papel na religião; além disso, preparou o caminho para o culto da Igreja primi-tiva.
S
várias vezes a palavra sinal. De fato, as obras de Jesus dão a conhecer o que Jesus quer revelar; mas não mecanicamente: a pessoa tem de abrir-se ao sinal pe
Sinédrio. No NT, é o senado do
Ã
todo, 71 pessoas. Sirácida. Ver ECLESIÁSTICO. Sodoma
p
dois nomes aparecem na Bíblia como símbolos da seriedade do TUlZO de Deus: ele traz destruição para os maus e salvação para os justos.
63
A Bíblia quer lembrar que só Deus conhece o futuro. Então
mprega a forma literária do sonho para dizer que certo recado vem de
ono. Pode ser sinal de mero cansaço, tranqüilidade (Mc 4,38), alieavia
um sumo sacerdote por vez. Mas sumos sacerotes
depostos e talvez outros membros importantes de famílias
sacerdotais também usavam o título. Isto explica expressões como as
de Lc 3,2 e At 4,6, que falam de vários sumos sacerdotes. Ver HISORIA
DO AT.
Sonho. Os antigos tiveram certa inclinação para acreditar em sonhos. Hoje reconhecemos a importância dos sonhos sob outro aspecto. Eles revelam o nosso inconsciente: esperanças, pressentimentos, temores, alegrias e outros sentimentos que se escondem dentro da gente sem nos darmos conta. Muita gente pretendia saber até o futuro à luz dos sonhos.
e
Deus. Nesse caso, é ao conteúdo do recado que se deve prestar aten-ção especial. Para um oportuno alerta contra a crendice, leia Eclo 34,1-8.
S
nação (Jn 1,5); em Gn 2,21 o sono de ADÃO significa que ele nada faz para ter a mulher: esta lhe é dada sem participação sua; é absoluta graça de Deus Sumo Sacerdote. Chefe supremo da classe sacerdotal israelita. Con-sagrado a Deus de modo especial e representante do seu povo diante de Deus, era a primeira autoridade do judaísmo. Depois do exílio, não havendo mais monarquia, o sumo sacerdote assumia as mais altas funções políticas em Judá. No tempo de Jesus, era ele quem presidia o SINÉDRIO. Só h
d
T
Tabernáculo. Ver TENDA. Talento. Na parábola dos talentos (Mt 25,14-30), pode parecer uma moeda, mas não é. Talento era um peso, que correspondia a uns 34 kg; seu valor em dinheiro variava, dependendo do metal usado: ouro,
64
s, trata-se de uma soma fabulosa, incalculável. Lc, em vez de talen-
, aquele que queria seduzir o povo judeu é
duzido e morto. Veja ainda Ab 15; Jr 50,15.29; Lm 3,64; Jl 4,4.7.
ado Muro das
amentações, porque junto dele pessoas piedosas choram e rezam. O
prata, cobre. Quando Mt 18,23-34 diz que o servo devia 10.000 talen-
to
tos, fala de minas (Lc 19,11-27). Também aqui trata-se de peso, não de moeda. A mina correspondia a 571 g. Por causa da parábola de Jesus, talento passou a significar capacidade, aptidão para fazer coisas. Talião. A Lei do Talião, “olho por olho, dente por dente”, é um prin-cípio de natureza social; diz que o castigo não pode ser mais grave do que o crime cometido: qual o crime tal o castigo (daí o nome talião). Este princípio aparece em Ex 21,22-25; Dt 19,16-21; Lv 24,17-22. Representa um esforço para, ao mesmo tempo, marcar a gravidade de certos crimes e não passar da medida no seu castigo. Esta lei visa defender o fraco, o agredido. Nem sempre foi aplicada ao pé da letra; sua interpretação branda mostra que se trata de um espírito, de um convite à moderação. Aparece também em outras partes do AT, às vezes de maneira bastante sutil. Em Ex 11, Deus mata os primogênitos daqueles que queriam exterminar Israel, “filho primogênito” de Deus (Ex 4,22). No livro de Judite
se
No NT, o Ap 17,16s aplica a lei do Talião de maneira bem crua. Em termos pessoais, tanto o AT como o NT ensinam a lei do perdão: Lv 19,17s; Mt 5,38s. Ver LEI.
Temor de Deus. Indica um sentimento que é ao mesmo tempo respei-to, medo reverente, submissão, amor. Corresponde ao que hoje cha-mamos de religiosidade, vida piedosa. Templo. O prédio em que se celebrava o culto israelita com oferta de SACRIFÍCIOS. Ficava em JERUSALÉM. Era considerado a casa de Deus. O primeiro templo foi construído no tempo de Salomão, no século X a.C, e destruído pelos babilônios em 586; reconstruído em 516, foi depois reformado, ampliado e enriquecido por ordem de HERODES, o Grande, no tempo de Jesus. Novamente destruído, dessa vez pelos romanos, em 70 d.C, não foi mais reconstruído até hoje. Restou um pedaço do seu muro ocidental, cham
L
65
a promessa da água viva
os versículos 37-39. A vida na tenda marcou muito os israelitas;
seu bem, para amadurecê-lo. No sentido de
dução ao mal: o demônio, outros homens, ou o próprio íntimo
em pretende pôr Deus à prova, passar uma espécie de
ste nele. Ver SATÃ.
Templo foi testemunha de muito gesto piedoso; mas, como centro do poder, da ideologia e da economia do judaísmo, esteve também pro-fundamente ligado a sérios abusos. Ver SINAGOGA. Tenda. Nas suas caminhadas pelo DESERTO, muitos antigos israelitas moravam em tendas. A frágil barraca que protege do mau tempo era vistg como miniatura do céu, essa espécie de tenda proteto-ra que Deus estendeu por cima da nossa terra (SI 104,2). Também a igrejinha daquela gente simples era uma tenda, onde Moisés ia encon-trar-se com Deus. Por isso, foi chamada de Tenda da Reunião, ou Ha-bitação (Ex 26). Nela ficava guardada a ARCA DA ALIANÇA. A Tenda era, pois, sinal da presença ativa de Deus no meio do seu povo. Um santuário móvel desse tipo continuou a ser usado até que Salomão construiu o TEMPLO de Jerusalém. A Bíblia dá grande importância a uma Festa das Tendas (algumas traduções dão “dos Tabernáculos”; melhor seria dizer “das Cabanas”). Era celebrada no outono, quando se guardam as colheitas em barracas, para protegê-las do frio do inverno. Era uma antiga FESTA agrícola; mas foi-lhe associada uma lembrança histórica: passou a comemorar o cuidado com que Deus abrigou e protegeu seu povo na caminhada pelo deserto. A Festa das Tendas durava 8 dias; no final havia uns bonitos ritos simbólicos com ÁGUA: para lembrar que é Deus quem tira a sede do povo, pedir chuva e aguardar futuras bênçãos de água para Jerusalém. É nesse contexto que se situa, no NT, Jo 7 — com
n
mesmo depois que passaram a morar em casas e ter suas cidades, continuaram a usar expressões em que se menciona a tenda: Pr 14,11; Is 54,2; e até no NT: 2Cor 5,1-4; 2Pd 1,13. Tentação. A palavra é usada em dois sentidos. No de provação: Deus prova o homem para
in
tentam levar a pessoa ao mal. Às vezes fala-se em tentar a Deus; é a atitude de qu
te
66
hefes políticos sujeitos ao imperador
mano, que governavam um território tão pequeno que não
ÓRIA DO NT.
Transbordar. Ver CÁLICE.
ribo Ver HISTÓRIA DO AT.
Testamento. Para os nomes Antigo e Novo Testamento, ver ALIANÇA.
Tetrarca. Título de certos c
ro
justificava o título de rei. Ver HIST
T
s.
U
o.
Verbo. Este termo aparece umas poucas vezes no NT, sempre com o sentido de palavra. Ora, palavra não é só a que sai da boca. Falamos também com o olhar, a atitude, as ações. Toda a nossa existência é palavra, na medida em que se torna “falante”, revelando o sentido da vida e da história. Em Jo 1, Verbo tem um significado muito especial, ligado a este conceito mais profundo de palavra. A palavra de Deus ressoa desde a criação do mundo; faz-
p
humana — referência a Je
n
de maneira única, a Palavra de Deus.
Vermelho. Ver CORES. Versão dos 70. Ver BÍBLIA - GREGO.
67
es
m certos cultos. A pessoa pode “revestir-se” de glória, de força de
mado Dia do
enhor em Ap 1,10, pode ser considerado uma antecipação litúrgica
ingança. Oprimido por todos os lados, o povo israelita usa muito a
Vestes. Na linguagem bíblica, as vestes são muito ligadas à pessoa; de certa maneira manifestam o seu íntimo. Daí, numerosas expressões bastante fáceis de entender. Estar vestido = estar preparado, ou em condições de realizar alguma coisa. Estar nu é estar sem as devidas condições, não praticar o bem, e, nesta situação, estar como que trans-parente diante de Deus — ser “pego de calça curta”, diríamos nós. Vestes brancas são sinal de alegria. Ver CORES. Lavar as vestes é colocar-se nas devidas condições. Rasgar as vestes significa perder a alegria, a paz; é sinal de luto ou de indignação. Vestir vestes de pêlos é levar vida austera (ver SACO). Há vestes de penitência, luto, júbilo; há vestes típicas de certas funções, como as vestes sacerdotais para o culto. Um dos gestos de aliança é a troca de vestes entre os dois alia-dos. O AT proíbe usar vestes próprias do outro sexo (Dt 22,5). Não por questão de decência — as longas roupas dos homens tinham pou-cos centímetros a menos que as das mulheres —, mas para distanciar os israelitas dos cananeus, que praticavam semelhante troca de vest
e
justiça, de majestade; e quando o noivo estende a orla do seu manto sobre a noiva (Dt 23,1; Rt 3,9), é como se a estivesse cobrindo com sua própria GLÓRIA. O cristão é convidado a revestir-se de Cristo.
Vinda do Senhor. Numerosos textos do NT falam de uma vinda glo-riosa de Jesus Cristo, que encerrará a história humana. Essa vinda foi associada com o DIA DO SENHOR, anunciado no AT. O domingo, também cha
S
da Vinda do Senhor: “Ele está no meio de nós”, embora ainda não de maneira completa. Ver MARANA THA - VISITAR - FILHO DO HOMEM.
V
palavra vingança. Não se trata de imaturo desejo de desforra. O
povo quer justiça. É também neste sentido que a palavra aparece no NT (Rm 12,19; Hb 10,30). Vinho. Bebida muito comum e popular na Palestina. Por isso, a
68
pode reresentar
a “IRA DE DEUS” (Ap 14,10 — ver Jr 25,15-29; SI
ntido cristão NOVO, ainda mais profundo. Ver CÁLICE.
tigo para os maus. Ver DIA DO SENHOR.
Violência / Violento. Na Bíblia, refere-se à agressão do opressor, ou à
força com que Deus ataca o mal, não à resistência do oprimido (Ecl
4,1; Ez 22,29; Mq 6,12; Is 13,11).
videira e seu fruto eram tratados com carinho. Na Bíblia, o vinho é símbolo de alegria (SI 104,15); tomar vinho é imagem e antecipação da alegria da plenitude esperada (“escatológica”). O lagar em que se esmagam as uvas para fazer o vinho tem também seu simbolismo: é figura do castigo dos maus (Is 63,2); por isso, o vinho
p
60,5;75,9). Na ceia eucarística do NT, o uso do vinho acolhe o extra-ordinário simbolismo do mundo judaico; ao mesmo tempo, recebe um
se
Visitar. Quando é Deus quem visita, entenda-se que se trata de BÊN-ÇÃO para os bons ou cas
Voltar. Às vezes, principalmente nos profetas, significa arrepender-se. Ver PENITÊNCIA. Pode também referir-se à volta de Cristo: ver VINDA DO SENHOR.
X
Zeloso / Zelotes. Javé é chamado de Deus zeloso (Ex 20,3-6); como para dizer que ele é “ciumento”, não admite outro deus nem outra “esposa” (ver ALIANÇA). Zeloso é chamado também quem zela por uma causa, especialmente a causa de Deus; é o caso de Finéias (Nm 25,1-13) e, em sentido muito mais profundo, de Jesus (Jo 2,17). Em 6 d.C. os romanos depuseram o rei judeu e tomaram o poder na Judéia;
69
s salvador; é preciso resistir pela
rça. Os romanos tratavam esses que assim pensavam de bandidos;
as o povo os respeitava e os chamava de zelosos ou zelotes. Na luta
esigual contra os romanos o movimento foi eliminado. Quanto a
imão, o Zeloso, ver CA-NANEU.
organizaram um recenseamento da população, para poderem recolher melhor os impostos. Muitos judeus ficaram furiosos. Um grupo deles começou uma resistência mais radical: aceitar o domínio do imperador romano e pagar-lhe impostos é contra a Lei (Mc 12,17); mas não basta esperar que Deus mande o Messias.
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ESTUDO BÍBLICO NO GRUPO 03
DATA: 14 E 15/05/2011
SÁBADO DIA 14:
HORAS |
ATIVIDADE |
RESPONSÁVEL |
09:00HS |
ACOLHIDA |
COORDENAÇÃO DA COMUNIDADE |
09:05 |
ORAÇÃO E CANTO |
LETICE |
09:20 |
INTRODUÇÃO |
PADRE ALEJANDRO |
09:30 |
CATECISMO BÍBLICO |
MOISÉS E LETICE |
10:30 |
MERENDA |
COORDENAÇÃO DA BARRACA |
10:50 |
RETORNO (ANIMAÇÃO) |
MOISÉS E LETICE |
11:00 |
CONTINUAÇÃO (CATECISMO) |
MOISÉS E LETICE |
12:00 |
ALMOÇO |
COORDENAÇÃO DA BARRACA |
14:00 |
RETORNO (ANIMAÇÃO) |
MOISÉS E LETICE |
14:10 |
CONTINUAÇÃO (CATECISMO) |
MOISÉS E LETICE |
15:30 |
MERENDA |
COORDENAÇÃO DA BARRACA |
15:50 |
RETORNO (ANIMAÇÃO) |
MOISÉS E LETICE |
16:00 |
CONTINUAÇÃO (CATECISMO) |
MOISÉS E LETICE |
18:00 |
JANTA |
COORDENAÇÃO DA BARRACA |
19:30 |
LEITURA ORANTE DA BÍBLIA |
PADRE ALEJANDRO |
21:00 |
ENCERRAMENTO |
TODOS |
DOMINGO DIA 15:
HORAS |
ATIVIDADE |
RESPONSÁVEL |
07:30 |
CAFÉ |
COORDENAÇÃO DA BARRACA |
08:00 |
ORAÇÃO E CANTO |
EQUIPE |
08:20 |
ABC BÍBLICO |
PADRE ALEJANDRO |
10:00 |
MERENDA |
COORDENAÇÃO DA BARRACA |
10:20 |
RETORNO (ANIMAÇÃO) |
MOISÉS E LETICE |
10:30 |
CONTINUAÇÃO (ABC) |
PADRE ALEJANDRO |
11:00 |
MISSA DE ENCERRAMENTO |
TODOS |
12:00 |
ALMÇO E DESPEDIDAS |
TODOS |
|
|
|
ESTUDO BÍBLICO NO GRUPO 01
DATA: 21 E 22/05/2011
LOCAL: SANTA CRUZ
SÁBADO DIA 21/05:
HORAS |
ATIVIDADE |
RESPONSÁVEL |
09:00 |
ACOLHIDA, ORAÇÃO, ANIMAÇÃO E APRESENTAÇÃO |
COORDENAÇÃO DA COMUNIDADE E EQUIPE PASTORAL |
09:30 |
1º TEMA (CATECISMO BÍBLICO) |
MOISÉS |
10:30 |
MERENDA |
COORDENAÇÃO DA BARRACA |
10:50 |
RETORNO (ANIMAÇÃO) |
EQUIPE PASTORAL |
11:00 |
CONTINUAÇÃO DO TEMA |
MOISÉS |
12:00 |
ALMOÇO |
COORDENAÇÃO DA BARRACA |
14:00 |
RETORNO (ANIMAÇÃO) |
EQUIPE PASTORAL |
14:15 |
CONTINUAÇÃO DO TEMA |
MOISÉS |
15:30 |
MERENDA |
COORDENAÇÃO DA BARRACA |
15:50 |
RETORNO (ANIMAÇÃO) |
EQUIPE PASTORAL |
16:00 |
CONTINUAÇÃO DO TEMA |
MOISÉS |
18:00 |
INTERVALO (JANTA) |
COORDENAÇÃO DA BARRACA |
19:30 |
FILME |
EQUIPE PASTORAL |
21:00 |
ENCERRAMENTO (DESCANSO) |
TODOS |
DOMINGO DIA 22/05:
HORAS |
ATIVIDADE |
RESPONSÁVEL |
07:30 |
CAFÉ |
COORDENAÇÃO DA BARRACA |
08:00 |
ORAÇÃO E ANIMAÇÃO |
EQUIPE PASTORAL |
08:30 |
2º TEMA (ESTANTE BÍBLICA) |
LETICE |
10:00 |
MERENDA |
COORDENAÇÃO DA BARRACA |
10:20 |
RETORNO (ANIMAÇÃO) |
EQUIPE PASTORAL |
10:30 |
CONTINUAÇÃO DO TEMA |
LETICE |
12:00 |
ENCERRAMENTO (ALMOÇO E DESPEDIDA) |
TODOS |
1
INTRODUÇÃO
1. Definição
A palavra sacramento significa sinal. Nós dizemos que o Batismo, a Confirmação, a Re-conciliação, a Eucaristia, a Unção dos Enfer-mos, a Ordem e o Matrimônio, são Sacramen-tos, ou seja, sinais. Sinais de que? Sinais do amor de Deus para com a humanidade.
Vamos dar um exemplo: você ama uma pes-soa e quer demonstrar esse amor dando-lhe um presente. O presente não é o amor que você tem por aquela pessoa: é simplesmente uma prova, um sinal. E a pessoa que recebe seu presente sabe que, escondido nele, está todo o amor que você tem por ela.
2. O amor de Deus pelos homens
Sabemos que Deus sempre amou a humani-dade. Ele criou o homem à sua imagem e seme-lhança. Mas o homem foi teimoso e pecou. Co-mo conseqüência desse pecado, o ser humano se afastou do seu Criador. Mas o Pai não abando-nou aquele que foi criado à sua imagem e seme-lhança: pelo contrário, chamou-o de volta à a-mizade e fez com ele um contrato (leia Gênesis 12, 1-5).
Mas o homem é teimoso mesmo. Hoje é fiel, amanhã já desmancha o contrato. Deus, porém, é fiel e carinhoso. E não cansa de inventar mo-dos para conquistar o coração humano. Ele é um apaixonado por sua criatura preferida: o homem. E por isso, ao longo da História de Is-rael, lhe envia Juízes, Reis, Profetas, a fim de que volte à amizade.
3. Jesus, sacramento do Pai
Apesar de o homem se afastar continuamente de seu Criador, este sempre deseja salvá-lo. E o grande SINAL do Pai se realizou em Jesus Cris-to. Deus não se contentou em enviar Profetas: quis ele mesmo vir ao encontro do homem, na pessoa de Jesus, a fim de ensiná-lo a amar, a vi-ver, a saborear a amizade e o amor do Pai. Por isso é que dizemos: Jesus é O SACRAMENTO DO PAI. É o grande gesto-sinal de Deus: seu Filho vem ao mundo para resumir com sua vida o amor do Pai, e para levar os homens à perfeita união com Deus.
Os Sacramentos em sua vida
José Bortolini
4. A Igreja, sacramento do Cristo
Cristo Jesus cumpriu sua missão aqui na ter-ra: viveu fazendo o bem. E obediente à vontade do Pai, entregou-se à morte por nós. E o Pai o ressuscitou. E Jesus foi elevado ao céu (leia Fi-lipenses 2, 5-11). Mas, antes de voltar para jun-to do Pai, encarregou os apóstolos de continua-rem sua missão: “Todo poder me foi dado no céu e na terra. Ide, portanto, e fazei que todas as nações se tornem discípulos... Eu estou convos-co até o final dos tempos”(Mt 28,18-20).
A Igreja, portanto, continua fazendo o que Cristo fez. E Cristo está presente no meio dela, continuando a salvar a humanidade. A Igreja e, pois, SINAL da presença de Cristo no meio dos homens; é SACRAMENTO DE CRISTO. Ele se entregou por ela, deu a vida (leia Efésios 5,25). Pertencer à Igreja é pertencer a Cristo. Como é que Jesus está presente na Igreja? Atra-vés dos sacramentos, ou seja,mediante os SI-NAIS do seu amor.
5. Os sacramentos não são só sinais
No início dávamos a definição de sacramen-to. E dizíamos que é SINAL. Os sacramentos não só são sinais do amor de Deus. Não só são sinais da presença de Cristo na Igreja. ELES SÃO O PRÓPRIO DEUS, PRESENTE NES-SES SINAIS. Os sacramentos são REALIDA-DE. A hóstia consagrada não é só sinal da pre-sença de Cristo: É O PRÓPRIO CRISTO. E as-sim acontece com os demais sacramentos: são o próprio Deus, presente neles.
2
BATISMO
1. O que é batismo?
É o primeiro dos sacramentos. Junto com a confirmação e a eucaristia forma os chamados sacramentos da iniciação cristã. É o primeiro dos sacramentos porque abre o grande diálogo amoroso de Deus com os homens.
A iniciativa de amar parte sempre de Deus: ele ama por primeiro. O batismo se torna, as-sim, um presente divino que o homem recebe. O apelo amoroso de Deus, dirigido ao homem no batismo, deve encontrar eco no ser humano: a-quele que é batizado responde sim a Deus, com-prometendo-se com o bem, a verdade e a justi-ça.
O batismo é a nova criação que Deus produz em nós. Com ele nos tornamos FILHOS DE DEUS (leia a conversa de Jesus com Nicode-mos em João 3, 1-5). Por meio dele, nascemos do alto, ou seja, recebemos a filiação divina. Graças a ele podemos, no Espírito, chamar a Deus de Pai (Romanos 8,15).
Nesse sacramento, morremos para o pecado, a fim de vivermos a vida nova trazida por Cristo (leia Romanos 6,1-11). Lembre-se das promes-sas batismais, onde renunciamos ao pecado e ao Diabo, autor do mal.
No batismo nós fomos marcados com o selo de Deus. A partir daquele momento, pertence-mos somente a ele, como criaturas novas (2Coríntios 5,17). Com ele selamos nosso con-trato de amor com aquele que nos criou e en-tramos a fazer parte da Nova Aliança, realizada na morte-ressurreição de Cristo.
É o sacramento que apaga em nós o pecado original e suas conseqüências.
2. Quem instituiu o batismo?
Jesus, ao ser batizado por João Batista no rio Jordão, instituiu o batismo para todos os que desejam ser cristãos, ou seja, seguidores de Cristo. Mateus, Marcos e Lucas narram o ba-tismo de Jesus (leia Mateus, 3,13-17, ou Marcos 1,9-11, ou Lucas 3, 21-2).
Para refletir:
•
O que significa Sacramento?
•
Por que Jesus é Sacramento do Pai?
•
Por que a Igreja é Sacramento de Cristo?
•
Os Sacramentos são só sinais?
Antes de subir ao céu, ele deu aos apóstolos a ordem de batizar (leia Mateus 28,19). O ba-tismo é a condição para que o homem se salve: “Aquele que crer for batizado será salvo” (Mar-cos 16,16).
3. Três tipos de batismo
A Igreja ensina que há três tipos de batismo:
a) De água: é aquele no qual todos nós fo-mos batizados.
b) De sangue: no início da Igreja, batizava-se só gente grande. Os que faziam cursinho para batismo eram chamados catecúmenos. Naquele tempo, os cristãos eram perseguidos. Se eles morressem por causa do Nome de Jesus, mes-mo sem serem batizados em água, eram consi-derados batizados no sangue. O batismo de san-gue é válido até hoje.
c) De desejo: Se os pais de uma criança de-sejarem que ela seja batizada, mas a criança nasce morta ou morre antes de ser batizada, considera-se batizada, graças ao desejo de seus pais.
4 . O batizado na Igreja-comunidade
O batismo é o sacramento que introduz o homem na comunidade dos fiéis. Por meio dele fazemos parte da Igreja. Aquele que foi batiza-do faz parte da família de Deus, e como tal tem suas obrigações. A Igreja é o Povo da Aliança que Jesus inaugurou com sua morte-ressurreição. O batizado tem a obrigação de ser fiel ao compromisso de amor entre ele e o Cria-dor. Deve viver como filho de Deus e irmão dos homens.
Ao ser batizado, o homem, que já havia re-cebido a vocação humana, recebe a vocação cristã. É chamado a ser como Cristo. Faz parte da “raça eleita, sacerdócio real, nação santa, povo de sua propriedade particular” ( lPedro 2,9) e deve se esforçar para que no mundo “haja
um só rebanho e um só Pastor” (João 10,16).
3
5. Por que o povo batiza?
Um fato: o povo brasileiro, em sua maioria, é composto de batizados. É difícil a gente encon-trar alguém que não tenha recebido o primeiro dos sacramentos da iniciação cristã. Disso não podemos duvidar. Mas quando vamos analisar os motivos pelos quais o povo brasileiro batiza, ficamos um tanto espantados. Existe muita su-perstição. E isso tira o brilho que o sacramento possui.
Você já sabe o que é o batismo. Agora va-mos ver por que o povo batiza. E descobrimos que as motivações são muitas: algumas boas e outras ruins.
6. Motivos bons:
l ) Necessidade do batismo para a salvação.
2) Necessidade do batismo para apagar o pe-cado original.
3) Deseja-se o batismo porque é um meio pa-ra a gente se tornar filho de Deus.
4) Quer-se o batismo por que é um meio para a gente ser cristão, ou seja, seguidor de Cristo.
5) Batiza-se porque é um meio para a gente ser membro da Igreja.
Quem batiza o filho com essas motivações está agindo certo. Todos esses motivos são bons e válidos. Qual é o mais importante deles? To-dos o são. É bom a gente mantê-los juntos, pois um completa o outro.
7 . Motivos supersticiosos
Tem muita gente pensando que o batismo se-ja um gesto mágico, supersticioso. Há os que pensam assim: “Se não batizar a criança, ela não terá saúde. O batismo afasta as doenças, o mau olhado etc.” E assim por diante. Quem pensa assim está redondamente errado. Batismo não é magia. Menos ainda tratamento médico. Saúde ou doença não dependem da criança ser ou não batizada. Você conhece outros motivos supersticiosos? Quais? Você acha que não bati-zar a criança dá azar?
Para refletir
•
O que é o batismo?
•
Que vocação recebemos ao sermos batiza-dos?
•
O que significa vocação cristã?
8 . Motivos sociais
É quando se batiza porque sempre foi assim. Batiza-se por tradição. Os bisavós eram católi-cos, os avós são gente de igreja, os pais são gente de respeito. Como conseqüência, os filhos devem ser batizados. Quem age assim está se-guindo a tradição, o costume de batizar, não descobrindo o verdadeiro valor desse sacramen-to.
Há os que batizam para que os vizinhos, bons católicos, não ponham a boca no mundo. Batiza-se porque naquele bairro, rua ou vila, to-do mundo age assim. Esse é “o batismo da Ma-ria que vai com as outras”.
Outros batizam, ainda, para evitar encrencas mais tarde, no casamento religioso. Para não passar por pagão, batiza-se logo. Quando che-gar a hora de fazer a papelada para o casamento na igreja, não haverá necessidade de preocupa-ções. Esses motivos não são válidos!
9 . Motivos econômicos
O batismo é motivo para a criança ganhar presentes. O padrinho se sente na obrigação de “pagar” o batizado. A madrinha paga a roupa da criança. Quando a criança, depois de crescida, precisar de um empurrãozinho para conseguir um bom emprego, ou pagar o colégio ou facul-dade, os padrinhos dão dinheiro.
A respeito do papel dos padrinhos, falaremos mais adiante. Por enquanto, fica uma lição: é bobagem procurar apoio financeiro nos padri-nhos.
É claro que não apresentamos todos os moti-vos supersticiosos, sociais e econômicos. Você poderá descobrir outros .
Tendo em mente essas motivações ruins vo-cê deve, agora, reler o que escrevemos acima (ponto 1, onde mostramos o verdadeiro signifi-cado desse sacramento. Lá está escrito porque
devemos batizar.
4
10. O batismo de Jesus
“Naquele tempo, Jesus foi ao Jordão à procu-ra de João, a fim de ser batizado por ele. Mas João tentava convencê-lo do contrário : ‘Eu é que tenho necessidade de ser batizado por ti e tu vens a mim?’ Jesus, porém, lhe respondeu: ‘Deixa que se cumpra o que é justo’. E João concordou.
Batizado, Jesus saiu logo da água e o céu se abriu. Ele viu o Espírito de Deus descendo co-mo uma pomba e pousando sobre ele. Ao mes-mo tempo, uma voz vinda do céu dizia: ‘Este e o meu Filho amado, no qual sinto toda a alegri-a’ “ (Mt 3,13-17).
Embora não tenha pecado, Jesus quer subme-ter-se ao batismo de João, pois isso é vontade de Deus. Com isso, ele se prepara a fim de ser o Messias Salvador, cumprindo toda a justiça do Pai. Qual é essa justiça? Que todos se salvem!
Ao ser batizado, Jesus recebe a plenitude do Espírito Santo. Ele agora está pronto para as-sumir seu papel diante dos homens: cumprir sempre a vontade do Pai, anunciar o Reino de Deus presente entre nós e salvar todos os ho-mens.
Deus Pai proclama que Jesus é o Filho que-rido: “Este é o meu Filho amado, no qual sinto toda a alegria’, ( Mt 3 ,17 l . Essas mesmas pa-lavras estão presentes na transfiguração de Je-sus (leia Mateus 17,1-8). Por que Jesus é o Fi-lho querido de Deus Pai? Porque ele veio fazer tudo o que o Pai pediu: “O meu alimento é fazer a vontade daquele que me enviou e realizar a sua obra” (Jo 4,34).
Sobre Jesus está o Espírito Santo: “O Espíri-to do Senhor repousa sobre mim” ( Lc 4,18). E esse mesmo Espírito lhe dá uma missão: “Ele me ungiu para evangelizar os pobres; enviou-me para proclamar a liberdade aos presos, e aos cegos a recuperação da vista, para restituir a li-berdade aos oprimidos, e para anunciar um ano de graça do Senhor” (Lc 4,18-19).
Para refletir:
•
Procure encontrar outros motivos supersti-ciosos, segundo os quais as pessoas costu-mam batizar.
•
O que a gente pode fazer para corrigir essas idéias erradas?
Jesus assume essa missão e a leva até o fim. Sobre a cruz, no fim das forças físicas e na pro-va máxima de amor pelos homens, ele procla-ma: “Está realizada a obra que o Pai me confi-ou” (cf. Jo l9,30a). “E, inclinando a cabeça, en-tregou o espírito” (Jo 19, 30b).
11. O batismo do cristão
Ao sermos batizados, recebemos o Espírito Santo. Deus Pai nos adota como “filhos queri-dos, nos quais sente alegria”, à semelhança de Jesus, o verdadeiro Filho. Na Carta aos gálatas, Paulo diz: “Porque sois filhos enviou Deus em nossos corações o Espírito do seu Filho, que clama: Abbá, Pai! De modo que já não és escra-vo, mas filho” (Gl 4,6-7a; leia também (Efésios 1,5 e 2Pedro 1,4). São João escreve: “Vejam que prova de amor nos deu o Pai: que sejamos chamados FILHOS DE DEUS. E de fato o so-mos” (lJo 3,1 ).
12. O batizado e sua missão
Pelo batismo nos tornamos cristãos, isto é, seguidores de Cristo. Somos filhos amados de Deus, possuidores do Espírito Santo. Como ba-tizados, temos uma missão ( leia Lucas 4,18-20). Nossa caminhada, nesta terra, se identifica com a caminhada de Cristo, cujo alimento era “fazer a vontade do Pai” (Jo 4,34), até que, em nós, se realize plenamente a obra que Deus nos confiou; até dizermos: “Tudo está consumado” (Jo l9,30a).
Ao receber o batismo, você se identificou
com Jesus e sua missão: você é filho de Deus, possui o Espírito e recebeu a missão de teste-munhar e anunciar o Reino, presente dentro de você e na Igreja.
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13 . A tentações de Jesus batizado
Depois de receber o batismo, Jesus é levado ao deserto, a fim de ser tentado pelo Diabo (leia Mateus 3,13-4,11; ou Marcos 1,9-13; ou Lucas 3,21-22. 4,1-13).
O deserto é lugar de purificação, de encontro com Deus, de oração. Mas é também lugar de provação, de dificuldades. Foi no deserto que o povo de Israel DUVIDOU da presença de Deus no meio deles (leia o episódio de Êxodo 17,1-7). No deserto, Israel se acovarda e cai na ido-latria (leia Êxodo 32,1 -6). O lugar onde o povo duvidou da presença de Deus passou a se cha-mar “lugar da provação e da briga”, pois Israel duvidou de Deus, dizendo : “Afinal de contas, Deus está ou não entre nós ?” ( Ex 17,7).
Quando Deus criou o homem, colocou-o num jardim, “lugar de paz e de intimidade com Deus” (leia Gênesis 2,8). Mas o homem, com o pecado, se afastou de Deus e foi expulso do “lugar de paz” (Gênesis 3,23), passando a viver dificuldades. A terra se tornou ingrata, um ver-dadeiro “deserto” (Gênesis 3,17-19).
O homem foi covarde. Jesus, porém, vai pa-ra o deserto, para “o lugar da provação e da bri-ga”, a fim de mostrar ao homem como deve fa-zer para ser vitorioso. Cristo sofre três tipos de tentação: posse, prazer e poder (releia o texto de Mateus 4,1-11). Posse, prazer e poder resu-mem todos os tipos de tentação. Não existe ne-nhum vício, nenhum pecado que não seja de posse egoísta, de prazer ou de poder.
Jesus, “o Filho querido de Deus”, vence as tentações. Com isso ele quer dizer: “Prestem a-tenção: aquele que se tornou, pelo batismo, fi-lho de Deus, deve ser um vencedor das tenta-ções. O homem não foi criado para ser um co-varde! Deus o criou para ser vencedor! Todo o que recebeu o batismo deve vencer todas as ten-tações que aparecerem na vida, pois é filho que-rido de Deus” .
A gente se pergunta: onde está o deserto e onde as tentações do homem de hoje?
Para refletir:
•
Por que Jesus se fez batizar por João Batista?
•
O que nos tornamos quando recebemos o ba-tismo?
•
Qual é a missão do cristão?
14 . As tentações do homem batizado
Todos nós, depois do batismo, somos condu-zidos ao “deserto da vida”. Basta que olhemos ao redor: a vida não é fácil e as tentações são muitas. Percebemos que o homem de hoje é ten-tado de posse: queremos ter sempre mais. E pa-ra isso, exploramos, enganamos, roubamos. Muitos só olham o lucro, o dinheiro...
Pense um pouco nos prazeres que o homem busca: sexo, drogas, riquezas, bens, carros, ter-ras. . . Jesus, o Filho querido, venceu a tentação do prazer. E o batizado deve fazer o mesmo.
Pense na tentação do poder: nossa sociedade está cheia de “poderosos chefões”, patrões maus e desonestos, ídolos. . . Jesus ensina que pode-roso é aquele que vence essas tentações. Ele também foi tentado de se ajoelhar diante do Di-abo. Quantos hoje se ajoelham diante dos pode-rosos, do dinheiro, dos prazeres...
15 . Ser batizado = ser vencedor, como Jesus
Viver o batismo é vencer todas as tentações. Nossa sociedade é “ um deserto onde se provo-ca a Deus “de muitos modos. Enquanto o ho-mem continuar sendo vítima das tentações, ja-mais testemunhará seu batismo. Ser batizado é fazer como Jesus: dizer não a todas as formas de idolatria. Dizer não ao abuso da posse, do prazer e do poder. Dizer não ao Diabo e ao pe-cado. Transformar o deserto de nossa vida, “lu-gar onde se provoca a Deus”, num jardim, “lu-gar de paz e comunhão com Deus, os irmãos e as coisas criadas” .
6
16. O que o Antigo Testamento fala da água
A água está presente na vida do povo da Bí-blia. Eles davam muito valor a ela, pois nem sempre a tinham em abundância. Quem vive em lugares desertos e secos, como o povo judeu, valoriza muito mais água, pois às vezes ela po-de faltar. Talvez você já conheça o que seja uma seca de meses ou de anos. . .
Desde o início da criação, a Bíblia nos fala da água. Nela lemos que o Espírito de Deus pai-rava sobre as águas (leia o início do Gênesis). Lá está dito também que Deus separou a terra da água (Gênesis 1,9). O Espírito de Deus pai-rava sobre as águas “para que elas fossem capa-zes de gerar a vida”. A água e a chuva são si-nais de que Deus abençoa seu povo. E a seca, para os judeus, era sinal da ira de Deus por cau-sa dos pecados do povo escolhido.
Ela é também sinal de purificação. É o que acontece na narração do dilúvio (Gênesis 7). A humanidade havia pecado. Só Noé e sua família tinham ficado fiéis a Deus. E com as águas do dilúvio, Deus acabou com os vícios da humani-dade pecadora, fazendo-a renascer para uma vi-da nova.
Moisés foi salvo das águas do Nilo (leia Ê-xodo 2,10). Uma das pragas do Egito foi a transformação da água em sangue (Êxodo 7,20). Libertado da escravidão do Egito, o povo de Deus atravessa o mar Vermelho a pé enxuto. O povo de Israel, livre da escravidão, é símbolo da Igreja, povo de Deus, libertada do pecado pelo batismo. No deserto, faltando água, o povo de Israel começa a reclamar contra Moisés. E Deus faz brotar água da pedra (leia Êxodo 17) .
A água é um presente gratuito de Deus. A chuva, que cai do céu, é bênção divina. Para os antigos, a água era o princípio de todas as coi-sas. Alguns, como os gregos, acreditavam que do mar nasciam todas as coisas, inclusive os homens.
Os hebreus costumavam comparar os países inimigos com as ondas do mar, furiosas e des-truidoras. E se eles permanecessem fiéis a Deus, ele afastaria deles os perigos das invasões ini-migas, assim como Deus quebra a fúria das on-das, espalhando-as na praia do mar. Há diversos salmos e passagens da Bíblia que usam essa comparação. A sede de Deus é comparada à se-de de água. E também esse exemplo é encontra-do com muita freqüência na Bíblia Sagrada.
Para refletir:
•
Quais foram as tentações de Jesus?
•
E quais são as tentações dos homens ?
•
Por que o mundo hoje é mais um deserto do que um jardim de paz e fraternidade?
•
O que significa, hoje, “ajoelhar-se diante do Diabo”?
17. O que o Novo Testamento fala da água
No Novo Testamento, encontramos Jesus que se faz batizar nas águas do rio Jordão. Ele diz que dar um copo de água a quem tem sede é um ato de caridade ( Marcos 9,40). Na conversa que teve com a Samaritana, Jesus diz: “Aquele que beber da água que eu lhe darei nunca mais terá sede. Pois a água que eu lhe der tornar-se-á nele uma fonte de água jorrando para a vida e-terna” (Jo 4,14. Seria bom que você lesse todo o capítulo 4 de são João). Um pouco mais adian-te, Jesus afirma: “Se alguém tem sede, venha a mim e beba. Quem crê em mim, como diz a Es-critura, do seu seio jorrarão rios de água viva” (Jo 7,37-38).
Na conversa com Nicodemos, Jesus insiste que é preciso nascer da água e do Espírito Santo para entrar no Reino: “Em verdade, em verdade te digo: quem não nasce da água e do Espírito não pode entrar no Reino de Deus. O que nasce da carne é carne; o que nasce do Espírito é Es-pírito” (Jo 3,5-6).
Você percebe, portanto, o valor da água e o seu significado na Bíblia Sagrada. A Igreja dos primeiros cristãos chamava o batismo de banho de purificação, pois pelo gesto de derramar á-gua na cabeça, a pessoa se purificava de seus pecados e começava a fazer parte do povo sa-cerdotal, a raça escolhida, a nação santa; como diz são Pedro.
18 . Por que batizamos com água?
Não é por acaso que se batiza com água. O próprio Cristo foi assim batizado no rio Jordão. A água simboliza vida. O batismo é a vida no-va. Por meio da água — símbolo da vida huma-na — Deus nos transmite, no batismo, a vida
divina. A água simboliza o dom do Espírito de Deus, a plenitude dos dons de Deus e o progres-so espiritual que resulta do nosso compromisso com as promessas batismais.
Para refletir
7
•
Por que não se pode batizar com outro lí-quido que não seja água?
•
O que a água simboliza?
•
Há outras passagens da Bíblia que falam da água : você é capaz de encontrá-las?
•
O que representa a água para nós, hoje?
•
O que fazemos com ela?
•
Por que existem águas poluídas?
19. A vela do batismo
Na celebração do batismo, acende-se uma vela no círio pascal. O círio pascal é uma vela grande que a gente acende no sábado santo. Ela representa Jesus ressuscitado, que vence a escu-ridão do túmulo e as trevas do pecado, ressusci-tando vitorioso e cheio de luz. O gesto de acen-der uma vela no círio pascal simboliza a união do batizado com Cristo Jesus. Significa que quem recebe o batismo passa a receber a vida nova de Deus, como uma vela recebe vida ao ser acesa em outra.
Veja que exemplo bonito nos transmite a ve-la acesa: ela vai se gastando aos poucos, e nada sobra: nem do pavio, nem da cera. Ela se con-some. Assim foi Jesus: ele se gastou todo, fa-zendo o bem. Assim deve ser o cristão: alguém que “se gasta” fazendo o bem, pois foi essa a missão que recebeu ao ser batizado.
A vela do batismo quer dizer a quem é bati-zado: Jesus é a luz da sua vida! Procure andar nessa luz e será feliz!
Nós estamos muito acostumados com a luz elétrica, ou com as lâmpadas a gás. Basta que a gente toque num interruptor e a lâmpada se a-cende. Sabemos também como é chato quando não há luz, em nossa casa, sobretudo quando falta luz à noite. Tudo vira confusão. A gente tropeça em tudo. Mas basta acender uma vela, riscar um fósforo ou acender um isqueiro para começar a enxergar. A vela do batismo quer ser aquela luz especial quando tudo parece escuro em nossa vida; quando a gente não sabe que rumo tomar; quando não se sabe o que fazer e como testemunhar a fé etc.
Se para nós é fácil acender uma lâmpada, pa-ra os antigos não era tão fácil assim. Eles devi-am conservar o fogo aceso dia e noite, pois era difícil acendê-lo. E os antigos sabiam que uma fogueira era bastante para espantar para longe as feras (quais são as “feras” que a luz de Deus espanta? Será que as espanta de verdade?)
20 . A luz no Antigo Testamento
A Sagrada Escritura nos fala que, antes da Criação do mundo, tudo era uma grande confu-são, o caos, ou seja a desordem. Deus, porém, manda que se faça a luz: “No princípio Deus criou o céu e a terra. Ora, a terra era solidão e caos e as trevas cobriam o abismo. Então disse Deus: Haja luz! E houve luz” (Gn l,1-3). E de-pois de ter feito a luz, Deus criou todas as ou-tras coisas (quando nossa vida se torna uma ba-gunça, é sinal de que está faltando a luz de Deus).
Os povos vizinhos dos judeus adoravam o sol, a lua e as estrelas, pois iluminavam os dias e as noites. A Bíblia nos fala que o sol, a lua e as estrelas são coisas criadas por Deus (leia Gê-nesis 1,14-181.
Deus aparece a Moisés numa fogueira (Êxo-do 3) e lhe pede que vá ao Egito libertar o povo. Depois que Israel foi salvo da escravidão do E-gito, Deus costuma aparecer numa chama de fogo e de lá fala ao povo (leia Êxodo 24,12-17). Quando Moisés desce do monte, onde estivera junto de Deus a fim de receber a Lei, seu rosto brilha (leia Êxodo 34,29-35). Por que será que o rosto dos batizados não brilha como o rosto de Moisés ?
Existem muitas passagens na Bíblia, que di-zem: “O Senhor é minha luz”. Essa afirmação, porém, se tornou plena com a vinda de Cristo.
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21. A luz no Novo Testamento
O evangelho de são João diz: “Nele estava a vida e a vida era a luz dos homens, e a luz bri-lha nas trevas “ ( l ,4-5). João Batista veio para dar testemunho da luz verdadeira que, vindo ao mundo, ilumina todo homem (leia João 1,7-9).
Jesus se declara luz do mundo: “Eu sou a luz do mundo. Quem me segue não andará nas tre-vas, mas terá a luz da vida” (Jo 8,121). No epi-sódio da cura do cego de nascimento percebe-mos quais os compromissos do cristão (= o ce-go curado); quais as conseqüências da sua atitu-de de fé: abandonado dos pais, perseguição, ex-pulsão da sinagoga etc. Percebemos também quem são os verdadeiros cegos: aqueles que não se abrem para a luz que é Cristo (leia e reflita sobre o capítulo 9 de João).
Jesus diz que o cristão é a luz do mundo: “Vós sois a luz do mundo. Não se pode escon-der uma cidade colocada sobre um monte. Nem se acende uma lâmpada e se a coloca debaixo do alqueire, mas no candelabro, e assim ela bri-lha para todos os que estão na casa. Brilhe do mesmo modo a vossa luz diante dos homens, para que, vendo as vossas boas obras, glorifi-quem o vosso Pai que está nos Céus” (Mt 5,14-16).
Nos evangelhos, temos ainda o episódio da transfiguração de Jesus (leia Mateus 17). Jesus se transfigura para nos dizer que ele é o Filho de Deus e que nós, escutando-o, seremos seme-lhantes a ele, e um dia contemplaremos o Pai face a face.
O evangelho nos diz ainda que a luz é símbo-lo de pureza (leia Mateus 6,22-23). E o batizado deve ser alguém que vive o preceito do Senhor: “Felizes os puros de coração, porque verão a Deus” (Mt 5 ,8).
22 . O batizado é um iluminado
Os primeiros cristãos chamavam o batismo de iluminação, porque o batizado recebe a luz de Cristo; ou melhor, Cristo será a única luz pa-ra ele. Assim como as plantas e os animais pre-cisam da luz do sol para sobreviver, o cristão precisa da luz de Cristo para ser verdadeiro cris-tão .
O nosso século foi chamado de “século das luzes “por causa das maravilhas das invenções da ciência e dos progressos da técnica. Hoje, o homem não só é capaz de transformar em dia as noites, mas até utiliza a luz do sol para trans-formá-la em energia. Porém, vivemos ainda cer-cados de misérias, injustiças de toda espécie e pecados. Tudo isso é treva. É escuridão que precisa da luz do cristão e da luz de Cristo. E parece até que o mal se torna sempre mais forte. Qual deve ser a reação do batizado diante de tu-do isso? Não será por causa do esquecimento e da rejeição daquela luz batismal que essas injus-tiças são cometidas? É preciso, portanto, cami-nhar como filhos da luz, pois quem nasceu da luz, é luz.
Para refletir
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Que significado tem a vela do nosso batis-mo? “O homem guardou a vela do batismo e se esqueceu de ser luz”: você acha que isso é verdade?
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Na Bíblia há muitas outras passagens em que se fala de luz: você é capaz de encontrá-las? Como o homem de hoje deve agir para ser um iluminado?
23. O que a Bíblia fala do óleo
O óleo, ou azeite, é fruto da oliveira. Era u-sado para louvar a Deus, pois o derramavam sobre as ofertas a ele apresentadas (leia Levítico 2,1.6) . Era utilizado (e ainda hoje o é) como a-limento. Os antigos o usavam também nas re-cepções e nos banquetes (Êxodo 30,22-23; leia Lucas 7,46); misturavam-no com perfumes e assim ungiam o corpo.
O óleo devia ser oferecido primeiramente a Deus, como primícias (isto é, os primeiros fru-tos da terra), em sinal de gratidão pelos favores recebidos do céu (leia Números 18,12). Quando alguém, em Israel, fosse escolhido para ser rei, sacerdote, ou profeta, recebia a unção, isto é, derramava-se óleo em sua cabeça como sinal de escolha. É o que podemos ver na escolha do rei Saul (leia l Samuel l o ,1) , ou Davi (l Samuel 16).
O profeta Isaías diz: “0 Espírito do Senhor Deus está sobre mim, porque o Senhor me un-
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giu” ( Is 61,11). Jesus retoma esse texto de Isaí-as para dizer que foi ungido e escolhido pelo Espírito Santo para uma missão (leia Lucas 4,18-19) . As palavras CRISTO e MESSIAS si-gnificam O UNGIDO, o escolhido por Deus pa-ra uma missão especial: salvar o mundo do pe-cado.
24 . Por que o óleo no batismo?
A Igreja tem o costume de ungir a fronte e o peito das crianças que são batizadas. Unge-se a testa com o óleo dos catecúmenos (isto é, os que ainda não foram batizados), antes que a cri-ança seja batizada. Esse óleo é consagrado pelo bispo na quinta-feira santa. Depois que a crian-ça foi batizada, o seu peito é ungido com o óleo da crisma, também consagrado pelo bispo na quinta-feira santa. O que significam esses ges-tos? O óleo é símbolo de força, resistência e missão.
a) força e resistência: Os antigos, sobretudo os que viviam em regiões muito quentes e nos desertos, precisavam ungir o corpo para não fi-car com a pele ressecada. Para você entender melhor, pense nas pessoas que vão a praia: é necessário que passem um óleo bronzeador no corpo para não sofrer queimaduras na pele. Pen-se também nos jogadores de futebol: antes de entrar em campo, fazem massagens especiais nas pernas e no corpo para o aquecimento, e as-sim terão resistência e correrão o tempo todo. Lembre-se também dos antigos jogadores de lu-ta corporal, que passavam óleo no corpo para escapar aos golpes do adversário. Pense ainda no pau-de-sebo: quem consegue subir? O cris-tão é assim: alguém que treinou o corpo para a luta da vida; alguém que se reveste de força e não se deixa abater pelas fraquezas ou pelos ví-cios. O óleo é sinal de resistência ao pecado.
Não se trata de pensar que o óleo seja algo de mágico que “fecha o corpo” contra o mal. O óleo não é feitiço. É um símbolo e quer transmi-tir a força divina. Sem esforço, ninguém, por mais ungido que tenha sido, consegue vencer o mal e o pecado.
b) missão: A Bíblia nos mostra pessoas un-gidas com a finalidade de governar o povo de Israel (reis), oferecer sacrifícios (sacerdotes) e falar em nome de Deus (profetas). A unção do batismo (que se repetirá na confirmação), tem esse sentido: quer mostrar que o batizado rece-beu a mesma missão do MESSIAS, ou seja, de Jesus. Ninguém treina só para treinar. Treina-mos para competir e vencer. O óleo do batismo é um convite para que o batizado se exercite na graça de Deus e seja um vencedor, alguém que “proclama o ano da graça do Senhor” (Lc 4,19). O óleo é sinal de compromisso na missão de tornar o mundo melhor.
25. A veste branca
Depois de ungir o peito da criança com o ó-leo do crisma, o sacerdote põe sobre a criança um pano branco, que chamamos a veste branca. Você sabe que a cor branca é símbolo da paz. Na Liturgia, o branco aparece na festa da pás-coa (vitória do UNGIDO sobre a morte) e nas festas de Nossa Senhora, além de outras de me-nor importância. O branco é sinal de vitória. Pe-lo batismo, vencemos o mal, o pecado e a mor-te. Ressuscitamos com Cristo para a vida nova. Renascemos para viver a paz e a fraternidade. A cor branca é sinal de pureza. O batizado é um purificado. Costumamos dizer que a alma do batizado está limpa, sem mancha. Veja o que o padre diz ao entregar a veste branca: “Você nas-ceu de novo e se revestiu do Cristo. Por isso vo-cê traz esta veste branca. Que seus pais e ami-gos o ajudem por sua palavra e exemplo a con-servar a dignidade de filho de Deus até a vida eterna”.
O batizado é um anunciador da vitória sobre o pecado, alguém que deve promover a paz: “Bem-aventurados os que promovem a paz, porque serão chamados filhos de Deus” (Mt 5,9).
Para refletir
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Por que ungimos as crianças?
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Tente dizer, com suas palavras: qual o signi-ficado do óleo?
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Qual o significado da veste branca?
26. Deveres dos pais e padrinhos
Deus chama à vida através do amor concreto entre marido e mulher. A criança nasce. A Cria-ção é refeita. Com esse gesto, Deus está recri-ando o mundo , servindo-se dos pais. E o proje-to do Criador continua sendo bom: “ Deus viu que tudo estava muito bem feito” (Gn 1,25). Aos pais, portanto, em primeiro lugar, é confia-da a continuação do projeto de bondade divina. Deles, dos padrinhos e da comunidade-Igreja vai depender o crescimento físico, intelectual e espiritual do novo ser.
O que se pede a eles é que, primeiramente, sejam os que vivem-anunciando a bondade de Deus. Muito cuidado, portanto, na escolha dos padrinhos: devem ser pessoas de bem, de fé. O que se exige deles é que renunciem ao pecado e a todas as formas de mal, anunciando a fé na Trindade, em nome da qual o novo ser é batiza-do. A fórmula: “Renunciais ao pecado ?” é se-guida pela Profissão de fé: “Credes em Deus Pai, em Deus Filho, em Deus Espírito Santo?”
Não queremos excluir a possibilidade de es-colher padrinhos com capacidade de ajudar e-conomicamente a criança. Mas esse não deve ser O MOTIVO. A motivação principal deve ser a de escolher pessoas de fé, que dêem um testemunho verdadeiro na família e na Igreja, dizendo não ao pecado e professando publica-mente a fé-vida.
Os padrinhos devem ser pessoas adultas, a-madurecidas na fé, que testemunham o próprio batismo. Assim estarão habilitados a guiar o novo ser na coerência de filhos de Deus. Vamos fazer um exemplo: para dirigir um automóvel, você precisa saber guiar; precisa estar habilita-do. Os padrinhos devem ser pessoas capazes de ajudar os pais na formação cristã da criança. Diante disso, que sentido tem escolher padri-nhos ricos ou pobres? O que é mais importante? O que é verdadeiramente cristão?
27. Por que os cursinhos?
Aqueles que acham que ser padrinho é dar presentes, estão redondamente errados. Os cur-sinhos de batismo para pais e padrinhos têm es-sa finalidade: conscientizá-los. Eles são os con-tinuadores do projeto bondoso de Deus. O Cri-ador quer o bem da criatura. “0 que virá a ser este menino?” (Lc 1,66). Essa mesma pergunta, feita a respeito de João Batista, é dirigida aos pais e padrinhos daquele que vai ser batizado. O futuro desse novo ser, indefeso e fraco, depende exclusivamente deles.
Teríamos, hoje, mais cristãos conscientes se os pais e padrinhos se tivessem esforçado em dar-lhes uma educação cristã. Aqueles que não educam na fé seus filhos ou afilhados, estão di-zendo não a Deus e à vida divina; estão abor-tando a vida cristã em seus filhos e afilhados.
28. Por que, então batizar crianças?
Não seria melhor deixar a criança crescer e assumir, por conta própria, a responsabilidade de ser cristão? Parece-me que não é a melhor saída. Isso tem gosto de desculpa e tem jeito de ser uma forma de fugirmos do dever de pais e padrinhos. Quando começamos a falar do ba-tismo, dizíamos que o amor de Deus é anterior à nossa iniciativa de amar. Ele ama a todos an-tes que nasçam (leia Jeremias 1,4-5; Isaías 49,1). Antes que qualquer um de nós se consi-dere gente, antes que cheguemos ao uso da ra-zão, Deus nos amou e nos ama. E quer concreti-zar seu amor num gesto-sacramento: o batismo. Por isso é que batizamos as crianças: o amor di-vino nos precede. E o compromisso dos pais, padrinhos e comunidade é a resposta ao apelo de Deus.
Para refletir
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Na sua opinião, quais são as obrigações dos pais e padrinhos?
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Por que a Igreja católica costuma batizar cri-anças?
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Qual a finalidade dos cursinhos de batismo?
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29. Um só batismo
A ordem de batizar que Jesus deu aos após-tolos é bem clara : “Ide, e fazei que todas as na-ções se tornem discípulos, batizando-as em no-me do Pai, do Filho e do Espírito Santo” (Mt 28,19). No Credo, rezamos : “professo um só batismo para remissão dos pecados “ (Símbolo Niceno-Constantinopolitano).
Baseada nisso, a Igreja católica, romana, considera válido o batismo administrado nas seguintes Igrejas:
a ) Igrejas Orientais Separadas;
b) Igreja Apostólica;
c) Igreja Episcopal do Brasil (Anglicanos);
d) Igreja Evangélica de Confissão Luterana no Brasil;
e) Igreja Evangélica Luterana do Brasil;
f) Igreja Metodista do Brasil.
Se algum membro dessas Igrejas deseja tor-nar-se católico, não pode ser batizado de novo. O batismo recebido na Igreja à qual pertencia é válido na Igreja católica, pois essas Igrejas “querem fazer o que fazem os cristãos”. O mesmo vale, desde que “queiram fazer o que fazem os cristãos”, para as seguintes Igrejas:
a) Presbiterianas;
b) Batistas;
c) Adventistas;
d ) Congregacionalistas;
e ) Pentecostais. O batismo dessas Igrejas é válido e não se pode batizar de novo, no caso de um dos membros batizados dessas Igrejas dese-jar ser católico.
Só é permitido repetir o batismo quando e-xiste dúvida sobre o fato ou sobre a validade do batismo recebido. Batiza-se, então, sob condi-ção, ou seja, se por acaso não houve, no Batis-mo anterior, o desejo de “fazer o que os cristãos fazem”, deve-se batizar de novo. Quando um membro da Igreja Pentecostal Unida do Brasil, dos Mórmons ou da Igreja Brasileira, quiser se tornar católico, administra-se o batismo, sob condição.
Não é válido o batismo das Testemunhas de Jeová. O Exército da Salvação e a Ciência Cris-tã não possuem batismo. Se alguém, pertencen-te a essas denominações, quiser ser católico, deve ser batizado.
Algumas dessas posições, referentes ao ba-tismo de outras Igrejas, estão sendo reestudadas pela Igreja católica. Em caso de dúvida, você deve consultar seu vigário ou bispo, ou uma pessoa da Igreja, indicada para isso.
Um católico, pode se convidado, ser padri-nho de um cristão das Igrejas Orientais Ortodo-xas, e vice-versa. Neste caso, a obrigação de cuidar da educação cristã cabe primeiro ao pa-drinho (ou madrinha) que é fiel da Igreja na qual a pessoa é batizada. Quanto à outras Igre-jas, se houver motivos justos (parentesco ou amizade), um cristão dessas Igrejas pode ser a-ceito, junto com um padrinho (ou madrinha) ca-tólico, como testemunha cristã de um batismo de um católico. O mesmo vale para um católico que seja convidado a ser testemunha cristã do batismo cristão de outra Igreja. A obrigação de cuidar da educação cristã pertence ao padrinho (ou madrinha) que é fiel da Igreja em que a pes-soa é batizada.
30. Quem pode batizar?
Na Igreja Católica existem pessoas ordena-das, aptas a batizar: diáconos, padres, bispos e se for o caso ministros extraordinários. Em caso de extrema necessidade, qualquer pessoa bati-zada pode batizar, derramando água na cabeça da pessoa e dizendo: “Eu te batizo em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo”. Essa pessoa, que batiza em caso de emergência, deve estar querendo “fazer o que a Igreja faz”. Isto aconte-ce, por exemplo, nos partos em que há perigo de morte. Em seguida, quem batizou deve comuni-car o fato à autoridade eclesiástica, no caso o vigário.
Para refletir
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Por que a Igreja Católica reconhece o batis-mo de outra Igrejas?
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O que significa querer “fazer o que os cris-tãos fazem”?
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Quem pode batizar?
31. A cerimônia do batismo
O batismo pode ser administrado dentro ou fora da missa. Dentro da missa, é realizado após
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a homilia (sermão). Terminado o batismo, a missa continua normalmente. Quando realizado à parte, o rito do batismo segue esta ordem: a acolhida: O celebrante saúda os pais e padri-nhos, mostrando a alegria que a Igreja sente em receber, como membros seus, os candidatos que são apresentados ao batismo;
Diálogo: O celebrante pergunta aos pais e padrinhos o que estão pedindo à Igreja por seus filhos. Estes respondem: O batismo. Segue-se outra pergunta sobre a disposição em educar o filho e afilhado na fé;
Sinal-da-cruz: o celebrante acolhe, fazendo-lhes uma cruz na testa, as pessoas que vão ser batizadas; pais e padrinhos fazem o mesmo. O sinal da cruz nos torna todos iguais.
Vêm, em seguida:
Palavra de Deus : lª e 2ª leituras e evangelho. Conforme o caso, pode-se proclamar só o evan-gelho; seguem-se
a homilia (explicação da Palavra de Deus e do significado do batismo),
a oração dos fiéis; e
a invocação dos santos. O que dissemos a-cima, a respeito do óleo e do seu significado.
- Unção do peito das crianças com óleo.
O rito Sacramental, a parte central da ceri-mônia, começa com:
A oração sobre a água. Nela se mostra o va-lor que a água teve e tem (veja nn. 16 e 17, o si-gnificado da água). Benze-se, depois, a água;
Promessas do batismo: pais e padrinhos, em nome do batizando, renunciam ao pecado e pro-fessam a fé.
Batismo: o celebrante derrama água na cabe-ça de quem está sendo batizado, dizendo a fór-mula: “Eu te batizo em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo”.
Os ritos complementares são compostos de: Unção com o crisma. Unge-se a testa com óleo consagrado.
A veste branca (veja o que foi dito sobre a veste branca, n. 25);
A vela acesa no círio pascal, símbolo de Cristo ressuscitado (veja o que foi dito sobre a luz, nn. 19,20,21 e 22);
Éfeta: Se achar conveniente, o celebrante to-ca a boca e os ouvidos do neobatizado, a fim de que se abram à escuta da Palavra de Deus e proclamem a fé recebida.
Os ritos finais compreendem:
Pai-nosso;
bênção das mães com crianças ao colo; bên-ção aos pais, padrinhos e fiéis;
despedida.
32. Regras práticas
a) As mães procurem, em casa, alimentar bem as crianças, a fim de que não fiquem cho-rando na hora da celebração;
b) se a criança estranhar no colo da madri-nha, a mãe pode segurá-la;
c) preocupem-se mais com o sacramento do que com o fotógrafo (que às vezes pode atrapa-lhar);
d) dêem atenção ao que se está celebrando, e não fiquem comentando se a criança chorou ou não na hora do batismo. Participem ativamente;
e) procurem conhecer bem a celebração do batismo;
f) colaborem a fim de não tumultuar a cele-bração;
g) procurem entender os gestos e símbolos usados – água, óleo, vela acesa, veste branca –, lendo e estudando as explicações que apresen-tamos;
h) preparem-se com orações e peçam a luz de Deus: o batismo não pode ser uma bela sur-presa: a gente tem que estar preparada;
i) expliquem aos filhos maiorzinhos o que vai acontecer com o irmão (irmã) mais novo. E mostrem que eles também, um dia, receberam o mesmo sinal do amor de Deus.
33. Um lembrete às mães
É maravilhoso ver, na hora da bênção, as mães com os filhos ao colo. Deus lhes devolve as crianças como filhos bem-amados. Enquanto houver, no mundo, mães que carreguem ao colo o fruto do seu amor, é sinal de que Deus conti-nua presente entre nós. As mães devem se orgu-lhar de carregar seus filhos e os filhos queridos do Pai.
Para refletir
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Qual é o momento mais importante do ba-tismo?
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O que os pais devem fazer quando um de seus filhos vai ser batizado?
34. O sacramento do ingresso
O batismo é o primeiro dos sacramentos da iniciação cristã. É como que a porta de entrada para a vida na Igreja e para a vida com Deus. Ninguém pode receber qualquer outro sacra-mento sem antes ser batizado. Todo sacramento parte de Deus, pois a iniciativa do amor vem dele. E o homem responde, aceitando e assu-mindo tudo o que o sacramento significa e pede. A fé é um aspecto importante para que possa-mos nos comprometer. O batismo é sacramento de fé.
Além disso, é sacramento de missão. Não basta ser batizado. O batismo não é o fim do caminho, mas o início de uma missão: ser pro-feta. O que é ser profeta? É claro que não é pre-ver o futuro, mas anunciar algo que se faz pre-sente e vivo no meio de nós: Deus! O batizado é um profeta:
a) anunciando o amor do Pai que nos criou; que está presente em nós e na Igreja;
b) denunciando todo tipo de injustiça, opres-são, maldade, egoísmo, violência e desrespeito à dignidade do homem. Olhe ao seu redor e veja quanta injustiça existe: na exploração das pes-soas, no abuso do poder, na manipulação da verdade, na violação da verdade, na violação dos direitos humanos e da liberdade, na arbitra-riedade dos poderosos etc.;
c) celebrando um novo modo de entender Deus e de olhar as pessoas. Não basta a gente “botar a boca no mundo” (Puebla, 630). É ne-cessário fazer alguma coisa de bom.
Precisamos pensar diferente e melhor; buscar novos caminhos para a promoção do ser huma-no. Não é verdadeiro cristão aquele que fica contemplando a felicidade de ser filho de Deus, sem se preocupar em tornar melhor o mundo, a fim de que Deus não seja expulso do meio de nós. Anúncio-denúncia-celebração: três aspec-tos da única missão do batizado.
Aquele que recebeu o sacramento deve tor-nar-se, ele também, sacramento-sinal de Deus, onde quer que esteja.
35. O batismo no Espírito
João Batista dizia: “Eu vos batizo com água, mas vem, aquele que é mais forte do que eu, do qual não sou digno de desamarrar-lhe as sandá-lias; ele vos batizará com o Espírito Santo e com fogo” (Lc 3,16). No batismo, o Espírito é mais importante do que todo o resto: água, óleo, vela acesa, veste branca etc. Nós fomos batiza-dos com o mesmo batismo de Jesus. E recebe-mos o mesmo Espírito. O batizado está revesti-do de Cristo ( Gálatas 3,27). E uma vez revesti-dos de Cristo, temos, como ele, a mesma missão (leia de novo o texto de Lucas 4,18-19).
36. Um Povo sacerdotal
Jesus recebeu a missão de ser
- profeta, anunciando o Reino de Deus;
- sacerdote, entregando-se a si próprio pela salvação do mundo,
- pastor, reunindo todas as pessoas na mes-ma fé.
Pelo batismo, todos participamos da mesma missão de Jesus: fomos feitos um povo sacerdo-tal, como nos diz são Pedro (leia lPedro 2,8-9). Onde se concretiza sua missão sacerdotal? Na participação litúrgica, na vida em família, no serviço à Igreja, povo de Deus (Puebla, 618 e seguintes).
O batizado participa da missão de Jesus-profeta, sacerdote e pastor, pois toda vez que promove a justiça e o bem comum (Puebla, 631), faz o que o Cristo deseja fazer, hoje. Cris-to e cristão, unidos nos mesmos objetivos, na mesma missão, iluminados e guiados pelo mesmo Espírito.
Esta é a tarefa que Deus destinou ao homem batizado, “seu filho querido”, para que o mundo seja melhor. Tarefa que todos nós devemos cumprir.
Para refletir:
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Tente relembrar tudo o que dissemos a res-peito do batismo. Você entendeu o que signi-fica ser batizado?
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Você é capaz de viver melhor o batismo que recebeu?
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Conforme a popularidade de Jesus crescia, seus inimigos procuravam, desesperadamente, meios para explicar seus maravilhosos poderes. Finalmente, decidiram alegar que ele expulsava demônios pelo poder do próprio Satanás (Mateus 12:22-32; Marcos 3:22-30; Lucas 11:14-23). Jesus respondeu com três argumentos e uma advertência.
Seus argumentos foram os seguintes:
1. Satanás não atacaria a si mesmo, pois ninguém luta contra si mesmo.
2. Se eu expulso demônios por Satanás, como seus filhos os expelem?
3. Para roubar a casa de um homem forte, tem-se primeiro que amarrá-lo. Expulsando demônios, estou amarrando Satanás, de modo que eu possa cumprir minha missão de resgatar àqueles que Satanás mantém cativos.
Sua advertência foi: "Em verdade vos digo que tudo será perdoado aos filhos dos homens: os pecados e as blasfêmias que proferirem. Mas aquele que blasfemar contra o Espírito Santo não tem perdão para sempre, visto que é réu de pecado eterno." (Marcos 3:28-30).
O que é este pecado imperdoável? Muitos trechos ensinam que é possível ir tão longe de Deus que não se pode retornar. Paulo adverte sobre consciências insensíveis (1 Timóteo 4:2). Hebreus fala de corações endurecidos (capítulo 3) e daqueles que não podem ser trazidos de volta ao arrependimento (capítulo 6). João fala daqueles cujos pecados levam à morte, uma vez que eles se recusam a se arrependerem e a confessá-los (1 João 5:16-17). O próprio Jesus fala do solo que foi pisoteado e compactado ao ponto em que nenhuma semente pode germinar (Lucas 8:5). Cada passo que damos afastando-nos de Deus aproxima-nos do ponto sem retorno. Podemos perder o poder moral para mudar e voltar ao Senhor.
O problema, naturalmente, não está na vontade de Deus de perdoar o pecador (Lucas 15; 2 Pedro 3:9). Deus alegremente aceita e perdoa a todos que se arrependem. O problema está em que alguns rejeitam cada tentativa de Deus para motivar o arrependimento. Depois que Jesus deixou a terra, o Espírito Santo veio para revelar a mensagem final da salvação. Para aqueles que a recusam e se voltam contra o Espírito Santo, Deus não tem nenhum outro plano. Não há outro sacrifício pelo pecado (Hebreus 10:26-31). Aqueles cujo estado endurecido faz com que recusem o rogo final de Deus, nunca serão perdoados. Esta é a blasfêmia contra o Espírito Santo. Queira Deus conceder-nos corações tenros para prontamente responder à sua palavra.
-por Gary Fisher
Que oportunidade maravilhosa! Jesus tinha atravessado o Mar da Galiléia para a área dos gerasenos. Era uma oportunidade rara para eles, porque Jesus normalmente ficava no lado oeste do Mar da Galiléia. Finalmente, ele tinha atravessado o mar para passar algum tempo com aqueles que viviam no território de Decápolis.
Mas, logo depois que ele chegou, as pessoas pediram-lhe que saísse. Esta foi a única oportunidade que eles tinham de serem abençoados e ensinados. E eles pediram-lhe que fosse embora!
Jesus tinha vindo ao território deles, encontrou um homem possuído por uma legião de demônios, e expulsou os espíritos imundos, enviando-os para uma manada de suínos. Dois mil porcos despenharam de um barranco e mergulharam no mar. O homem foi curado, mas os animais se perderam. Aqueles que pastoreavam a porcada relataram os acontecimentos na cidade, e os aldeões vieram pedir a Jesus que saísse da cidade deles. Eles amavam os seus suínos mais do que o Senhor!
Frequentemente, nos dias de hoje, as pessoas perdem sua oportunidade de ter a presença de Cristo em suas vidas, porque elas gostam mais das suas posses materiais, amizades com outras pessoas, ou prazeres. Elas acabam pedindo a Jesus para deixá-las, porque percebem que sua presença interferirá com o que elas mais desejam fazer. Assim como estas pessoas, os homens e mulheres de hoje pedem a Jesus que saia, e se privam das imensas bênçãos e privilégios que sua presença traz. Estará você pedindo a Jesus que saia?
por Gary Fisher
Um Estudo Bíblico a Respeito de
Demônios
A Bíblia ensina que o diabo ainda anda nas sombras como um leão rugidor, um adversário que deve ser resistido (1 Pedro 5:8; Tiago 4:7). Mas o que a Bíblia ensina
a respeito de demônios e espíritos malignos? Devemos acreditar que os demônios ainda operam no nosso mundo? Um grau limitado de preocupação com a atividade dos demônios não é errado. Mas há uma quantia não saudável de curiosidade sobre os demônios que leva ao crescimento do satanismo. O que a Bíblia diz sobre os demônios e a sua atividade?
O que a Bíblia ensina sobre os demônios
1. Há uma distinção entre o diabo e os demônios. A Bíblia chama os demônios de “espíritos malignos” (Lucas 8:2), e “espíritos imundos” (Lucas 8:29). Mateus chama Satanás de “maioral dos demônios” (Mateus 12:24). É razoável dizer que os demônios são os mensageiros do diabo, aqueles que foram enviados para cumprir o seu propósito. Mateus fala dos anjos do diabo (Mateus 25:41).
2. Possessão por demônios e doenças físicas devem ser consideradas como categorias diferentes. Alguns hoje acreditam que todas as doenças físicas ou mentais sejam manifestações de possessão por demônios. Jesus discordaria. Note com cuidado que Jesus pôs a possessão por demônio na mesma lista que uma doença física ou mental, mas não foi dado aos demônios o crédito de originarem a doença (Mateus 4:23-24). Nem todo epilético ou paralítico sofria de possessão por demônios. É verdade que, às vezes, possessão causava os mesmos sintomas que essas doenças (Mateus 9:32-33; Marcos 5:1-5; Marcos 9:17-18). O fato de um homem ser mudo não quer dizer que ele esteja, necessariamente, possuído por demônios. E não devemos concluir que todas as pessoas insanas estejam possuídas por demônios.
3. O poder de Jesus sobre os demônios indica que o reino de Deus já chegou. Há muita confusão em relação ao reino de Deus. Alguns acreditam que o reino ainda virá. Muitas falsas interpretações do livro de Apocalipse se centram num conceito futurista do reino de Deus. No termo “reino”, o pensamento principal é o reinado soberano de Deus. Jesus ensinou que seu poder para expelir os espíritos malignos mostrava às pessoas que o reinado de Deus estava sendo estabelecido no mundo e que o diabo estava sendo derrotado. “Se, porém, eu expulso demônios pelo Espírito de Deus, certamente é chegado o reino de Deus sobre vós” (Mateus 12:28). Esta é uma explicação possível do motivo de Deus permitir o diabo a usar seus mensageiros violentos para criar tal confusão durante o ministério de Jesus na terra. Deus estava demonstrando poderosamente o estabelecimento de sua soberania através de seu Filho.
4. Nem todos que alegam ser exorcistas de demônios o são. Em Atos 19, Deus estava dando grande êxito ao apóstolo Paulo na expulsão de demônios. “E Deus, pelas mãos de Paulo, fazia milagres extraordinários, a ponto de levarem aos enfermos lenços e aventais do seu uso pessoal, diante dos quais as enfermidades fugiam das suas vítimas, e os espíritos malignos se retiravam” (Atos 19:11-12). Alguns exorcistas judeus utilizaram o nome de Jesus de uma maneira errada, tentando duplicar o que Paulo fazia. Eles presumiam que o poder de Paulo se encontrava na forma de suas palavras. Os demônios responderam: “Conheço a Jesus e sei quem é Paulo; mas vós, quem sois?” (Atos 19:15). Os eventos seguintes são quase cômicos: o demônio se apoderou dos “exorcistas”! Jesus havia dado aos seus apostólos escolhidos e a alguns outros servos o poder de expelir demônios (Marcos 3:14-15; 9:38). Mas nem todos que alegavam ter poder sobre os demônios o tinham. Do exemplo em Atos 19, podemos concluir que até um espírito mal reconhece um fingido ao vê-lo. E nós, reconhecemos tais enganadores? Há muitas organizações religiosas, livros e rituais especiais utilizados hoje para supostamente expelir demônios. Há uma grande diferença no que as pessoas fazem hoje e o que Jesus e Paulo faziam. Jesus e Paulo não usavam rituais elaborados, nem fórmulas especiais. Se existiam pessoas, na época de Paulo, que alegavam ser exorcistas mesmo não sendo, não deve nos surpreender encontrar pessoas fazendo a mesma coisa hoje. A pergunta é se teremos discernimento para examinar as obras deles, ou se seremos levados, por falta de cautela, por seus espetáculos enganadores.
Perguntas práticas com respostas bíblicas
1. Os espíritos maus ainda são ativos hoje?
Aqueles que responderiam pelo negativo talvez citariam duas passagens: 2 Pedro 2:4,9 (“Deus não poupou anjos quando pecaram, antes, precipitando-os no inferno, os entregou a abismos de trevas, reservando-os para juízo”) e Judas 6 (“e a anjos, os que não guardaram o seu estado original, mas abandonaram o seu próprio domicílio, ele tem guardado sob trevas, em algemas eternas, para o juízo do grande Dia”). Então é possível que estes espíritos estivessem derrotados eternamente, aprisionados para sempre, deixados completa e finalmente inativos. Dois problemas nos fazem hesitar em chegar a esta conclusão. Primeiro, os contextos de ambas as passagens parecem retornar a uma época anterior ao tempo de Jesus – leia cuidadosamente 2 Pedro 1:1-10 e Judas 5. Em segundo lugar, se aquelas passagens estão falando do fim total do trabalho dos demônios, como estão presos e acorrentados, isso não deveria também ser verdade em relação às passagens a respeito do diabo? Apocalipse 20:1-3 parece mostrar que o diabo estava eternamente derrotado e abolido para sempre. Porém Apocalipse 20:7-8 e 1 Pedro 5:8 indicam que foi permitido que o seu trabalho continuasse em gerações posteriores.Por outro lado, Paulo instruiu os efésios a colocarem toda a armadura de Deus, porque as forças que enfrentavam eram poderes espirituais. “Revesti-vos de toda a armadura de Deus, para poderdes ficar firmes contra as ciladas do diabo; porque a nossa luta não é contra o sangue e a carne, e sim contra os principados e potestades, contra os dominadores deste mundo tenebroso, contra as forças espirituais do mal, nas regiões celestes” (Efésios 6:11-12). Se o diabo ainda espreita como leão que ruge, um adversário que deve ser resistido, por que não devemos acreditar que os demônios podem também ainda trabalhar para ele? Não podemos afirmar que todos os anjos do diabo (mensageiros) foram rendidos inativos mais do que podemos alegar o mesmo do próprio diabo.
2. Os demônios ainda podem possuir os homens hoje?
O apóstolo Paulo nos diz três coisas relevantes que ajudam para responder esta pergunta: (a) Deus nos deu a força necessária para derrotar completamente o diabo e seus aliados, “Portanto, tomai toda a armadura de Deus, para que possais resistir no dia mau e, depois de terdes vencido tudo, permanecer inabaláveis . . . embraçando sempre o escudo da fé, com o qual podereis apagar todos os dardos inflamados do Maligno” (Efésios 6:13,16). (b) Não há nenhuma força, material ou espiritual, que pode nos separar do Senhor. “Porque eu estou bem certo de que nem a morte, nem a vida, nem os anjos, nem os principados, nem as coisas do presente, nem do porvir, nem os poderes, nem a altura, nem a profundidade, nem qualquer outra criatura poderá separar-nos do amor de Deus, que está em Cristo Jesus, nosso Senhor” (Romanos 8:38-39). (c) As tentações com que o Senhor permite que o diabo nos assalte podem ser suportadas pela palavra de Deus. “Não vos sobreveio tentação que não fosse humana; mas Deus é fiel e não permitirá que sejais tentados além das vossas forças; pelo contrário, juntamente com a tentação, vos proverá livramento, de sorte que a possais suportar” (1 Coríntios 10:13). Portanto, devemos resistir a ideia de que Deus ainda permite que Satanás utilize seus demônios para superar a vontade do homem, como ele fazia na época de Jesus.
3. O diabo ainda pode nos vencer hoje?
Alguns que se tornam cristãos podem desenvolver um falso sentido de segurança. Podem achar que, uma vez que já vieram ao Senhor, o diabo não tem como atingi-los de maneira alguma. Esse é um pensamento errado. A Bíblia ensina que o homem não ser vencido pelo diabo depende de nós o resistirmos. “Sujeitai-vos, portanto, a Deus; mas resisti ao diabo, e ele fugirá de vós” (Tiago 4:7). Se não resistirmos a Satanás, o Senhor nos assegura de que podemos nos tornar tão endurecidos e engrenados no pecado que não poderemos ser libertos dele. “Ora, o Espírito afirma expressamente que, nos últimos tempos, alguns apostatarão da fé, por obedecerem a espíritos enganadores e a ensinos de demônios pela hipocrisia dos que falam mentiras e que têm cauterizada a própria consciência” (1 Timóteo 4:1-2). Lembram de Judas? Ele roubou o dinheiro dos discípulos. Era um homem que não sabia controlar a sua ganância, então o diabo se aproveitou dessa fraqueza. “Durante a ceia, tendo já o diabo posto no coração de Judas Iscariotes, filho de Simão, que traísse a Jesus…” (João 13:2). O diabo entrou em Judas e o controlou. E se nós falharmos em resisti-lo, ele nos controlará também.
Observação final
É aconselhável que os pais tomem cuidado em relação às amizades dos seus filhos e às coisas que estes assistem. Muitas vezes, há uma tendência à rebelião nos jovens. Podem exibir a sua rebelião se vestindo de maneira ofensiva ou se comportando de maneira estranha. Quando eles sabem que os seus pais têm respeito por Deus, às vezes sentirão tentados a investigar as coisas de Satanás. Podem ler alguma literatura e assistir coisas na televisão ou em filmes obterem alguns detalhes a respeito do louvor ao diabo e aos demônios. Com lojas acessíveis que vendem ídolos e acessórios para tais práticas, eles entram cada vez mais fundo, até o ponto de mal poderem ser resgatados.
Conclusão
A trás do louvor dos demônios sempre há uma atitude rebelde. Numa loja cheia de ídolos num bairro próximo, reparamos que praticamente todos os ídolos eram ligados a alguma forma de desejo carnal. Fosse ele a bebida, as drogas, o sexo ou a violência, estes deuses falsos dão permissão à pessoa que os louva de se fazer a sua própria vontade e satisfazer qualquer apetite carnal.
O Senhor avisou Israel, antes de entrarem na terra de Canaã, que resistissem os deuses daquelas terras: “Não se achará entre ti quem faça passar pelo fogo o seu filho ou a sua filha, nem adivinhador, nem prognosticador, nem agoureiro, nem feiticeiro; nem encantador, nem necromante, nem mágico, nem quem consulte os mortos; pois todo aquele que faz tal coisa é abominação ao SENHOR; e por estas abominações o SENHOR, teu Deus, os lança de diante de ti. Perfeito serás para com o SENHOR, teu Deus” (Deuteronômio 18:10-13). Precisamos enfocar as nossas mentes, não nos espíritos carnais e demônios, que nos dão licença para fazer o que quisermos, mas sim no Espírito de Deus. “Mas o fruto do Espírito é: amor, alegria, paz, longanimidade, benignidade, bondade, fidelidade, mansidão, domínio próprio. Contra estas coisas não há lei.“ (Gálatas 5:22-23). Se seguirmos o Espírito de Deus, ele produzirá em nós coisas boas.
– por Mike Bozeman
Libertação Espiritual: Derrotando Satanás em Nossas Vidas
Há milhares de anos, Satanás entrou no belo jardim de Deus, na forma de uma serpente, e pegou Adão e Eva em sua armadilha. Desde aquele dia até agora, Satanás tem sido o principal inimigo do homem. Até mesmo nestes dias, o diabo anda rugindo como um leão que nos quer devorar (1 Pedro 5:8). Ele emprega muitos métodos. Usando vários disfarces, ele tenta, seduz e engana (2 Coríntios 11:14-15; 2 Tessalonicenses 2:9-12; 1 Coríntios 7:5). Ele também aflige, persegue e ataca (2 Coríntios 12:7; Apocalipse 2:10; 1 Tessalonicenses 2:18). Ele usa aliados tais como principados e poderes, e o próprio mundo (Efésios 2:1-2; 6:11-12; 1 João 5:19). Muitos dos que enfrentam esta batalha espiritual poderiam prontamente fazer eco à exclamação de Paulo: "Desventurado homem que sou! Quem me livrará do corpo desta morte?" (Romanos 7:24).
A Vitória de Cristo sobre Satanás
No próprio jardim onde o homem primeiramente sucumbiu à armadilha do diabo, Deus prometeu um libertador. "Porei inimizade entre ti e a mulher, entre a tua descendência e o seu descendente. Este te ferirá a cabeça, e tu lhe ferirás o calcanhar" (Gênesis 3:15). É muito incomum ver na Bíblia uma referência ao descendente de uma mulher. Quase sempre a linhagem foi contada através do pai. Em toda a história humana depois de Adão, só houve um que não teve um pai humano: Jesus Cristo. E assim este texto fala do conflito entre Jesus e Satanás. Mantendo a imagem da serpente, o texto fala de Jesus pisando nele, por assim dizer. Fazendo isto, ele teria seu calcanhar ferido (um dano relativamente pequeno), mas também esmagaria a cabeça do tentador (um ferimento mortal). Através do Velho Testamento, a humanidade permaneceu amarrada por Satanás, aguardando o cumprimento desta promessa gloriosa.
Finalmente nasceu o Salvador. Ele passou alguns anos "curando a todos os oprimidos do diabo" (Atos 10:38). Olhe especialmente para os exemplos em que Jesus expulsou demônios (note Marcos 1:23-28; 5:1-20; 9:14-29; Mateus 9:32-37; 12:22; Lucas 13:10- 17). É notável que Jesus subjugou os demônios com autoridade. Ele não gritou, não lutou, não usou nenhum encantamento ou instrumento mágico. Ele simplesmente disse uma palavra, e os demônios saíram. Jesus ligou sua expulsão de demônios a seu trabalho maior de esmagar Satanás. "Se, porém, eu expulso demônios pelo Espírito de Deus, certamente é chegado o reino de Deus sobre vós. Ou como pode alguém entrar na casa do valente e roubar-lhe os bens sem primeiro amarrá-lo? E, então, lhe saqueará a casa" (Mateus 12:28-29). Jesus veio ao mundo para roubar do diabo as almas que tinham estado sob seu domínio. Mas primeiro ele teve que amarrar Satanás, o que ele estava fazendo ao expulsar demônios. Então o cenário estaria preparado para que ele tomasse o domínio do diabo, o domínio que este exercia sobre os homens.
Em repetidas ocasiões, especialmente próximo do fim do seu ministério, Jesus indicava que a crise estava se aproximando. "Eu via Satanás caindo do céu como um relâmpago" (Lucas 10:18). "Chegou o momento de ser julgado este mundo, e agora o seu príncipe será expulso" (João 12:31). "Do juízo, porque o príncipe deste mundo já está julgado" (João 16:11, veja também 14:30).
Textos incontáveis, escritos depois da ressurreição de Cristo, mostram-no como o vencedor que derrotou a Satanás. Jesus afirmou: "Toda a autoridade me foi dada no céu e na terra"(Mateus 28:18). "O qual exerceu ele em Cristo, ressuscitando-o dentre os mortos e fazendo-o sentar à sua direita nos lugares celestiais, acima de todo principado, e potestade, e poder, e domínio, e de todo nome que se possa referir não só no presente século, mas também no vindouro. E pôs todas as cousas debaixo dos pés . . ." (Efésios 1:20-22). ". . . Por meio da ressurreição de Jesus Cristo; o qual, depois de ir para o céu, está a destra de Deus, ficando-lhe subordinados os anjos, e potestades, e poderes" (1 Pedro 3:21-22). "E, despojando os principados e as potestades, publicamente os expôs ao desprezo, triunfando deles na cruz" (1 João 3:8). Apocalipse apresenta esta grande vitória de Jesus sobre o diabo em forma simbólica (capítulo 12). Nosso Senhor Jesus Cristo derrotou totalmente o antigo inimigo do homem. O Senhor seja louvado!
Nossa Libertação
Nossa própria vitória sobre Satanás está intimamente ligada com o triunfo de Cristo. "Visto, pois, que os filhos têm participação comum de carne e sangue, destes também ele, igualmente, participou, para que, por sua morte, destruísse aquele que tem o poder da morte, a saber, o diabo, e livrasse todos que, pelo pavor da morte, estavam sujeitos à escravidão por toda a vida" (Hebreus 2:14:15). Jesus veio para destruir o diabo e libertar seus súditos. Depois de descrever sua batalha sem sucesso contra a lei do pecado e da morte em Romanos 7, Paulo mostrou que, em Cristo, somos libertados da escravidão (Romanos 7:25; 8:1-4). Cristo é nosso meio de vitória nesta luta aparentemente sem esperança: "Em todas estas cousas, porém, somos mais que vencedores, por meio daquele que nos amou" (Romanos 8:37). Ele continuou citando principados e poderes como duas forças que não podem separar-nos do amor de Deus em Cristo (Romanos 8:38-39). "E o Deus da paz, em breve, esmagará debaixo dos vossos pés a Satanás. A graça de nosso Senhor Jesus seja convosco" (Romanos 16:20). Gálatas 4 e Colossenses 2 também mostram como Cristo nos liberta do domínio do diabo.
Isto não significa, obviamente, que derrotamos o diabo em Cristo, sem esforço. Lutamos contra "principados e potestades, contra os dominadores deste mundo tenebroso, contra as forças espirituais do mal, nas regiões celestes" (Efésios 6:12). Mas apesar da ferocidade do oponente, o Senhor dá a força do seu poder, com a qual podemos resistir firmemente ao diabo. Ele também nos diz exatamente que armadura usar na batalha: "Portanto, tomai toda a armadura de Deus, para que possais resistir no dia mau e, depois de terdes vencido tudo, permanecer inabaláveis. Estai, pois, firmes, cingindo- vos com a verdade e vestindo-vos da couraça da justiça. Calçai os pés com a preparação do evangelho da paz; embraçando sempre o escudo da fé, com o qual podereis apagar todos os dardos inflamados do Maligno. Tomai também o capacete da salvação e a espada do Espírito, que é a palavra de Deus; com toda oração e súplica . . ." (Efésios 6:13-18). Note, por favor, que a armadura é especificada. Freqüentemente, nestes dias, as pessoas tentam travar batalhas espirituais contra o diabo e seus servos com outros instrumentos, que a palavra de Deus nunca menciona. Neste texto, é a própria Escritura que recebe a principal atenção: "a verdade", "o evangelho", "a palavra de Deus".
Conceitos Errados Sobre a Libertação
Algumas pessoas põem demasiada ênfase no poder de Satanás. Nos seus cultos eles dão mais atenção aos demônios do que ao próprio Cristo. Deste modo, eles minimizam a responsabilidade humana e oferecem desculpas para o pecado. O diabo não pode ser culpado pelo pecado. Ele de fato tenta, mas o pecado ocorre quando nos permitimos ser seduzidos pelos nossos próprios desejos (Tiago 1:14-15). Somos capazes de resistir ao diabo e, se o fizermos, ele fugirá (Tiago 4:7). Deus não permitirá que sejamos tentados acima de nossas forças para resistir; para cada tentação há uma maneira de escapar que é dada pelo Senhor (1 Coríntios 10:13). É um erro sério dedicar mais atenção ao diabo do que ao Senhor. É errado pensar que, em certos casos, somos impotentes para resistir a algum tipo de força superior que o diabo emprega. Eu sou responsável por minhas ações, e quando eu peco não tenho ninguém a quem culpar senão a mim mesmo.
Outro ponto de vista errado é que palavras mágicas ou objetos especiais são necessários para expelir o poder de Satanás da vida de uma pessoa. A feitiçaria nos dias do Novo Testamento se apoiava na repetição de palavras especiais para superar a influência do diabo, mas Jesus condenou esta idéia (Mateus 6:7). A repetição até mesmo do nome de Jesus, de modo supersticioso, virou contra aqueles que o tentaram (Atos 19:13-16). É o poder de Cristo, não a mágica de alguma frase ou objeto que supera Satanás.
Também não podemos superar o diabo através da obediência a regras e leis humanas. Este foi, basicamente, o problema sobre o qual Paulo escreveu em Colossenses 2. Ele falou de regras que os homens inventam para tentarem ser mais espirituais, e disse que elas não dão certo. Através dos séculos, homens têm tentado repelir o diabo através de ascetismo. Jejum, auto-flagelação, e a negação de prazeres lícitos são freqüentemente vistos como maneiras de superar o diabo. Mas o argumento de Paulo em Colossenses 2 é que Cristo e seus mandamentos são tudo o que necessitamos para superar "todo principado e potestade"(Colossenses 2:10, veja 16-23).
Finalmente, o diabo não é superado por espetáculos teatrais. Confrontos verbais com o diabo e gritaria não têm base na Bíblia. Cristo e os apóstolos tinham poder especial para ordenar aos demônios que saíssem das pessoas, mas ordenavam calma e deliberadamente. As Escrituras que Jesus e seus discípulos nos deixaram nos ensinam a usufruir de seu poder em nossas vidas pela submissão a ele e pelo uso da armadura que ele nos deu.
Jesus venceu Satanás. Em Cristo, nós também podemos vencer.
por Gary Fisher
Satanás Domina Pessoas Hoje como o Fazia no Novo Testamento?
O Novo Testamento, especialmente os relatos do evangelho, fala freqüentemente do poder do diabo e dos seus servos. Encontramos no registro bíblico várias pessoas endemoninhadas, ou seja, possuídas por um ou mais demônios. Tais casos envolvem pessoas boas e inocentes possuídas contra a sua vontade e incapazes de se livrarem destes poderes maus.
Hoje, a expulsão de demônios e demonstrações semelhantes, bem como sessões de "descarrego" espiritual, se tornaram comuns em muitas igrejas. Será que o diabo continua agindo hoje como o fazia no Novo Testamento? A Bíblia ensina que não. Vamos considerar alguns fatos importantes:
1. Deus é maior do que Satanás, e por isso, o diabo age na terra dentro dos limites definidos pelo Senhor (Jó 1 e 2; Zacarias 3:1-5; Apocalipse 20:1-3).
2. A Bíblia fala de possessão de demônios somente nas épocas nas quais Deus estava fazendo novas revelações, principalmente nos evangelhos, quando Jesus revelava a sua nova doutrina. Quando ele demonstrava seu poder sobre enfermidades, morte física e demônios, as pessoas corretamente interpre-taram o seu poder como sinal de uma nova revelação (Marcos 1:26-27). Agora é diferente. Qualquer um que revela novas doutrinas hoje é amaldiçoado por Deus e deve ser rejeitado por todos nós (Gálatas 1:6-9).
3. Jesus mesmo explicou a expulsão de demônios como preparação para uma vitória completa sobre Satanás (Marcos 3:27).
4. Jesus derrubou o diabo pela sua morte na cruz (Hebreus 2:14-15).
5. Zacarias profetizou sobre a nossa libertação do pecado em Cristo, e disse que, entre o povo do Senhor, não haveria mais idolatria, nem profetas, nem espíritos imundos (Zacarias 13:1-2). Uma vez que a Nova Aliança foi completamente revelada, sabemos que a profecia cessou (1 Coríntios 13:8-13). Sabemos também que a idolatria não faz parte da vida do discípulo de Jesus (2 Coríntios 6:16 - 7:1), e que o diabo foge do verdadeiro servo de Deus (Tiago 4:7).
6. A arma que usamos para vencer o diabo é a poderosa palavra de Deus (Efésios 6:11-17; Tiago 1:21).
A nossa vitória sobre o diabo hoje não exige exorcismo, expulsão de demônios ou sessões de descarrego. Para ficarmos libertos do diabo e longes dos ministros dele, temos que abraçar a verdade e resistir os ataques do Maligno. Vamos resistir a sedução de falsos professores que falam mais do diabo do que do Salvador. Ponhamos a nossa confiança no Senhor e na palavra dele. "Conhecereis a verdade, e a verdade vos libertará" (João 8:32). "E esta é a vitória que vence o mundo: a nossa fé" (1 João 5:4). "Jovens, eu vos escrevi, porque sois fortes, e a palavra de Deus permanece em vós, e tendes vencido o Maligno" (1 João 2:13). "Sabemos que todo aquele que é nascido de Deus não vive em pecado; antes, Aquele que nasceu de Deus o guarda, e o Maligno não lhe toca" (1 João 5:18).
-por Dennis Allan
O Que a Bíblia Diz?
Existe hierarquia de demônios?
Quando os discípulos de Jesus não conseguiram expulsar um demônio, Jesus lhes explicou: "Esta casta não pode sair senão por meio de oração [e jejum]" (Marcos 9:29). Paulo falou sobre a consumação da missão de Jesus, dizendo: "E, então, virá o fim, quando ele entregar o reino ao Deus e Pai, quando houver destruído todo principado, bem como toda potestade e poder" (1 Coríntios 15:24; veja, também, Efésios 1:21; 2:2; Colossenses 2:10). Apocalipse 12:7 se refere ao "dragão e seus anjos". Tais passagens sugerem algumas diferenças de autoridade no reino das trevas, dominado por Satanás.
Deus diz que devemos resistir o diabo: "Sede sóbrios e vigilantes. O diabo, vosso adversário, anda em derredor, como leão que ruge procurando alguém para devorar; resisti-lhe firmes na fé, certos de que sofrimentos iguais aos vossos estão-se cumprindo na vossa irmandade espalhada pelo mundo" (1 Pedro 5:8-9). "Sujeitai-vos, portanto, a Deus; mas resisti ao diabo, e ele fugirá de vós" (1 Tiago 4:7).
Algumas pessoas, no seu desejo de aprofundar nas coisas que Deus não revelou (veja Deuteronômio 29:29), têm procurado explicar muito mais sobre o reino das trevas do que encontramos na Bíblia. Paulo nos alertou sobre essa tendência de se mostrar superior por falar de coisas que não vêm do Senbor: "Pois quem é que te faz sobressair? E que tens tu que não tenhas recebido? E, se o recebeste, por que te vanglorias, como se o não tiveras recebido?" (1 Coríntios 4:7). Tais pessoas são enfatuadas, "sem motivo algum, na sua mente carnal" (Colossenses 2:18-19).
O fato é que nós devemos nos preocupar muito mais com Deus do que com o diabo. Somos servos do Vencedor, não do derrotado! É simplesmente incrível ver como alguns pregadores falam tanto sobre o diabo e ainda alegam ser seguidores de Jesus. Imagine um homem casado sempre falando de outras mulheres na sua própria casa. A mulher não aceitaria tal atitude. Será que Deus se agrada de igrejas obcecadas com o adversário?
A escassez de informações nas Escrituras sobre demônios nos lembra de um fato importante. Deus não revelou tudo que gosta-ríamos de saber, e sim tudo que precisamos saber. A Bíblia não responde às curiosidades do homem, e sim às necessidades dele. O que nós precisamos não é o pleno conhecimento do inimigo, mas o "conhecimento completo daquele que nos chamou para a sua própria glória e virtude". Assim, podemos nos tornar participantes da natureza de Deus, nos livrando "da corrupção das paixões que há no mundo" (2 Pedro 1:3-4).
Eu não preciso entender tudo sobre as forças do mal para saber como resistir o diabo. Não adianta perder tempo procurando informações não reveladas sobre Satanás, quando já sabemos que Jesus é mais forte e infinitamente melhor. Os pregadores obcecados com o diabo tiram os pensamentos das coisas "lá do alto" e deixam os adeptos pensar nas coisas do reino das trevas. Podem fazer um bom espetáculo mostrando sua suposta intimidade com os demônios, mas não edificam a ninguém e não exaltam a verdade do Senhor.
-por Dennis Allan
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Deus diz que devemos resistir o diabo: "Sede sóbrios e vigilantes. O diabo, vosso adversário, anda em derredor, como leão que ruge procurando alguém para devorar; resisti-lhe firmes na fé, certos de que sofrimentos iguais aos vossos estão-se cumprindo na vossa irmandade espalhada pelo mundo" (1 Pedro 5:8-9). "Sujeitai-vos, portanto, a Deus; mas resisti ao diabo, e ele fugirá de vós" (1 Tiago 4:7).
Algumas pessoas, no seu desejo de aprofundar nas coisas que Deus não revelou (veja Deuteronômio 29:29), têm procurado explicar muito mais sobre o reino das trevas do que encontramos na Bíblia. Paulo nos alertou sobre essa tendência de se mostrar superior por falar de coisas que não vêm do Senbor: "Pois quem é que te faz sobressair? E que tens tu que não tenhas recebido? E, se o recebeste, por que te vanglorias, como se o não tiveras recebido?" (1 Coríntios 4:7). Tais pessoas são enfatuadas, "sem motivo algum, na sua mente carnal" (Colossenses 2:18-19).
O fato é que nós devemos nos preocupar muito mais com Deus do que com o diabo. Somos servos do Vencedor, não do derrotado! É simplesmente incrível ver como alguns pregadores falam tanto sobre o diabo e ainda alegam ser seguidores de Jesus. Imagine um homem casado sempre falando de outras mulheres na sua própria casa. A mulher não aceitaria tal atitude. Será que Deus se agrada de igrejas obcecadas com o adversário?
A escassez de informações nas Escrituras sobre demônios nos lembra de um fato importante. Deus não revelou tudo que gosta-ríamos de saber, e sim tudo que precisamos saber. A Bíblia não responde às curiosidades do homem, e sim às necessidades dele. O que nós precisamos não é o pleno conhecimento do inimigo, mas o "conhecimento completo daquele que nos chamou para a sua própria glória e virtude". Assim, podemos nos tornar participantes da natureza de Deus, nos livrando "da corrupção das paixões que há no mundo" (2 Pedro 1:3-4).
Eu não preciso entender tudo sobre as forças do mal para saber como resistir o diabo. Não adianta perder tempo procurando informações não reveladas sobre Satanás, quando já sabemos que Jesus é mais forte e infinitamente melhor. Os pregadores obcecados com o diabo tiram os pensamentos das coisas "lá do alto" e deixam os adeptos pensar nas coisas do reino das trevas. Podem fazer um bom espetáculo mostrando sua suposta intimidade com os demônios, mas não edificam a ninguém e não exaltam a verdade do Senhor.
-por Dennis Allan
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O Que a Bíblia Ensina?
Muitas das diferentes religiões acreditam que Deus cura as pessoas hoje em dia de uma maneira especial. Tanto pelos espíritas quanto pelos católicos, pelos pentecostais, e pelas igrejas renovadas das denominações tradicionais, as pessoas estão sendo ensinadas que Deus as curará milagrosamente. Para alguns essa cura vem através da bênção especial de um ritual mágico; para outros, através da peregrinação a algum santuário; para outros ainda, através da imposição das mãos de alguém abençoado com um dom especial do Espírito Santo. O que a Bíblia ensina? Deus cura, hoje em dia? E se cura, como o faz?
Dois tipos de cura
Deus sempre se manifestou como aquele que cura seu povo. Através de Moisés, Deus prometeu curar os filhos de Israel e poupá-los das doenças dos egípcios (Êxodo 15:26; Deuteronômio 7:15). Davi louvou a Deus como aquele que cura todas as moléstias (Salmo 103:3). Provérbios ensina que a obediência ao Senhor dá saúde e longa vida (Provérbios 3:2,8; 4:22, etc.). No Novo Testamento também, João orou pela saúde e prosperidade de Gaio (3 João 2). Mas essas promessas tinham certas limitações: Essas promessas não imunizaram totalmente o povo de Deus contra a doença. Homens justos como Jó, Epafrodito e Trófimo adoeceram (Jó 2; Filipenses 2:25-30; 2 Timóteo 4:20). Não houve um tempo, desde o jardim do Éden, em que o povo de Deus teve completa liberdade das enfermidades. Tanto cristãos quanto incrédulos experimentam a doença e a morte. Essas promessas não foram garantias absolutas. Como regra geral, Deus abençoa os fiéis com uma vida mais prolongada e melhor saúde. Considere, por exemplo, a promessa de que aqueles que honram os pais viverão muito tempo (Êxodo 20:12; Efésios 6:1-3). Sabemos que, em geral, aqueles que honram os pais vivem mais. Mas isso não significa que todos que honram seus pais vivem até aos 80, nem que todos os que morrem cedo desonraram seus pais. Eclesiastes mostra claramente que a relação de um homem com Deus não pode ser determinada pela sua saúde ou pelas bênçãos físicas (Eclesiastes 9:1-3). Os amigos de Jó estavam certos de que a enfermidade dele fora causada por causa de sua desobediência; mas isto não era verdade. Os discípulos queriam saber quem teria pecado para causar a cegueira do homem. Jesus replicou que a cegueira não fora causada nem pelo seu pecado nem pelo de seus pais (João 9:1-4). A ênfase das Escrituras não está nas bênçãos físicas. O foco principal das promessas de Deus é espiritual. Estamos, freqüentemente, mais interessados nas promessas de bênçãos físicas, mas uma leitura séria do Novo Testamento nos mostra que o principal interesse de um cristão deve ser sua comunhão com Deus e seu lar eterno (veja Filipenses 3:20-21; Colossenses 3:1-4; Hebreus 11:13-16, 35-38).
Além do cuidado geral de Deus para com a saúde de seu povo, houve certas épocas nas quais Deus operou milagres especiais de curas. Através de Moisés, por exemplo, Deus tornou uma água amarga em doce, curou lepra e levantou uma serpente de bronze para curar mordeduras de cobras. Através de Elias e Eliseu, Deus curou lepra, ressuscitou mortos, etc. Através de Jesus e dos apóstolos, Deus curou os cegos, os coxos, os surdos e muitos outros. Os tempos extraordinários das curas milagrosas corresponderam às novas revelações que Deus estava dando ao povo. Os sinais que Moisés operou atestaram suas credenciais para apresentar a nova lei de Deus aos filhos de Israel. Os sinais de Elias e Eliseu deram o carimbo da aprovação de Deus ao trabalho dos profetas de revelar uma outra maior porção da palavra de Deus. Os sinais de Cristo e dos apóstolos mostram que a revelação do Novo Testamento foi enviada por Deus.
Deus cura hoje em dia?
Sim, Deus cura seu povo através da oração, da providência e da ação de sua vontade, como ele sempre fez. Muitas vezes as pessoas glorificam médicos e remédios, quando Deus é aquele que deve receber o crédito. Todas as boas dádivas vêm de Deus e devemos sempre lembrar de dar a ele a glória e o agradecimento (Tiago 1:17).
Mas será que Deus ainda cura da maneira especial e miraculosa como antigamente o fez? Será que ele ainda dá poderes especiais de curas aos homens, como o fez a Moisés, a Elias e Eliseu, e a Jesus e aos apóstolos? Alguns responderão sim. Muitas igrejas e religiões reivindicam o poder de curar dessa maneira especial. Essas abrangem de diversas igrejas pentecostais (Deus é Amor, Assembléia de Deus, Igreja Universal do Reino de Deus, Igreja da Graça, Igreja do Evangelho Quadrangular, Congregação Cristã no Brasil, etc.) aos ramos carismáticos das igrejas tradicionais, tais como a Católica e a Batista, e seitas como a de Cientista Cristão, até aos diversos grupos que compõem o espiritismo. Parece haver um impressionante arranjo de "evidência" para as supostas curas milagrosas nos dias atuais. A própria diversidade dessa evidência, contudo, deve levar-nos a reconsiderar. Estará, realmente, Deus operando sinais especiais e maravilhas em tantas diferentes, e mesmo contraditórias, igrejas e religiões? Na Bíblia, as curas especiais foram a maneira de Deus confirmar a nova revelação que ele estava dando através dos que curavam. É claro que Deus, que não se contradiz, não está confirmando todas estas mensagens conflitantes.
As muitas advertências contra os falsos sinais e maravilhas precisam ser examinadas. O diabo sempre simula as obras de Deus (examine Deuteronômio 13:1-5; 2 Coríntios 11:13-15; 2 Tessalonicenses 2:9-12; 2 Timóteo 3:13; Apocalipse 13:13-14; 16:13-14). E, também, o diabo é muito hábil em trabalhar através da religião (Mateus 7:15-23; 2 Coríntios 11:13-15; Colossenses 2). Portanto, a presença das supostas curas miraculosas na atualidade, as quais são totalmente diferentes das curas na Bíblia, não deve nos surpreender.
Diferenças entre as curas de hoje e as na Bíblia
Tipo. As curas especiais na Bíblia incluíam todos os tipos de moléstias. Jesus e os apóstolos podiam curar qualquer pessoa de qualquer doença ou enfermidade (Atos 5:15-16; Marcos 1:32-34; Mateus 4:23-24; 9:35). Cegos de nascença recebiam a visão imediatamente; coxos de nascença começavam a andar e saltar; lepra, mãos definhadas, orelhas cortadas e outros males perfeitamente visíveis eram curados diante dos próprios olhos daqueles que observavam (Atos 3:1-10; 4:22; João 9; Marcos 3:1-6; Mateus 8:1-4; Lucas 22:50-51). Ainda mais admirável era a ressurreição dos mortos (Lucas 7; João 11; Atos 9; 20). As curas de agora são diferentes. Os que fazem curas hoje em dia se especializam em dores de cabeça, dores lombares e outras enfermidades invisíveis. Sim! Algumas vezes ouvimos falar de um cego que recebeu sua vista ou de mortos sendo ressuscitados, mas nunca, ninguém, parece testemunhar esses eventos. Eles sempre ocorreram em outro tempo ou lugar e ninguém parece se lembrar exatamente de quando e onde. Sem dúvida, as "curas milagrosas" que você e eu vemos hoje são de uma natureza muito diferente dos milagres na Bíblia.
Maneira. As curas na Bíblia eram instantâneas. Não havia reação retardada. Os cegos recebiam sua vista na hora; os coxos começavam a andar, correr e saltar; a pele dos leprosos era purificada instantaneamente (Mateus 8:3; 12:13; Atos 3:7-8; João 9:7). As curas miraculosas foram sempre completas. Não havia curas parciais (Atos 3:16). A maneira de Jesus e dos apóstolos era simples. Não havia fanfarras; não havia nada encenado. Aqueles com a verdadeira capacidade de curar faziam seu trabalho calmamente, simples e completamente. Poderá alguém que testemunhou "curas", hoje, dizer que elas são feitas da mesma forma?
Freqüência. Nenhum dos que, hoje em dia, "curam" sempre têm êxito. Geralmente, atribuem a culpa pelos insucessos à falta de fé por parte dos que querem ser curados. Mas na Bíblia, aqueles que realmente tinham o poder de curar conseguiam seu intento. Há uma única exceção registrada (Mateus 17) e, nesse caso, o problema foi uma falta de fé por parte dos que pretendiam curar. Nem todos aqueles que recebiam as curas tinham fé; de fato, alguns que nem esperavam ser curados o foram (João 5; Atos 3). Deus nunca falha. Se houvesse, nestes dias, pessoas que verdadeiramente tivessem poderes especiais de Deus para curar, eles também não falhariam.
Propósito. Na Bíblia, os milagres e as curas eram sinais para confirmar a mensagem do homem que os operava. Deus autenticou cada nova mensagem com sinais (Hebreus 2:3-4; Marcos 16:20). Gerações posteriores tinham que confiar na mensagem escrita daqueles que demonstravam as credenciais para revelá-la (João 20:30-31). Há muitos textos que mostram que a mensagem do evangelho foi completamente revelada no primeiro século (João 16:13; Judas 3) e que não haveria revelação adicional (Gálatas 1:6-9). Considere esta ilustração: O Cristo ressuscitado foi visto por várias testemunhas que escreveram sobre o que viram. Hoje, não vemos Cristo; confiamos na evidência registrada por aqueles que o viram. Os aparecimentos de Cristo depois de sua ressurreição serviram precisamente ao mesmo propósito que as curas e milagres: para provar que ele é o Filho de Deus e que devemos confiar na mensagem do Novo Testamento. Não há mais razão para esperar que alguém terá poder para curar hoje em dia, do que pensar que Cristo reaparecerá nestes dias.
É também digno de nota que o propósito das curas na Bíblia nunca foi financeiro. Pura e simplesmente, nunca lemos sobre Jesus ou os apóstolos ou outros cristãos primitivos com capacidade para curar fazendo coletas daqueles que eles estavam curando. De fato, em relação a estas próprias coisas (curar os doentes, ressuscitar os mortos, limpar os leprosos e expelir demônios) Jesus disse que as dessem gratuitamente (Mateus 10:8). Somos também advertidos sobre os que "movidos por avareza, farão comércio de vós, com palavras fictícias" (2 Pedro 2:3).
Efeito. Quando homens tinham, verdadeiramente, poderes para curar, todos se maravilhavam e ficavam admirados com os resultados (Atos 3:9-11; Lucas 7:16-17). Até mesmo os inimigos do evangelho tinham que admitir que as curas realmente aconteciam (João 11:48; Atos 4:16). Afinal, como poderiam negá-las? Havia os mortos que Jesus tinha ressuscitado, os coxos que ele havia curado e os cegos que agora viam, dando testemunho visível do seu poder. Os inimigos do evangelho sempre tentaram se opor e desacreditar o ensinamento, mas nunca tentaram negar que as curas e os milagres realmente aconteceram. Às vezes, questionavam quando Jesus curava (por exemplo, no sábado) ou pelo poder de quem (por exemplo, do diabo, diziam eles) o fazia, mas nunca negavam a autenticidade dos milagres. Os que curam, atualmente, experimentam resultados que são muitíssimo diferentes. Porque as curas não são imediatas, nem completas, nem visíveis, muitos reconhecem que eles realmente não têm qualquer poder especial. Onde está o milagreiro de hoje que tenha entrado numa cidade e curado todos os doentes? Os efeitos são diferentes.
O Que Podemos Concluir?
Houve dois meios básicos pelos quais Deus curou: o meio normal, através da oração e da providência, e o meio miraculoso, para confirmar as novas revelações. Deus continua a curar pelo meio normal e, por esta razão, devemos orar pelos doentes e agradecer a Deus pela recuperação deles. Mas não há evidência de que alguém tenha, hoje, as aptidões especiais, que Jesus e os apóstolos tinham para curar os enfermos. Nem devemos esperar que tenha. A intenção de Deus era confirmar sua nova revelação, através dos seus mensageiros, dando a eles especiais poderes de cura; sua revelação está completa; portanto, ele não continuou a dar poderes especiais. Tais curas especiais não ocorrem em nossos dias.
Objeções
Hebreus 13:8. Aqueles que crêem que Deus continua dando, hoje, poderes especiais de cura aos homens usam vários argumentos para apoiar essa idéia. Por exemplo, Hebreus 13:8 afirma que Jesus é o mesmo ontem, hoje e sempre. Há pessoas que usam esse texto para dizer que, se curas especiais e maravilhas aconteceram no primeiro século, o mesmo deve acontecer hoje em dia. Mas esse texto não diz que Jesus faz exatamente as mesmas coisas em todas as eras, nem que sua vontade é sempre a mesma. Hoje, os homens confessam pecados, enlutam-se, casam-se. Mas não farão assim para sempre. No céu não há confissão de pecados, luto ou casamento. No Velho Testamento não havia batismo pelo Espírito Santo ou o falar em línguas. Jesus é o mesmo. Mas sua obra mudou. No primeiro século, livros foram acrescentados à Bíblia, houve apóstolos vivos e Cristo apareceu na terra em forma humana. Hoje não. O fato de que Jesus nunca muda não significa que ele sempre dê aos homens os mesmos poderes ou aja sempre do mesmo modo. Há um certo progresso no procedimento de Deus para com os homens. Passo a passo ele executa seu plano. Conforme o plano é cumprido e a maturidade é atingida, certas coisas necessariamente mudam (1 Coríntios 13:11).
Marcos 16:17-18. Marcos 16:17-18 é usado, às vezes, para ensinar que todos os crentes serão capazes de operar curas, expelir demônios e falar em línguas. É interessante que poucos são os que afirmam, que todos os crentes podem beber veneno ou pegar em serpentes, ainda que essas coisas sejam mencionadas na mesma passagem. É importante analisar cuidadosamente o contexto desta promessa. Jesus estava falando aos apóstolos e prometeu que esses sinais acompanhariam os crentes. Ele não disse que todos os crentes, nem mesmo naquela época, poderiam operar sinais. Marcos 16:20 afirma que essa promessa já havia sido cumprida: "E eles, tendo partido, pregaram em toda parte, cooperando com eles o Senhor e confirmando a palavra por meio de sinais, que se seguiam." A pregação, mencionada em Marcos 16, com os sinais que a confirmariam já aconteceu. Se há mais sinais, hoje, pelo menos esse texto não está afirmando nada a respeito.
João 14:12. Alguns se valem de João 14:12 para tentar provar que as curas milagrosas continuam ainda hoje. Essa passagem ensina que discípulos de Cristo farão obras maiores do que ele fez. O significado é que, depois da morte e da ressurreição de Jesus, seus seguidores pregariam a mensagem da salvação e ofereceriam, realmente, o perdão dos pecados pelo sangue de Cristo. Eles fariam uma obra maior por causa da expiação proporcionada pela morte de Jesus. Muitos deturpam esse texto para dizer que os crentes operarão milagres maiores. Mas como? Eles mudarão mais água em vinho, alimentarão uma multidão maior com menos pães e peixes, acalmarão tempestades mais violentas, ressuscitarão mais pessoas mortas? Seria difícil realizar maiores milagres do que Jesus. Esse texto está falando da salvação que poderia ser proporcionada depois da morte e ressurreição de Cristo.
Testemunhos. Finalmente, alguns se voltam para o testemunho das "curas" especiais nos dias atuais. Ou foram curados ou viram alguém curado, ou ouviram sobre alguém que foi curado. Mas há problemas com isso. Deus cura hoje. Ele não cura da maneira miraculosa como o fez no primeiro século, mas cura. Ele não dá aos homens, nos dias atuais, poderes especiais de cura. Deus pode curar através de sua providência e ao mesmo tempo um dos que "curam" pode começar a exercer sua arte. As pessoas dão o crédito ao "milagreiro", quando na realidade foi a providência de Deus que curou. Muitas enfermidades são grandemente afetadas pela mente. Se alguém pensa que foi curado, muitas vezes se sentirá melhor. Por essa razão, diversas "curas" ocorrem numa atmosfera emocionalmente carregada, com muitos na expectativa de receber uma cura. Raramente os que dizem que curam, hoje em dia, vão a lugares públicos e realizam tal ato; a maioria das "curas" ocorre em edifícios de igrejas ou lares. Jesus, ao contrário, curava em qualquer situação, até mesmo enquanto caminhava rua abaixo. Não há evidência de homens, hoje, curando como Jesus e os apóstolos curavam. Todos ouviram falar de algum lugar afastado onde uma pessoa morta foi ressuscitada, um leproso limpo, ou uma pessoa cega recebeu sua visão. Mas quem realmente experimentou esses fenômenos? Se Deus ainda cura hoje em dia do mesmo modo que no passado, por que são quase todas as curas invisíveis? Por que os milagres notáveis sempre ocorrem em algum lugar distante?
Conclusão
Deus continua a curar em nosso tempo, porém não mais concede aos homens capacidade especial para curar. Há diferenças radicais entre as curas verdadeiramente milagrosas do primeiro século e as alegações de curas hoje. Temos a revelação completa e confirmada do evangelho; portanto, Deus descontinuou seu uso das curas especiais. As curas de Deus, agora, são através da oração e da providência, e não através de sinais miraculosos.
-por Gary Fisher
Falar em Línguas
Quase todos os grupos religiosos tentam "provar" que são a religião verdadeira. Freqüentemente, eles apelam para algum tipo de sinal, milagre ou experiência sobrenatural. Os católicos, por exemplo, citam o aparecimento de Maria; os mórmons alegam as visitas de um anjo a Joseph Smith; os espíritas têm uma variedade de sinais e manifestações do sobrenatural; a Igreja Universal do Reino de Deus, todas as noites, realiza curas, expulsões de demônios e milagres; as igrejas pentecostais tradicionais têm línguas, curas, e o batismo do Espírito Santo. E a lista continua. Certamente, não é Deus aquele que realiza todas estas demonstrações, em todos estes diferentes grupos. Como podemos saber com certeza se um sinal ou uma língua ou um fenômeno sobrenatural é de Deus ou não?
A existência de falsos sinais, prodígios de mentira e milagres falsificados não surpreenderá os estudantes sérios da Bíblia. Numerosos textos bíblicos advertem sobre estas coisas (Mateus 24:4; 2 Coríntios 11:13-15; 2 Timóteo 3:13; Apocalipse 13:13-14; 16:13-14). Se acreditarmos na Bíblia, podemos esperar uma abundância de falsos milagres.
Então, como saberemos quais sinais são verdadeiros e quais não são? Primeiramente, comparando o ensinamento do operador do sinal com as Escrituras para ver se sua mensagem é verdadeira. João nos adverte para testar os espíritos: "Amados, não deis crédito a qualquer espírito; antes, provai os espíritos se procedem de Deus, porque muitos falsos profetas têm saído pelo mundo fora" (1 João 4:1). Ele revela o teste a usar: "Nós somos de Deus; aquele que conhece a Deus nos ouve; aquele que não é da parte de Deus não nos ouve. Nisto reconhecemos o espírito da verdade e o espírito do erro" (1 João 4:6). O teste é a revelação escrita pelos apóstolos. Os cristãos de Beréia são um bom exemplo: "Ora, estes de Beréia eram mais nobres que os de Tessalônica; pois receberam a palavra com toda a avidez, examinando as Escrituras todos os dias para ver se as cousas eram, de fato, assim" (Atos 17:11). Paulo operou sinais em Beréia, mas os cristãos dali determinaram se Paulo era de Deus ou não, comparando sua pregação com as Escrituras. (Deuteronômio 13:1-5; Jeremias 23:25-32; 1 Coríntios 12:1-3; 1 Tessalonicenses 5:21 podem ser estudados para mais ajuda neste ponto).
Infelizmente, muitas pessoas vêem acontecimentos espantosos e, automaticamente, concluem que eles vêm de Deus. Precisamos perceber que coincidência, pensamento positivo, ilusão fraudulenta e o Diabo podem falsificar milagres bíblicos. Contudo, as falsificações nunca poderão igualar-se aos milagres reais. Deus mostrou que seu Filho era inigualável por meio de sinais que hoje ninguém sequer pretende realizar: transformar água em vinho, multiplicar pães e peixes, caminhar sobre as águas, curar instantaneamente um cego, surdo e leproso, e ainda ressuscitar um morto.
Temos que voltar ao modelo da Bíblia, que é testar o sinal pela Palavra de Deus, e não modificar a Palavra de Deus para ajustá-la ao sinal. A Bíblia é o padrão segundo o qual toda a pretensão de ter um sinal ou um prodígio de Deus deve ser testada. Por favor, estudem as Escrituras cuidadosamente, com o desejo de permitir que elas sejam o juiz final da validade de qualquer sinal ou prodígio.
Neste estudo, testemos o falar em línguas das igrejas Pentecostais pela Bíblia. Veremos seis diferenças entre as línguas da Bíblia e as línguas das igrejas de hoje:
O Dom de Línguas
Hoje em Dia É Diferente
· Regras de Uso
· Tipo das Línguas
· Modo de Receber
· Propósito
· Pessoas que Recebem
· Época
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Regras de Uso
(1 Coríntios 14:26-40)
· Específicas:
v. 27 Não mais do que dois ou três por culto
v. 27 Sucessivamente
v. 28 Se não houver intérprete, fique calado
v. 34-35 As mulheres não falam na igreja
· Princípios Gerais:
v. 26 Tudo para edificação
v. 40 Com decência e ordem
Em 1 Coríntios 14:26-40 encontram-se vários regulamentos para o uso das línguas da Bíblia. Existem regras específicas e princípios gerais. Quase todas estas regras a serem obedecidas no uso das línguas da Bíblia são habitualmente violadas por aqueles que pretendem falar línguas da Bíblia. Em vez de limitar o número dos que falam em línguas a 2 ou 3 pessoas por culto, as igrejas de hoje, às vezes, têm dúzias falando no mesmo culto. Em vez de falar um de cada vez, atualmente falam muitos simultânea-mente. Em vez de falar em línguas somente quando um tradutor está presente, muitas igrejas onde se falam em línguas falam quer haja um intérprete, quer não. A proibição de Deus das mulheres falarem nos cultos da igreja é tão flagrantemente des-respeitada que, em alguns cultos, a maioria dos que falam em línguas é mulheres. As regras gerais, também, são violadas freqüente-mente. Os propósitos das línguas são mais de mostrar excitação e emoção do que edificar. E, em muitos cultos em que se falam línguas, há puquíssi-ma ordem. O forte contraste entre as regras de Deus para as línguas da Bíblia e as regras que são segui-das pelas línguas modernas deveriam fazer-nos perguntar: Por quê? Por que, se temos os mesmos dons, não seguimos as mesmas regras? Se as igrejas que mais freqüentemente dizem que falam em línguas flagrantemente desrespeitam a Bíblia no uso destas línguas, poderia ser que essas próprias línguas não fossem de Deus?
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Tipo das Línguas
· Na Bíblia: Idiomas Verdadeiros
Atos 2
v. 4 "em outras línguas"
v. 6 "cada um ouvia falar na sua própria língua"
v. 8 "ouvimos falar, cada um em nossa própria língua"
v. 9-11 lista das nações
v. 11 "ouvimos falar em nossas próprias línguas"
1 Coríntios 14
v. 2,4,5, etc. "língua" quer dizer "idioma"
v. 13 "interpretar" quer dizer "traduzir"
v. 11 "estrangeiro" quer dizer "alguém que fala uma linguagem diferente"
v. 21 Referência à linguagem assíria
v. 10 "Há . . . muitos tipos de vozes no mundo, nenhum deles, contudo, sem sentido"
· Hoje: Sílabas sem Sentido
De que tipo eram as línguas da Bíblia? Com alguma exceção ocasional, as igrejas Pentecostais de nossos dias nem sequer pretendem falar em linguagens conhecidas de hoje, mas em sons incompreensíveis (combinações de sílabas sem significado próprio, ao menos para principiantes). Mas as línguas da Bíblia sempre significavam falar em idiomas verdadeiros, entendidos por pessoas que sabiam falar aquelas linguagens (Apêndice 1). Em Atos 2, pessoas de muitas nações tinham se reunido em Jerusalém para a celebração do dia de Pentecoste. Ali, pela primeira vez, homens batizados pelo Espírito Santo começaram "a falar em outras línguas". O texto mostra clara-mente que a audiência era composta de pessoas que falavam diferentes línguas: "E como os ouvimos falar, cada um em nossa própria língua materna? Somos partos, medos e elamitas e os naturais da Mesopotâmia, Judéia, Capadócia, Ponto e Ásia, da Frígia e da Panfília, do Egito e das regiões da Líbia, nas imediações de Cirene, e romanos que aqui residem, tanto judeus como prosélitos, cretenses e arábios" (Atos 2:8-11). E as Escrituras dizem:"Quando, pois, se fez ouvir aquela voz, afluiu a multidão, que se possuiu de perplexi-dade, porquanto cada um os ouvia falar na sua própria língua" (Atos 2:6); "e como os ouvimos falar, cada um em nossa própria línguamaterna?" (Atos 2:8); "como os ouvimos falar em nossas próprias línguas as grandezas de Deus?" (Atos 2:11). Atos 2 foi o protótipo do falar em línguas no Novo Testamento. E, em Atos 2, falar em línguas significava falar em linguagens que poderiam ser enten-didas. Em 1 Coríntios 14, a Bíblia mostra também que essas línguas eram idiomas verdadeiros. Notem os significados das palavras usadas: "língua" (nos versículos 2,4,5,6,9,13,18,19 . . .) significa "idioma"; "interpretar" (versículo 13) significa traduzir de uma língua para outra; "estrangeiro" (versículo 11) significa alguém de um país diferente, que fala uma linguagem diferente. Ele ilustra esta passagem, citando uma profecia de Isaías que se referia à linguagem assíria: "Falarei a este povo por homens de outras línguas e por lábios de outros povos, e nem assim me ouvirão, diz o Senhor" (versículo 21 Isaías 28:11). Finalmente, ele categoricamente, disse: "Há, sem dúvida, muitos tipos de vozes no mundo, nenhum deles, contudo, sem sentido" (1 Coríntios 14:10). Pessoas que falavam línguas da Bíblia eram capazes de falar em linguagens reais, sem estudo ou treinamento. Muito interessante, mesmo as igrejas que hoje são muito ativas no "falar em línguas" nunca enviam um missionário sem dar-lhe treinamento, de modo que ele possa falar a linguagem do povo ao qual ele está sendo enviado. As línguas da Bíblia eram linguagens reais. Portanto, as "línguas" das igrejas de hoje não são línguas da Bíblia.
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Modo de Receber
· Batismo no Espírito Santo
Apóstolos no dia de Pentecoste (Atos 2) para revelar o evangelho
A família de Cornélio (Atos 10) para mostrar a aceitação dos gentios
· As Mãos dos Apóstolos
Samaritanos (Atos 8:14-18)
Discípulos em Éfeso (Atos 19:1-7)
. . . Mas Hoje . . .
· Só há um batismo Efésios 4:5 (na água para remissão dos pecados Mateus 28:18-20; Atos 2:38; Efésios 5:26)
· Os apóstolos morreram estão na fundação da igreja (Efésios 2:20; Apocalipse 21:14)
As línguas não poderiam ser recebidas hoje em dia como foram as línguas da Bíblia. As línguas da Bíblia foram recebidas ou por pessoas sendo batizadas pelo Espírito Santo (Atos 2:1-4) ou pela imposição das mãos dos apóstolos (Atos 8:14-18; 19:1-7). É claro que ninguém poderia receber línguas hoje pela mão dos apóstolos, uma vez que eles morreram e estão na fundação da igreja (Efésios 2:20; Apocalipse 21:14). Muitas pessoas, que hoje pensam possuir línguas da Bíblia, acreditam tê-las recebido pelo batismo do Espírito Santo. Mas na Bíblia, o batismo pelo Espírito Santo ocorreu somente duas vezes: aos apóstolos, em Atos 2, para capacitá-los a revelar o Novo Testamento e a Cornélio e sua família, em Atos 10, para mostrar a aprovação, por Deus, da conversão dos gentios. Depois destes dois casos, a Bíblia diz que agora só existe um batismo (Efésios 4:5), o batismo na água para remissão dos pecados (Mateus 28:18-20; Atos 2:38; Efésios 5:26). Portanto, se alguma pessoa falasse em línguas da Bíblia hoje em dia não poderia havê-las recebido da maneira pela qual eram recebidas na Bíblia.
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Propósito
· Na Bíblia
Confirmar a Palavra (Marcos 16:17-20; Atos 2; 1 Coríntios 14:22; Hebreus 2:3-4)
. . . Hoje, a palavra já tem sido
confirmada
Edificar a Igreja (1 Coríntios 14:5-6, 26)
. . . Hoje, a palavra já tem sido
revelada para a edificação
· Hoje
Adoração de Deus
Demonstração de salvação
Glória pessoal
O propósito das línguas da Bíblia era diferente do propósito das línguas de hoje. Nos primeiros dias da Cristandade, o Novo Testamento estava em processo de revelação. Ninguém poderia recorrer ao Novo Testamento escrito, para testar a verdade do ensinamento de um homem, uma vez que ainda não estava escrito. Por isso foram dados aos apóstolos e aos profetas sinais especiais, tais como as línguas, para mostrar que sua mensagem vinha de Deus. Sinais dados por Deus deveriam confirmar a palavra dos apóstolos e dos profetas revelando o Novo Testamento. Nota: "Estes sinais hão de acompanhar aqueles que crêem: em meu nome expelirão demônios; falarão novas línguas; pegarão em serpentes; e, se alguma cousa mortífera beberem, não lhes fará mal; se impuserem as mãos sobre enfermos, eles ficarão curados. De fato, o Senhor Jesus, depois de lhes ter falado, foi recebido no céu e assentou-se à destra de Deus. E eles, tendo partido, pregaram em toda a parte, cooperando com eles o Senhor e confirmando a palavra por meio de sinais, que se seguiam" (Marcos 16:17-20). "De sorte que as línguas constituem um sinal não para os crentes, mas para os incrédulos; mas a profecia não é para os incrédulos e sim para os que crêem" (1 Coríntios 14:22). "Como escaparemos nós, se negligenciarmos tão grande salvação? A qual, tendo sido anunciada inicialmente pelo Senhor, foi-nos depois confirmada pelos que a ouviram; dando Deus testemunho juntamente com eles, por sinais, prodígios e vários milagres, e por distribuições do Espírito Santo segundo a sua vontade" (Hebreus 2:3-4). Isto é, exatamente, o que aconteceu quando os apóstolos falaram em línguas, no dia de Pentecoste. Sua habilidade para falar em outras línguas, apesar de serem galileus, provou que a nova mensagem que eles estavam revelando era de Deus. Cada vez que uma nova mensagem é revelada, Deus, tipicamente, dá prova da autenticidade de seus mensageiros. Moisés, por exemplo, operou muitos sinais para mostrar que os mandamentos que Deus estava revelando por meio dele vinham, de fato, de Deus. Jesus operou muitos sinais e foi, finalmente, ressuscitado, para provar sua afirmação de que era o Filho de Deus. Igualmente, os apóstolos e profetas do primeiro século operaram sinais e prodígios, incluindo as línguas, para demonstrar que Deus estava, na verdade, revelando sua nova mensagem através deles. Mas Deus nunca continuou a confirmar sua revelação por novos sinais a cada geração sucessiva. Sua Palavra, uma vez confirmada, é considerada provada para todas as gerações. Assim, nenhuma geração posterir de israelitas podia testemunhar a separação das águas do Mar Vermelho ou os milagres do Monte Sinai (Êxodo 13-14, 20). Ninguém, desde o primeiro século, viu o corpo ressuscitado de Jesus. Da mesma maneira, a Palavra revelada pelos apóstolos já foi confirmada e nenhum sinal novo está sendo dado para "reconfirmá-la".
A Bíblia também mostra que as línguas interpretadas (traduzidas) edificavam a igreja (1 Coríntios 14) por meio da revelação das mensagens de Deus. Mensagens que foram mais tarde escritas para nós, no Novo Testamento. Desde que a Palavra já foi revelada e confirmada, qual propósito têm as "línguas" modernas? De acordo com o ensinamento em muitas igrejas Pentecostais, as línguas são para louvar a Deus e para mostrar a evidência da salvação. Os propósitos das línguas da Bíblia eram diferentes do propósito das "línguas" modernas.
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Pessoas que Recebem
· Igreja Universal do Reino de Deus
· Igreja Quadrangular
· Igreja Deus é Amor
· Assembléia de Deus
· Igrejas contra a doutrina da trindade
· Católicos carismáticos
Línguas iguais,
mas doutrinas diversas!
Hoje, as "línguas" são usadas por muitas e diferentes igrejas que pregam e ensinam doutrinas contraditórias. Igrejas desde a Igreja Universal do Reino de Deus até a Assembléia de Deus, e desde a Deus é Amor até as igrejas que negam a Trindade, todas têm as mesmas línguas. Muitos católicos falam línguas nas igrejas católicas carismáticas. Estaria o Espírito Santo dando seu sinal de aprovação a igrejas que pregam coisas que contradizem completamente umas às outras? Muitas das doutrinas e práticas destas igrejas não só contradizem umas às outras, mas contra-dizem também a Bíblia.
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Época
Finalmente, porém talvez o mais importante, a Bíblia especificamente ensina que as línguas deveriam continuar somente durante aquela época. Note cuidadosamente 1 Coríntios 13:8-13. No versículo 8, Paulo disse que as línguas cessariam: "havendo línguas, cessarão". No versículo 10 ele mostra quando: Quando vier o que é perfeito. Isto está intensamente claro. As línguas eram para durar somente até que o perfeito viesse. A dificuldade está em determinar a que o "perfeito" se refere. Em geral, muitas coisas poderiam ser perfeitas (completas). Poderíamos ter uma casa perfeita, um carro perfeito ou, talvez, uma completa e perfeita pizza. Perfeito é uma qualidade que pode ser (e assim está na Bíblia) usada para qualificar muitas coisas. Desta maneira, há um contraste entre o que é "em parte" e o que é "o perfeito". Em qualquer área, o perfeito é sempre a soma das partes. Assim, se sabemos quais eram as partes, podemos juntá-las e encontrar o perfeito. As partes eram o conhecimento e a revelação (profecia) da vontade de Deus. Naquele tempo, a revelação de Deus estava se fazendo conhecida justamente uma parte de cada vez. A própria primeira carta aos Coríntios era uma dessas partes. Se as partes, então, se referem à revelação da Palavra de Deus, parte por parte, o perfeito tem que ser a revelação completa de Deus, o Novo Testmento. Portanto, quando o Novo Testamento se completou, o dom das línguas cessou, de acordo com o plano de Deus.
O que vai acontecer? "Línguas cessarão"
· Quando? "Quando vier o que é perfeito"
· O que é perfeito? A soma das partes
· O que são partes? Revelação da palavra em partes
· O que é o perfeito? A revelação completa a Bíblia
· Quando a revelação foi completada, as línguas bíblicas cessaram
O resto do capítulo 13 confirma este entendimento. No versículo 11, Paulo mostra que é normal a diferença entre o falar e o pensar de uma criança e o de um adulto. "Quando eu era menino, falava como menino, sentia como menino, pensava como menino; quando cheguei a ser homem, desisti das cousas próprias de menino" (1 Coríntios 13:11). Igualmente, é normal a diferença entre a infância e a idade adulta da igreja. Deus usou os traços da infância (línguas, profecia, etc.) para revelar sua Palavra, originalmente. Mas, agora que a maturidade foi atingida, não usamos mais o falar de uma criança. Isto é muito semelhante à construção de um edifício. No processo de construção, o escoramento é usado; mas, sempre que a construção é completada, o escoramento é removido. No versículo 12, Paulo descreve o tempo quando o evangelho estava sendo revelado peça por peça, como vendo em um espelho vagamente ou conhecendo em parte: "Porque, agora, vemos como em espelho, obscuramente; então veremos face a face. Agora, conheço em parte; então, conhecerei como também sou conhecido" (1 Coríntios 13:12). Imagine-se olhando em um espelho feito de pedacinhos, com alguns deles faltando: você não veria uma imagem completa. Mas, quando o espelho contém todas as peças, você pode se ver face a face e ter conhecimento total. É interessante que Tiago usa a mesma ilustração do espelho e a mesma palavra "perfeito" para descrever o Novo Testamento (Tiago 1:22-25).
No versículo 13, Paulo resume tudo. Ele falou sobre coisas que cessam e coisas que vêm. Ele mostrou que, durante esta transição, algumas coisas permanecem: fé, esperança e amor. No ponto em que a parte (línguas e profecia) cessa e o perfeito vem, estas três coisas continuam inalteradas. Em vista dos esforços que são feitos para aplicar a palavra "perfeito" neste caso, à segunda vinda ou ao estado eterno, é importante examinar cuidadosamente este versículo. No retorno de Cristo, até mesmo a fé e a esperança findarão, porque esperamos apenas pelo que não vemos (Romanos 8:24-25), e cremos, ainda que não vejamos (2 Coríntios 5:7; 1 Pedro 1:8). Quando Cristo retornar, portanto, a fé e a esperança cessarão. Mas a fé continua quando as línguas cessam e o perfeito vem. Portanto, isto tem que ocorrer antes da segunda vinda de Cristo.
Assim como muitos dos escritos de Paulo, 1 Coríntios 13:8-13 está cuidadosamente escrito e requer estudo minucioso. Mas quando estudamos com cuidado, aprendemos que Deus planejou que as línguas cessassem quando o Novo Testamento estivesse completo. As "línguas" de hoje simplesmente não são as mesmas que as línguas da Bíblia.
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APÊNDICE 1:
As línguas eram linguagens reais
Há dois textos usados algumas vezes para tentar provar que as línguas não eram linguagens reais. Um está em 1 Coríntios 14:2: "Pois quem fala em outra língua, não fala a homens, senão a Deus, visto que ninguém o entende, e em espírito fala mistérios". O argumento tirado freqüentemente deste versículo é que as línguas eram uma "linguagem de oração", especial para comunicação com Deus. De fato, neste trecho, Paulo está reprovando os Coríntios por seu uso errado das línguas. Desde que as línguas da Bíblia eram linguagens reais, elas seriam entendidas somente por aqueles que falassem aquela linguagem. Nas assembléias dos Coríntios, alguns homens estavam falando em linguagens que nenhum dos presentes conhecia, e sem o auxílio de um tradutor. Paulo mostra a conseqüência deste mau uso das línguas. Ninguém além de Deus as entendia e, portanto, não havia proveito (edificação) para a igreja. Não há proveito em falar uma língua que não é entendida pela igreja. Paulo disse claramente que todas as vozes tinham significado (versículo 10), mas que, se não conhecessem o significado da linguagem, ele estaria falando como um estrangeiro aos ouvintes, sem nenhum proveito (versículo 11). Paulo lança o princípio que tudo o que é feito na igreja tem que ser para edifcação. Portanto, as pessoas poderiam falar somente em linguagens conhecidas dos ouvintes, ou então, com um intérprete. Nesta passagem, Paulo não está recomendando que se fale em uma linguagem que só Deus poderia entender, mas está reprovando esta prática dos Coríntios.
Outro texto está em 1 Coríntios 13:1, onde Paulo diz: "Ainda que eu fale as línguas dos homens e dos anjos, se não tiver amor, serei como o bronze que soa, ou como o címbalo que retine". Paulo fala semelhantemente nos versículos 2-3: "Ainda que eu tenha o dom de profetizar e conheça todos os mistérios e toda a ciência; ainda que eu tenha tamanha fé, a ponto de transportar montes, se não tiver amor, nada serei. E ainda que eu distribua todos os meus bens entre os pobres e ainda que entregue o meu próprio corpo para ser queimado, se não tiver amor, nada disso me aproveitará". Em cada versículo, Paulo está dizendo, em essência: Ainda que eu vá até ao mais extremo limite concebível em línguas, em conhecimento, em fé, em serviço sem amor estarei vazio e inútil. Paulo não estava sugerindo que ele havia conhecido todos os mistérios, que havia dado seu corpo para ser queimado ou que ele houvesse falado na língua dos anjos. Mas estava, isto sim, dizendo que, mesmo que ele houvesse, isso nada seria sem o amor.
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APÊNDICE 2:
Certas doutrinas das igrejas contradizem a Bíblia
Todos os ensinamentos, práticas, e igrejas precisam ser testados pelo padrão da Palavra de Deus. Doutrinas e ensinamentos que não estão na Bíblia vêm dos homens e são condenadas por Cristo (Mateus 15:1-14; Marcos 7:1-13; Colossenses 2:20-23). A ênfase e a atenção constante de muitas igrejas ao dinheiro é uma das feições muito opostas ao ensino de Cristo. Nada lemos a respeito de Jesus ou de seus seguidores pedindo dinheiro. Os cristãos deveriam dar conforme sua prosperidade e não por causa de exigência das igrejas (1 Coríntios 16:1-2; 2 Coríntios 9:7). A contínua ênfase no dinheiro em muitas igrejas de hoje deveria ser uma advertência de que seus motivos e doutrinas são muito diferentes daquelas de Cristo. Na Bíblia, os falsos professores foram freqüentemente caracterizados por sua ganância (1 Timóteo 6:5; Tito 1:11; 2 Pedro 2:1-3,14-15; Marcos 12:40; Mateus 21:13).
Serão salvos todos os que têm zelo religioso e boa moral?
Freqüentemente, nas discussões religiosas, quando se acusa alguma prática religiosa ou grupo de violar as Escrituras, alguém responderá que essas pessoas são zelosamente religiosas e de boa moral. Aparentemente, o ponto a destacar é que ter boa moral e ser religioso zeloso já basta para salvá-los, apesar do fato que eles continuam desobedecendo a Deus, sem arrependimento. Desse modo, as pessoas que estão preocupadas com o erro nas práticas são aconselhadas a se calarem.
A Bíblia ensina claramente que as pessoas devem ser religiosas, zelosas com a religião, e ter boa conduta moral. A questão é saber se isto é suficiente para as pessoas receberem a vida eterna. Só para ilustrar, concordemos em que uma pessoa precisa ser um homem, para ser um esposo. Mas seria essa pessoa um esposo apenas porque é um homem, ou algo mais é necessário? Da mesma forma, uma pessoa precisa ter zelo religioso e boa moral para ser salvo, mas é isto suficiente para ele ser salvo ou algo mais é exigido além disto?
Consideremos diversas áreas do ensinamento da Bíblia relacionadas com este assunto.
1. Consideremos exemplos de pessoas zelosamente religiosas e de boa moral que não foram salvas
Será verdade que todas as pessoas que são dedicadas à sua religião e têm boa conduta moral em sua vida são também agradáveis a Deus? Ou haverá exemplos de pessoas com devoção religiosa que perderam sua salvação? Consideremos vários exemplos bíblicos.
O tesoureiro etíope (Atos 8:26-39)
Este homem era dedicado à sua religião antes mesmo de ter ouvido o evangelho. Ele tinha vindo da distante Etiópia a Jerusalém, de carroça, para adorar (v. 27). Enquanto viajava, estava lendo as Escrituras (v. 28) e desejava entender melhor as coisas que lia (v. 30-34).
Mas estava ele salvo e destinado à vida eterna nesse tempo? Notem que ele nem sequer sabia de Jesus. Filipe teve que ensinar isto a ele (v. 35). Pode alguém que não crê em Jesus ser salvo? Não há salvação em nenhum outro nome, a não ser o de Jesus (Atos 4:12). Aqueles que não crêem nele morrerão em pecado (João 8:24). Como poderia, então, ter sido salvo o tesoureiro antes de ter crido? (João 14:6; Marcos 16:16).
E mais, o tesoureiro ainda não havia sido batizado. Filipe teve que batizá-lo (v. 36-39). Pode uma pessoa ter a salvação antes de ter sido batizada? Marcos 16:16 diz que devemos crer e ser batizados para sermos salvos. Atos 2:38 diz que temos que arrepender-nos e sermos batizados para termos a remissão dos pecados (veja também Atos 22:16; Romanos 6:3-4; Gálatas 3:27; 1 Pedro 3:21).
Este tesoureiro é um exemplo de um homem dedicado a sua religião, mas isto por si só não o salvou. Ele não estava salvo enquanto não ouviu o evangelho de Jesus, creu nele e foi batizado.
Saulo de Tarso (Atos 22:3-16)
Saulo era zeloso em sua religião, mesmo antes de se tornar um cristão. Ele era um judeu rigoroso, zeloso para com Deus (22:3). Sendo um judeu, ele vivia em paz com sua consciência (23:1). Ele tinha sido "hebreu dos hebreus", sem culpa, de acordo com a lei (Filipenses 3:5-6). Paulo se destacava na religião dos judeus acima dos outros judeus da mesma idade que ele, porque era zeloso pelas tradições de seus pais (Gálatas 1:13-14).
Mas estava Paulo salvo, nesta condição? Ele não cria que Jesus fosse o Cristo, o Salvador. De fato, ele perseguia os discípulos de Jesus (Atos 8:1-3; 9:1-2; 22:4-5) e fazia muitas coisas contrárias ao nome de Jesus (Atos 26:9). Ele era um blasfemador de Jesus, um perseguidor, um injuriador (1 Timóteo 1:13). Nesta condição, ele tinha sido o "principal dos pecadores" (1 Timóteo 1:15). Ele permaneceu no seu pecado até que obedeceu a ordem: "levanta-te, recebe o batismo e lava os teus pecados" (Atos 22:16).
Saulo é outro exemplo de uma pessoa de zelo religioso, que não estava salva até que creu em Jesus e obedeceu a ele, sendo batizado.
Cornélio (Atos 10 e 11)
Cornélio era dedicado na sua religião e homem de boa moral mesmo antes de ter ouvido o evangelho. Ele era piedoso, temia a Deus, dava esmolas, e orava a Deus (10:2). Ele era um homem reto, temia a Deus e era respeitado pelos judeus (10:22). Se ser apenas religioso e ter boa moral salvasse um homem, Cornélio teria sido salvo muito antes de ter ouvido o evangelho pregado por Pedro.
Mas Cornélio estava salvo antes de ouvir e obedecer ao evangelho? Deus lhe disse para buscar a Pedro, que lhe diria palavras mediante as quais ele poderia ser salvo (11:14). Pedro veio, ensinou-lhe a respeito de Jesus e ordenou-lhe que fosse batizado nas águas (10:47-48).
Assim, Cornélio é um terceiro caso de homem de boa moral, ativo e dedicado à religião, entretanto não salvo até que ouviu e obedeceu ao evangelho.
Atenienses (Atos 17:16-31)
Estas pessoas, também, eram pessoas zelosamente religiosas. Sua cidade estava cheia de ídolos, que eram, certamente, adorados religiosamente (17:16). O grau do seu zelo é demonstrado pelo fato que eles erigiram um ídolo ao "deus desconhecido", para o caso em que eles estivessem esquecendo de algum (17:23).
Mas estariam estes adoradores de ídolos salvos em tal condição? Paulo ensinou que a adoração de ídolos era inaceitável por Deus, e que as pessoas teriam que se arrepender de modo a serem aceitáveis no julgamento (17:29-31). Os idólatras não herdarão o reino de Deus (1 Coríntios 6:9-11; Gálatas 5:19-21). Em vez disso, estarão no lago de fogo, a segunda morte (Apocalipse 21:8; 22:15).
Judeus (Romanos 10:1-3)
Estes judeus eram zelosos em sua religião. Eles tinham zelo por Deus (10:2). Ainda que o seu sistema de justiça fosse humano em sua origem, eles seguiam um sistema religioso (10:3). Ainda hoje há judeus com grande devoção a sua religião.
Mas era o seu zelo suficiente para salvá-los? Eles não conheciam o modo de Deus de tornar os homens justos (o evangelho de Jesus), assim eles não se submetiam à justiça de Deus (10:3). Portanto, eles precisavam ser salvos (10:1). Os judeus, por certo não crêem em Jesus nem obedecem a ele. Nós já estuda-mos muitos versículos mostrando que esta fé obediente é necessária à salvação.
Certamente, deveria ficar claro por esta explicação que não é verdade que uma pessoa é salva somente porque ela é devota em algum sistema religioso ou somente porque ela tem boa moral. Outras coisas são necessárias, inclusive o conhecimento, a fé e a obediência ao evangelho de Jesus Cristo (Romanos 1:16).
2. Consideremos a importância da verdade e o perigo do erro na religião
Se uma pessoa é salva simplesmente porque ela é praticante ativa de uma fé religiosa e vive de acordo com a boa moral, qualquer que seja o conteúdo de suas práticas religiosas, então não haveria preocupação com a verdade religiosa e o erro religioso. Poderíamos ser salvos só por sermos religiosos sem que essa religião fosse harmonizada com as verdades da Bíblia? Mas consideremos o ensino da Bíblia a respeito disto.
A importância da verdade religiosa
Provérbios 23:23 S Compre a verdade e não a venda. Pague qualquer preço para obter a verdade. Ela vale. Uma vez que você tem a verdade, não a largue, não importa o que você ganharia por largá-la. Mas, se ser religiosamente zeloso é só o que importa, porque ser tão interessado na verdade?
João 8:31-32 S Para estarmos livres do pecado, precisamos conhecer e permanecer na verdade. Mas, se pensarmos que a verdade não é importante, desde que sejamos ativos em alguma fé religiosa, estaremos ainda libertados do pecado?
João 4:23-24 S Deus quer que o adoremos em espírito. Isto exigiria zelo e dedicação. Mas em espírito somente não é suficiente. Nossa adoração deve ser em espírito e em verdade.
2 João 9-11 S Se desejamos estar com o Pai e o Filho, temos que permanecer no ensinamento de Jesus. Não é suficiente ser religioso. E se formos religiosos, mas nossa religião não estiver em harmonia com o ensinamento de Jesus? Então, não teremos Deus!
1 Pedro 1:22-23 S Para nos livrar do pecado e renascermos, temos que obedecer à verdade, que está na palavra de Deus. E, se formos religiosos e não tivermos obedecido à verdade? Nosso zelo religioso sozinho nos salvaria?
Se você é religioso, isto é bom. Mas você possui, também, a verdade?
O perigo do erro religioso
Mateus 7:15,21-23 S Cuidado com os falsos mestres que enganam as pessoas. Muitos deles chamam Jesus de "Senhor", ensinam em seu nome, e fazem muitos trabalhos espantosos em seu nome. Eles são pessoas de zelo religioso, ainda assim estão perdidos. Como poderia acontecer isto se a única coisa necessária é o zelo religioso? A resposta é, que alguma coisa a mais é necessária. O quê? Temos que "fazer a vontade do Pai".
2 Coríntios 11:13-15 S Satanás e seus ministros querem passar por ministros da luz e apóstolos de Cristo. Eles parecem ser religiosamente devotos. Se formos enganados por eles, seremos religiosos, mas estaremos seguindo Satanás. Seríamos religiosamente justos? É possível ser religioso e, ainda assim, estar seguindo Satanás, porque ele é um enganador.
Gálatas 1:6-9 S As pessoas que ensinam um evangelho diferente são amaldiçoadas, e aquelas que aceitam esse evangelho estão se separando daquele que os chamou. Os Gálatas ainda eram pessoas religiosas. De fato, eles eram crentes em Jesus Cristo. Eles seguiam um "evangelho". Mas eles eram amaldiçoados porque era um evangelho diferente. Alguém estava ensinando as pessoas a crer em Cristo, mas ainda obedecendo à circuncisão do Velho Testamento (veja este assunto). Tais doutrinas fazem com que até mesmo filhos de Deus (3:26,27) decaiam da graça (5:4).
1 Timóteo 4:1-3 S Alguns se desviam, seguindo doutrinas de demônios, falando mentiras, incluindo as doutrinas falsas relatadas. Entretanto, estas não são pessoas sem religião. Elas estão seguindo mandamentos religiosos, ainda assim elas estão perdidas porque seguem falsos mandamentos, que não foram dados por Deus.
1 João 4:1 S Muitos falsos profetas estão no mundo, portanto não creia em todos os mestres, porém prove-os. Que diferença faria se seguíssemos ensinamentos falsos ou verdadeiros, se a única coisa que importa é sermos religiosos?
Mateus 15:9 S As pessoas podem estar adorando a Deus (portanto, são religiosas), entretanto sua adoração é inútil se for baseada em práticas originadas dos homens. Estas pessoas podem até mesmo estar adorando o Deus verdadeiro, porém não de acordo com as verdadeiras práticas.
Sim, o zelo religioso é necessário. Porém, ele não é suficiente, por si só. Uma razão pela qual isto é verdade é que é possível, mesmo para os crentes em Jesus Cristo, serem enganados para seguirem o erro e o falso ensinamento. Isto pode ser comparado a tomar remédio para curar uma doença. Podemos tomar o remédio com muita dedicação, porém ele não curará, se for o remédio errado. Então, grande zelo e dedicação não ajudam religiosamente se as práticas às quais estamos dedicados são falsas.
3. Consideremos a necessidade da unidade e o perigo da divisão
É possível para as pessoas serem religiosamente zelosas e de boa moral, mas ainda assim, estarem religiosamente divididas. Se o zelo religioso e a boa moral são tudo o que necessitamos, então as pessoas que causam, incentivam e justificam a divisão, serão salvas.
De fato, esta é a razão principal pela qual temos que estudar assuntos como estes que estamos considerando: as pessoas querem crer que é possível serem salvas em qualquer denominação, mesmo que as denominações estejam divididas na prática, na adoração, na organização, no plano de salvação, etc. Quando estas divisões (e as doutrinas que as produzem) são recusadas, as pessoas dizem que as diferenças não importam muito, porque todas as pessoas são pelo menos religiosas, têm boa moral, etc. O que diz a Bíblia?
A Importância da Unidade
João 17:20-23 S Jesus orou para que todos fossem unidos, como ele e o Pai são unidos. Se o zelo religioso e a boa moral são tudo o que necessitamos para sermos salvos, porque Jesus orou pela unidade religiosa?
Efésios 4:3-6 S Devemos esforçar-nos pela unidade de acordo com o Espírito, no vínculo da paz. Isto requer unidade em cada uma das sete áreas relatadas, incluindo um só corpo e uma só fé. Se religião zelosa é tudo o que necessitamos para sermos salvos, a unidade não importaria. Mas de acordo com esta passagem bíblica, a unidade importa, sim. Nós necessitamos, sim, de zelo religioso, mas também precisamos de unidade religiosa.
O Perigo da Divisão
1 Coríntios 1:10-13 S Os seguidores de Jesus não deveriam ser divididos, por-que Jesus não é dividido. Não deveria haver divisões entre nós, tais como as que estavam começando em Corinto. Divisão maior ainda existe hoje entre as deno-minações, e as pessoas querem nos fazer pensar que Deus vai tolerá-la. Se o zelo religioso é tudo o que necessitamos, porque esta passagem reprova a divi-são? Se Paulo fosse como algumas pessoas de hoje em dia, ele teria dito aos Coríntios que suas divisões não tinham importância, desde que eles fossem zelosos!
Gálatas 5:19-21 S Aqueles que causam a divisão não herdarão o reino de Deus, justamente como acontecerá com os imorais. Mas ser causador da divisão e justificar a divisão é tão ruim como ser imoral. Mesmo assim, há pessoas que justificam a divisão e dizem que ela não importa desde que as pessoas sejam moralmente boas e religiosamente zelosas.
Conclusão
Se você for uma pessoa moralmente boa e zelosa de suas práticas religiosas, estas são boas qualidades. Deus aprova o zelo e a boa moral, como tais. Mas, por favor, entenda que, por si mesmas, estas qualidades são inadequadas para você vir a receber a bênção de Deus da vida eterna, mesmo que você creia que Jesus Cristo é o filho de Deus e o Salvador dos homens.
Precisamos certificar-nos de que possuímos a verdade, estamos obedecendo ao evangelho e permanecemos unidos a outros fiéis cristãos. De outro modo, nossa condição será como a do homem que deseja viajar para algum lugar que fica ao leste de onde ele está, porém ele continua andando em direção ao norte. Não importa se ele seja muito zeloso e dedicado, ele nunca chegará ao seu destino enquanto ele não mudar de direção.
Portanto, precisamos ser religiosamente ativos e moralmente bons. Mas nossa atividade tem que ser de acordo com a vontade de Deus. Temos que andar na direção certa, crendo que o evangelho é a mensagem da salvação, sendo batizados com o propósito de receber o perdão pelos pecados e, então, servir a Deus fielmente, de acordo com a verdade de sua palavra.
- por David Pratte
Reeditado por RMarques - 2015